terça-feira, 20 de setembro de 2011

Notas históricas sobre a importância da cera de carnaúba


Por José Romero*
Os rios de carnaúba do nordeste brasileiro são encontrados em porções privilegiadas da área semiárida. Espalham-se pelos Estados do Rio Grande do Norte (trechos dos rios Piranhas-Açú e Apodi-Mossoró), do Ceará (trechos dos rios Acaraú e Jaguaribe, Piauí (trechos do rio Parnaíba) e Paraíba (trechos do rio do Peixe, em menor escala, afluente do rio Piranhas-Açú).

A inteligência do homem do sertão fez desenvolver tecnologias próprias que facilitaram o aproveitamento do principal produto obtido da carnaúba: a cera. No final do século XIX, em cidades cearenses como Aracati e Icapuí, localizadas no litoral semiárido, popularizou-se a prensa inventada por cidadão de nome Damásio Barbosa, obtida a partir do aproveitamento de árvores nativas da região seca, como a aroeira.

A pressão exercida pela prensa sobre a  cera de carnaúba permitiu compactação necessária à qualidade do produto sertanejo no mercado externo. Quem dispunha de carnaubais em suas terras era dono de verdadeira fortuna, os quais agregavam valores às combalidas finanças na isolada e atrasada região semiárida de outrora.

O boom econômico da cera de carnaúba nordestina veio com o advento da indústria fonográfica. Os discos primitivos eram confeccionados com o produto obtido a partir da exploração dessa espécie endêmica da flora existentes nas várzeas de alguns cursos d´água existentes no semiárido.

O advento do vinil foi responsável por sensível declínio na importância da cera de carnaúba. A sofisticação e a durabilidade dos discos fabricados a partir desse derivado do petróleo suscitou a substituição dos fabricados a partir da matéria-prima obtida com o pó existente na árvore que margeia alguns rios do sertão nordestino.

Quando do término da primeira grande guerra, assinalou-se dinâmica econômica surpreendente. A cera de carnaúba era exportada principalmente pelos portos de Fortaleza (CE) e Mossoró (RN) (Porto Franco e Porto de Santo Antônio), localizados próximos das áreas naturais nas quais vicejam os carnaubais, embora hoje esteja bastante diminuída a área de ocorrência dessa espécie vegetal.

Nos dias de hoje ainda há certa importância conferida à cera de carnaúba, mas não se compara à extraordinária demanda que no passado fez do produto um dos mais importantes na pauta de exportações de alguns estados nordestinos.

*José Romero Araújo Cardoso, geógrafo, professor adjunto do Departamento de Geografia da UERN.

Fonte: Blog Carlos Escóssia

domingo, 18 de setembro de 2011

Visitantes maltratam baobá centenário


"Iaiá, esse baobá foi teu avô Senador quem plantou. Diz que trouxe a semente lá da África, da outra banda, repetia Joana o que ouvira Senha Liduína contar". A citação, do romance "Luzes de Paris e o fogo de Canudos", da escritora cearense Angela Gutiérrez, é prova de que o baobá centenário da Praça dos Mártires, mais conhecida como Passeio Público, já faz parte da memória de Fortaleza.

Infelizmente, apesar de ser uma das 45 árvores da cidade imunes ao corte, a espécie africana, plantada em 1910 pelo então senador Pompeu, está com o tronco danificado. Alana, Ane, Bianca, Bruno, Diego, Douglas, Ingrid, Yasmin, Patrícia e Paulo são alguns dos vários nomes gravados no baobá. A planta pode atingir até 45 metros e viver até seis mil anos.

A estudante K. S. M., 14, por exemplo, visitava o lugar acompanhada do pai e da irmã. Após tirar algumas fotografias na companhia da árvore robusta, a menina apanhou uma vareta do chão e tentou escrever seu nome na planta, mas, devido à fragilidade do objeto, não conseguiu. "Nunca vi uma árvore desse tamanho, só em filmes. Não sabia que existia uma assim em Fortaleza", afirma. Em relação aos rabiscos na árvore, a garota diz que são interessantes. "É para mostrar que essas pessoas estiveram aqui", comenta.

Os registros, embora sejam uma forma dos visitantes mostrarem que passaram pelo local, podem ser prejudiciais à planta, como explica o engenheiro agrônomo José Wilmar da Silveira, diretor do Departamento Técnico de Urbanização da Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb). "Os rabiscos deixam as árvores mais vulneráveis aos fungos, vírus e bactérias. O baobá, mesmo sendo um vegetal forte, pode ser prejudicado por causa desses ferimentos", informa.

Metáfora - Na opinião de Angela Gutiérrez, que também é professora de Literatura da Universidade Federal do Ceará (UFC), a árvore não deveria sofrer nenhum tipo de intervenção por parte dos visitantes, pois é um bem cultural e está localizado numa praça tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). "Louvo o esforço da Prefeitura para que o Passeio Público retorne à vida da cidade, mas, no caso do baobá, deveria haver uma maior fiscalização", opina.

Para a escritora, o baobá do Passeio Público pode ser considerado como uma metáfora do povo africano. "Apesar de todas as condições adversas de sua vinda e do desrespeito à sua dignidade e liberdade, eles aclimataram-se à terra brasileira, mesclaram-se às outras etnias e participaram do florescimento do povo que hoje somos e da cultura de múltiplas faces que criamos", acrescenta Angela.

Consciência - Conforme Luiza Perdigão, titular da Secretaria Regional do Centro (Sercefor), o órgão, em conjunto com a Emlurb, Guarda Municipal e Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), é responsável por manter e fiscalizar a praça. No entanto, a secretária acredita que a própria população deveria preservar os patrimônios da cidade. "É uma responsabilidade também do cidadão de Fortaleza, que deve ser consciente", fala.

De acordo com estudo do Núcleo das Africanidades Cearenses (Nace), da UFC, existem pelo menos sete baobás em Fortaleza. Dentre eles, o do Passeio Público, do Serviço Social da Indústria (Sesi) da Barra do Ceará, do Paço Municipal, do Horto Municipal e o da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Fonte: Diário do Nordeste

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Jucás incentiva o cultivo orgânico


JUCÁS - O primeiro cultivo de hortaliça protegido na região Centro-Sul está em fase experimental, na localidade de Oitis, zona rural deste Município. O objetivo é favorecer o plantio orgânico, protegendo as plantas de pragas e doenças, além de incentivar outros horticultores a seguir o exemplo do produtor rural, Francisco Vando de Souza. Para demonstrar o êxito do projeto, a Secretaria Municipal de Agricultura promoveu um dia especial da cultura de tomate em cultivo protegido, reunindo dezenas de agricultores e técnicos.

O Sítio Oitis transformou-se em uma verdadeira sala de aula. No campo, os produtores rurais receberam informações técnicas sobre a cultura do tomate e de outras hortaliças, o mercado de consumo e dados técnicos da unidade demonstrativa, além de uma análise econômica com custo e rentabilidade de uma área de dois mil metros quadrados, o equivalente a 20% de um hectare.

ALTERNATIVA - O ataque de pragas ao tomateiro na região motivou o produtor rural buscar alternativa de cultivo orgânico. "Na última safra perdi mais de 80% da colheita, além do custo com inseticida e da agressão ao meio ambiente", observou Vando de Souza. "Agora espero ter um lucro bom com o cultivo de tomate orgânico de qualidade".

O apoio da Secretaria de Agricultura do Município de Jucás foi fundamental. Em parceria com uma empresa privada, surgiu a ideia de implantar um cultivo protegido com tela de nylon. Foi escolhida a variedade Fascínio híbrido F1, cultivada no sistema de semeadura em bandejas e transplantio, com irrigação por gotejamento.

O ciclo de produção é de 120 dias. A primeira safra foi colhida na última semana de julho. A estimativa de produção foi de 17 mil quilos e o lucro foi em torno de R$ 10 mil, considerando o valor de venda da caixa de 25 Kg por R$ 20,00, embora o preço atual é o dobro, isto é, R$ 40,00. "Mesmo em um cenário com queda de preço pela metade ainda haverá um lucro de três mil reais", observa o secretário municipal de Agricultura, José Teixeira Neto.

O cultivo apresentou alguns problemas como ataques de fungo em decorrência do excesso de umidade na unidade demonstrativa, mas foi corrigido o sistema de irrigação e a doença combatida com produtos orgânicos.

AMPLIAÇÃO - "O nosso objetivo é incentivar a agricultura familiar", frisou o prefeito, Helânio Facundo. "Temos projetos de fruticultura e de hortaliças que já ocupam importantes áreas em várzeas do Rio Jaguaribe, gerando emprego e ampliando a renda no campo", complementa.

O secretário de Agricultura de Iguatu, Valdeci Ferreira, destacou o empenho do vizinho Município em apoiar e desenvolver as atividades agropecuárias. "As ações aqui realizadas são exemplos para outras administrações", frisou. O gerente do Banco do Nordeste, Eugênio Augusto, deixou um recado para os produtores rurais: "A agricultura irrigada com assistência técnica dá certo e o banco tem recurso para financiar projetos. Só precisa haver iniciativas".

Em Jucás, a agricultura familiar vem se expandindo com diversos projetos no setor agropecuário. "Há crédito, temos terra boa e água em abundância", observou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jucás, Hildon Lucas Bezerra. A perenização do Rio Jaguaribe graças a liberação de água do açude Arneiroz, modificou o cenário regional, ampliando o cultivo irrigado de frutas, grãos e hortaliças ao longo das várzeas.

Recentemente, os produtores rurais do Município de Jucás passaram por capacitação técnica sobre práticas modernas de manejo, gerenciamento dos negócios e preservação ambiental.

A Ematerce e outras instituições parceiras viabilizam os projetos agropecuários, favorecendo a agricultura familiar. O gerente do escritório da Ematerce em Jucás, Edmilson Cavalcante, defendeu a diversificação de cultura e lamentou a falta de adesão de alguns produtores ao programa de produção de frutas e hortaliças irrigadas. "Os projetos dão certo, há incentivo e o mercado é favorável, pois a produção sequer atende o mercado da região", afirmou Cavalcante.

FALTA OPÇÃO - Na região Centro-Sul, praticamente não há produção orgânica de frutas e hortaliças. No mercado de cada cidade, os consumidores não têm opção de escolha e acabam levando para casa frutos com índice de contaminação de agrotóxicos.

"Essa produção será vendida facilmente, mesmo com preço mais elevado em comparação com o tomate de cultivo tradicional", prevê Teixeira Neto. "Não haverá dificuldade para escoar a safra".

BENEFÍCIOS

"Espero ter um lucro bom com o cultivo de tomate orgânico de qualidade". Vando Oliveira de Souza – Produtor.

"Não haverá dificuldade para escoar a safra porque faltam produtos orgânicos". José Teixeira Neto - Secretário de Agricultura.

"A agricultura irrigada dá certo e o banco tem recurso para financiar projetos". Eugênio Augusto - Gerente do BNB.

Mais Informações:

Secretaria de Agricultura do Município de Iguatu
Rua Padre Cícero, S/N – Centro
Telefone (88) 3517.1410

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Iniciadas as gravações da novela Aquele Beijo


O povo paraibano está empolgado com as primeiras gravações de ´Aquela Beijo´, que vai mostrar os atrativos do Estado na nova novela da Rede Globo. As gravações foram iniciadas no final de agosto, em Cabaceiras, no cariri paraibano, e continuaram no início deste mês. Depois de dois dias de trabalho, a equipe global seguiu para João Pessoa, para a segunda etapa de gravações na Paraíba. Os atores Diego Vilela e Bia Nunes fizeram cenas inusitadas para a trama da novela.

De acordo com o diretor de Marketing da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Temi Cabral, o ritmo de trabalho da equipe de produção foi frenético e todos mostram muito profissionalismo. As cenas gravadas tiveram como cenários o Lajedo de Pai Mateus e o distrito de Ribeira de Cabaceiras. O trabalho envolveu mais de 100 pessoas, entre técnicos, figurantes e a atriz paraibana Marcélia Cartaxo, que atuou em uma das cenas.

Em João Pessoa, as gravações chegaram ao Centro Histórico, envolvendo o Hotel Globo, o Largo São Frei de Pedro Gonçalves e a Praça Antenor Navarro, além do Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto. Também foram feitas imagens da Estação Cabo Branco, a praia do Cabo Branco, a Igreja de São Francisco e o Terminal Rodoviário.

A presidente da PBTur, Ruth Avelino, disse que o trabalho de produção das cenas da novela tem sido exaustivo, mas fundamental para o processo de divulgação da Paraíba. "Teremos grande visibilidade e todo esse esforço será recompensado ao longo dos próximos anos".

Fonte: Diário do Nordeste

Instituto Agropolos e SDA promovem debate sobre políticas de desenvolvimento, começando pelo Cariri


FORTALEZA - O primeiro dos treze Salões Territoriais que acontecem no Ceará neste mês está desde ontem e até hoje, no Território do Cariri. A abertura contou com a participação especial de Tânia Bacelar, considerada a maior especialista em Desenvolvimento Regional em atuação no País.

O colegiado do Cariri, que reúne representantes do poder público e da sociedade civil organizada dos 28 Municípios, se esforçou para ter a presença de Tânia na abertura do encontro.

Os Salões Territoriais são encontros promovidos pela Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário do Ceará com a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e o Instituto Agropolos do Ceará. O objetivo é debater a gestão e o controle social, premissas para o desenvolvimento dos territórios, e também discutir o Plano Brasil Sem Miséria, estratégico para o Governo Federal.

Também está sendo lançada uma série de planos construídos coletivamente em plenária com os colegiados territoriais no primeiro semestre de 2011. O Plano Territorial de Desenvolvimento Rural e Sustentável (PTDRS) e o Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (PDRSS).

REFERÊNCIA - A política de territorialização do Governo Federal, que propõe a união dos Municípios para avançar mais rapidamente, tem o Ceará como referência. Tânia Bacelar é especialista em Planejamento Global pela Cepal. Foi economista da Sudene por 20 anos, tendo sido diretora de Planejamento Global. Em 2003, foi secretária nacional de Políticas Regionais pelo Ministério da Integração Nacional.

Mais informações:

Salão Territorial Cariri
Instituto Federal do Ceará (IFCE)
Sítio Almecegas –
Rodovia CE-292,
Km 15, Bairro Giselia Pinheiro, Crato

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 3 de junho de 2011

EXPOFRUIT promove Fórum Internacional da Fruticultura


Para discutir a sustentabilidade, agregação de valor e diversificação de mercados na fruticultura, a Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada - Expofruit 2011, realiza o III Fórum Internacional da Fruticultura. O Fórum, que traz o tema Fruticultura e Sustentabilidade, acontece dentro da programação científica da EXPOFRUIT 2011. A proposta é reunir os presidentes de associações e cooperativas de produtores, empresários, representantes do governo, compradores internacionais e traders.

O fórum será no dia 9 de junho, as 8h, no Hotel Villa Oeste. Na programação estão agendadas cinco palestras e, no final, um debate. Entre os temas estão o “Mercado Americano: Um Mundo a Ser Explorado”, ministrado por Nancy Tucker, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios Globais, e ainda o “Mercado Russo: Conhecendo um Novo Mercado”, sob a responsabilidade do gerente de importação da JFRESH, Dmitry Gerasimov.

As inscrições são gratuitas e limitadas. Os interessados em participar devem realizá-la pelo telefone 0800 570 0800. Mais informações no site do evento www.expofruit.com.br .

Estudantes prestigiam Seminário sobre caatinga

A participação de estudantes de graduação e pós-graduação superou as expectativas na abertura do Seminário Recuperação de Áreas Degradadas e Incorporação de Carbono na Biomassa Vegetal Nativa e Solo do Semiárido do Rio Grande do Norte, promovido pela UFERSA e pela Petrobras, no Auditório do CTARN. O Seminário, que prossegue à tarde a partir das 14h, no Auditório Amâncio Ramalho, é uma ação do Projeto Caatinga de Combate à Desertificação e Recuperação de Áreas Degradadas. 

Na solenidade de abertura, na manhã desta quarta-feira, 01, o reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, professor Josivan Barbosa, ressaltou a importância da continuidade do Projeto iniciado há quase 10 anos. “Trata-se de um grande projeto envolvendo pesquisadores japoneses e envolvendo recursos na ordem de 1 milhão de dólares”, ressaltou o reitor.

Segundo Josivan Barbosa, a cada dia as ações da universidade passam a ser mais realistas com as ações de prevenção ambiental. “Temos o projeto para a criação do Parque da Caatinga, numa área de 13 km de extensão, nas dependências da UFERSA”, revelou.

A criação dos cursos de Engenharia Florestal, Engenharia Agrícola e Ambiental e o curso de Ecologia também são avanços conquistados pela Universidade do Semi-Árido na área do meio ambiente. “Estamos enviando no próximo semestre a CAPES o projeto de implantação do primeiro mestrado da UFERSA na área de ecologia”, revelou o reitor.

Para o Dr.Eduardo Platter, pesquisador da Petrobras, que apresentou o Projeto de Fixação de Carbono no Solo e na Biomassa Vegetal, o estoque de tonelada de carbono por hectares na caatinga é de 22,9%, contra 92,5% na mata atlântica. O pesquisador ressaltou a importância de trabalhos integrados, como o que vem sendo feito nessa parceria com a UFERSA, para a recuperação das áreas degradadas.

De forma bastante didática, o professor da UFERSA Jéferson Dombroski, trouxe para aos participantes do Seminário exemplos de desertos que são locais de baixa precipitação e que tem como característica a pouca povoação, ou seja, a escassez de vida. Os fatores climáticos, como a seca, e atividades humanas, como o desmatamento e o excesso de uso, contribuem de forma incisiva para a ocorrência de áreas desérticas.

Ainda segundo o professor Dombroski, a desertificação na região do semiárido é decorrente principalmente pela extração da madeira para a lenha e carvão e pelas queimadas uma prática ainda muito utilizadas pelos moradores com o intuito de “limpar” a área. “Com as queimadas ocorre à perda de biomassa e da biodiversidade”, afirmou o professor alertando para importância da preservação.

“Precisamos criar reservas ambientais para mapeamento e estudos sobre a ecologia e a biologia das espécies nativas existentes no semiárido brasileiro”, concluiu. O Seminário terá continuidade agora à tarde, no Auditório Amâncio Ramalho, a partir das 14h, com a apresentação do Projeto Caatinga onde serão explanadas as linhas de pesquisas, objetivos, resultados e perspectivas.

Convênios vão permitir a expansão da raça Soinga no Estado


Ao assinar convênios no âmbito da Secretaria da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), com a Associação dos Criadores de Ovinos Soinga do Brasil (Acosb), o secretário da pasta, Betinho Rosado, ressaltou a importância não apenas do ato atendo-se a parte técnica como primoridial para o crescimento da raça Soinga a nível de Rio Grande do Norte e, posteriormente, no Brasil.


Betinho Rosado fez questão de ressaltar que, a depender do Governo Rosalba Ciarlini, todo “apoio será dado como forma de fomentar o crescimento da raça por se tratar de uma raça que pode representar muito para a agropecuária do Estado”.

Por seu turno, Betinho ainda observou que será necessário sugerir a Universidade Federal do Semi-árido (Ufersa), no sentido de “ampliar os estudos a serem realizados pela Sape através dos seus técnicos eu serão colocados a disposição para o estudo técnico, ofertando aos integrantes dessa universidade a idéia de que poderão ser feitos trabalhos científico a partir de monografias e, até mesmo, a nível de pós-graduação como forma de contribuir para o esse melhoramento”.

Para que se tenha uma idéia de como começou o trabalho que culminou cm a criação dessa raça foi necessário que o produtor rural e médico veterinário, José Paz de Melo, iniciasse em sua fazenda no Vale do Pajeú pernambucano, o desenvolvimento de uma raça a raça que no seu desenvolvimento fosse possível observar algumas características necessária ao desenvolvimento numa região como a caatinga nordestina.

Essa raça que foi iniciada a partir de alguns cruzamentos que gerou a raça Ingazeira, assim denominada para homenagear a cidade de José Paz, em Pernambuco, “mas eu observei que ainda não era o ideal”.
Daí, o prosseguimento do estudo foi a junção de mais uma raça, a Somalis brasileria, que se chegou ao Soinga. “Mesmo desenvolvida em Pernambuco, foi no Rio Grande do Norte onde esse ovino encontrou um grupo de criadores que se interessou em buscar na raça ovina recém nascida, disposto a investir na criação desse animal e manter a sua genética.

No momento, a raça já tem um rebanho de cerca de 10 mil cabeças e começa a ser conhecida no Brasil a partir da participação desses criadores na Feira Internacional de Caprinos e Ovinos (Feinco) que é realizada anualmente em São Paulo e vem a ser a maior feira internacional indoor.

De acordo com o presidente da Associação dos Criadores de Ovino Soinga do Brasil (Acosb), Diel Figueiredo, sabe-se que numa raça ou tipo em que se busque qualidade de carne, são necessários alguns fatores fundamentais como fertilidade, rusticidade, prolificidade e cobertura uniforme de musculatura, principalmente na região dorso-lombar e de pernil.

Ele observa que a raça Soinga já apresenta bons resultados para os fatores descritos na produção de carne de qualidade, por essa razão, é que estamos iniciando um trabalho direcionado para introduzir cobertura muscular mais fortemente na região traseira do Soinga, uma vez identificado este ponto de não excelência na raça, ao se concretizar esse segmento,
teremos uma raça deslanada para produzir carne de qualidade, não somente para os parâmetros regionais, mas também nacionalmente e internacionalmente,
concorrendo com qualquer outra carne da espécie ovina.

E continua ressaltando que, no momento em caráter regional, o Soinga é a raça que produz a melhor carne. No entanto, precisamos estar atentos ao futuro, quando o assunto é alimento de qualidade, porque o mercado torna-se cada vez mais exigente, daí a necessidade de produzir carne de qualidade tanto no aspecto de saúde como do sabor.
Em seguida, Diel Figueredo diz que “não podemos permitir que a raça Soinga perca suas características no cruzamento, o que estamos procurando é introduzir no Soinga, um culote e um quarto traseiro mais volumoso. Os trabalhos de cruzamento se darão com o objetivo de conseguir que os animais Soinga do futuro apresentem o volume de traseiro que desejamos sem perder os outros fatores positivos já existentes na raça”.

José Paz de Melo diz que as raças ingressantes nos cruzamentos foram a Poll-Dorset que tem melhor conformação geral, melhor prolificidade, habilidade materna e qualidade da carne; a Texel onde se encontra Melhor conformidade geral e de posterior o que possibilita melhor convexidade de carcaça; a IIle de France que proporciona melhor ossatura além da Lacoune que tem habilidade materna o que possibilita uma melhor produção de leite.

Para dar continuidade a todo o trabalho desenvolvido até agora é preciso a participação de parceiros no projeto e é isso que está sendo feito a partir da assinatura de convênio de cooperação técnica com algumas entidades e órgãos públicos.

Para isso a Acosb está contando com a participação da UFRN, SAPE, FAZENDA RONDON E A EDITORA TROPICAL, com intuito de desenvolver um projeto inovador no Brasil e no mundo denominado, CCCI, Carneiro da Caatinga com Carcaça Internacional.

O convenio assinado entre ACOSB, Secretaria da Agricultura, da Pecuária e daPesca (Sape) e suas vinculadas vai possibilitar a implantação do Programa de Fomento da Raça Soinga no Estado do Rio Grande do Norte, alem de apoiar e viabilizar com suas vinculadas a continuidade do programa exigido pelo Ministério da Agricultura e da Associação Nacional dos Criadores de Ovino (Arco), que iniciado em 2010, a partir de visitas e assistência técnica mensal aos associados da ACOSB, que esta Identificando, catalogando e registrando o rebanho Soinga no Brasil.

Um outro item do convênio foi firmado entre ACOSB, SAPE e Universidade Federal do Semi-árido (Ufersa), para implantação do Programa de Melhoramento Genético, através de Escrituração Zootécnica que abrangerá todo rebanho ovino da raça Soinga no Brasil.

Um outro item diz respeito ao apoio e incentivos para implantação da Cooperativa dos Produtores de Ovinos Soinga, que será responsável pela compra garantida da produção e fará a comercialização da carne ovina oriunda dos sócios da ACOSB e cooperados.

Por Redação, com informações da Assecom/Acosb
http://www.nominuto.com/noticias/economia/convenios-vao-permitir-a-expansao-da-raca-soinga-no-estado/70848/

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Seminário discute recuperação de áreas degradadas no semiárido



A recuperação de áreas degradadas e incorporação de carbono na biomassa vegetal nativa e no solo do semiárido do Rio Grande do Norte é tema de um Seminário que acontece na próxima quarta-feira, 1º de junho, no Auditório do CTARN, a partir das 8h da manhã, no Campus Leste da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. A realização e uma ação conjunta da UFERSA e da Petrobras. A inscrição é gratuita e será realizada antes da abertura do evento.

O Seminário, aberto a toda comunidade acadêmica, faz parte do Projeto Caatinga de Combate à Desertificação, realizado pela UFERSA, com a parceria da Petrobras e da USP, e coordenado pelo Professor Doutor, Jéferson Dombroski.  A proposta é apresentar a comunidade os resultados obtidos com o Projeto bem como os novos caminhos que serão percorridos.

O Projeto Caatinga de Combate à Desertificação foi iniciado pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido há dez anos, com a cooperação técnica com a JICA – Japan Internacional Cooperation Agency, organização interessada em desenvolver pesquisas na região do semiárido nordestino. A partir de 2009, o grupo de pesquisadores da UFERSA recebeu convite do Centro de Pesquisa da Petrobras – CENPE/PETROBRAS, para elaborar um projeto de recuperação de áreas degradadas da caatinga e de incorporação de carbono no solo e em biomassa florestal. O projeto foi efetivado em parceria com a USP. O Seminário irá apresentar os resultados obtidos, bem como os caminhos a ser percorridos daqui pra frente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Morada Nova em campanha para instalação do campus da UFERSA


Por Passos Jr

“O Vale necessita, Morada Nova merece”. Esse é o tema da campanha aberta nesta segunda-feira, 01/05, para mobilizar a classe política cearense e demais municípios do Vale do Jaguaribe para a instalação de um campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido naquela região. Atendendo o convite da Prefeitura de Morada Nova, o diretor da UFERSA Angicos, professor Edcarlos Alves, participou do ato público proferindo uma palestra sobre a experiência da UFERSA Angicos. 


Com plenário da Câmara Municipal José Leandro da Silva completamente lotado, o ato publicou mobilizou representação de todo o município. “Esse é um momento oportuno e positivo ao unir todos os segmentos da sociedade em prol da educação”, afirmou o professor Edcarlos Alves. Na sua explanação, utilizando multimídia, o diretor da UFERSA Angicos fez um verdadeiro passeio mostrando toda a infraestrutura do campus da Universidade do Semi-Árido da região do Sertão Central.

Segundo o professor Edcarlos Alves, a UFERSA Angicos conta atualmente com 781 estudantes matriculados e com uma equipe formada por 52 professores e 30 servidores técnico-administrativos. O campus oferece quatro cursos de graduação: Ciência e Tecnologia, Sistema de Informação, Computação e Matemática, além do curso de pós-graduação. 


Complementando a palestra do diretor do campus de Angicos, o professor Gleidson Marques, informou que apesar de possuir apenas três anos, a UFERSA Angicos já mudou a realidade do município. “Antes da instalação, o número de habitantes apresentava uma queda a cada censo, depois da UFERSA, o município registrou um aumento de 300 habitantes, passando de uma população de 11.300 para 11.600”, informou, tomando como dados o Censo 2010.

O professor disse ainda que a UFERSA Angicos desenvolve importantes ações e projetos, citando o Cajusol, o Conexões de Saberes, o Cessa, o PIBID e o Pet Conexões, que totalizam uma captação de recursos na ordem de R$ 3,5 milhões. Com relação às bolsas assistenciais e de monitoria direcionadas aos estudantes são mais R$ 100 mil por mês.  


ARGUMENTOS – Durante o ato público não faltaram argumentos para justificar a campanha em prol da instalação da UFERSA em Morada Nova. Para o professor cearense da UFERSA Angicos, Franciné Maia, o município além de dispor das necessidades sociais, possui também condições de infraestrutura para receber o campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

Segundo o professor, o município é o mais viável em termos populacionais, econômicos e de educação. Com relação à infraestrutura, Franciné Maia afirma que Morada Nova está localizada no cinturão digital do sertão o que facilita a comunicação com o resto do mundo. “Todos os cabos de fibra óptica de Fortaleza passam pelo município tornando Morada Nova diferencial em se tratando de transmissão digital”, explicou o professor, o que em muito facilitará o ensino na modalidade à distância. 


Outro argumento é a disponibilidade hídrica da região no “eixão das águas” que vai da Barragem do Castanhão ao Porto do Pecém. O município também dispõe de uma área de 103 hectares para a construção do campus, além de possuir estrutura urbana para recebe a universidade. “Diariamente, mais de 500 estudantes são transportados para cursar o ensino superior em outras cidades”, informou. Outra justificativa é a localização do município na região central do Vale do Jaguaribe.

EXPERIÊNCIA – O prefeito de Angicos, Ronaldo Oliveira, também convidado para o ato público reforçou a importância da união política e da sociedade para a instalação da UFERSA em Morada Nova. “A educação não tem cores partidárias e não existe progresso sem a educação”, discursou o prefeito, enaltecendo a contribuição da Universidade do Semi-Árido no desenvolvimento de Angicos registrado nos últimos dois anos. 


 “O que depender da administração municipal tudo será feito para que Morada Nova seja contemplada com o campus da UFERSA”, discursou o prefeito anfitrião, Glauber Barbosa, adiantando que o principal trunfo para essa conquista é o argumento técnico. A campanha, o “Vale Necessita, Morada Nova merece”, já está sendo veiculada nas redes sociais e através de adesivos espalhados por toda a região.

Para o deputado estadual, delegado Cavalcante, também presente no ato público, o próximo passo agora é mostrar para os demais municípios do Vale do Jaguaribe esse potencial técnico existente em Morada Nova. “Vamos realizar uma maratona junto à bancada cearense para mais essa conquista que será do Vale do Jaguaribe”, reforçou.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Aprovação da UFERSA Pau dos Ferros depende de força política



Os 33 prefeitos que compõem a região do Alto Oeste Potiguar devem se mobilizar para aprovação da UFERSA Pau dos Ferros. Apesar das obras de construção do novo campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido estarem em pleno andamento, falta ainda a aprovação do Ministério da Educação e Cultura a liberação das vagas para a realização de concurso público para professores e servidores técnico administrativos.

Na última sexta-feira, 15, o reitor da UFERSA professor Josivan Barbosa, esteve em Pau dos Ferros vistoriando o andamento das obras. Na ocasião, almoçou com os jornalistas da região do Alto Oeste para explicar a situação do novo campus. “Essa mobilização dos prefeitos deve ser feita com a proposta de unir a bancada federal no sentido de reivindicar em Brasília a aprovação dos concursos”, frisou o reitor.

O professor Josivan Barbosa explicou ainda que diferente da UFERSA Angicos e da UFERSA Caraúbas, que iniciaram as aulas sem possuir uma sede própria, a UFERSA Pau dos Ferros aconteceu o inverso. “Começamos construindo o campus, antes de termos os alunos e professores”, afirmou. O reitor salientou a importância do ato de autorização dos concursos pelo MEC para a UFERSA de Pau dos Ferros. “A sociedade da região deve reivindicar a adesão dos prefeitos para essa causa numa mobilização voltada para união dos parlamentares nessa questão de fundamental importância para o Alto Oeste Potiguar”, ratificou Josivan Barbosa.

A construção do campus da UFERSA Pau dos Ferros foi iniciada no dia 31 de janeiro com previsão de conclusão em 24 meses. Ao todo, estão trabalhando no canteiro de obras 80 operários. Ocupando uma área de 10 hectares, o campus tem a mesma estrutura da UFERSA Angicos. Segundo o reitor, inicialmente, quando entrar em funcionamento oferecerá 1.200 vagas no curso Bacharelado em Ciência e Tecnologia, beneficiando os jovens do alto sertão do Rio Grande do Norte, do Ceará e da Paraíba.

Aquicultores de Apodi inovam comercializando tilápia viva


Consumir o peixe fresco sem nenhuma dúvida sobre a sua procedência e estado de conservação. Essa é apenas uma das vantagens da comercialização da tilápia viva iniciada nesta quarta-feira, 20, no Mercado Público de Apodi. A iniciativa é da Associação dos Aquicultores do Apodi – AQUAPO, empresa incubada pela IAGRAM, a Incubadora do Agronegócio de Mossoró, mantida pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido.

“Estamos dando apoio a AQUAPO no que se refere à gestão administrativa empresarial como forma de consolidar as ações da Associação com a expansão da sua produção e beneficiamento da tilápia”, afirma o gerente da IAGRAM, Giorgio Mendes. A Incubadora acredita no potencial da AQUAPO para consolidar a sua marca no mercado ao oferecer um produto mais barato e de qualidade.


A AQUAPO, que é formada por 11 piscicultores, está inovando com essa nova forma de comercializar a tilápia. No primeiro dia, em menos de 30 minutos, foram vendidos 200 kg do pescado. “Estamos divulgando o Kit Feira para Peixe Vivo que foi doado pelo Ministério da Pesca para a nossa Associação”, explicou Geraldo Neto, um dos sócios da AQUAPO. Quem conseguiu comprar a tilápia pagou o preço de R$ 6,00 o kg. Geraldo adiantou que a ideia é passar a vender o peixe vivo na feira de Apodi sem intermediário.

“Peixe muito bom, bem novinho e de excelente qualidade”, opinou o consumidor Marcio Luiz Cordeiro, ao elogiar a iniciativa da AQUAPO. Outro morador de Apodi, Eisenhower Noronha Correia também aprovou a iniciativa. “Acho viável. O momento é oportuno para esse tipo de iniciativa”. A opinião é de Eisenhower Noronha acrescentando que o consumo de peixe deve ser incentivado uma vez que a região de Apodi tem grande potencial para a produção da tilápia em cativeiro. “O peixe é um alimento rico em ômega três e a população deveria introduzir a tilápia no cardápio pelo menos uma vez por semana”, aconselhou. 


Atualmente, a maior parte da produção da AQUAPO é direcionada para a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, que adquiri os 2.500 kg de tilápia, produzidos pela Associação e distribui gratuitamente para cerca de 1.100 famílias do município. A produção mensal da AQUAPO chega a 3 mil kg. A Associação dos Aquicultores do Apodi conta com o apoio da Emparn e da Secretaria de Agricultura e Pesca – SAP.

A AQUAPO faz parte do Projeto de Produção de Tilápia em Gaiola, mantida pela Emparn, possibilitando a capacitação dos associados com treinamento técnico e gerencial. “A meta é a viabilização da piscicultura de forma contínua, a expansão da atividade e o fortalecimento da economia local”, informou o bolsista, Rafson Sousa. O Projeto, que tem financiamento do CNPq, é coordenado pela engenheira de pesca, Ana Célia Araújo Barbosa, da Emparn.


Além da capacitação técnica, os aquicultores recebem todo o apoio logístico para a produção da tilápia em tanque de rede. O Projeto abrange toda a Região do Sertão do Apodi que inclui 17 municípios. Ao todo, são 70 gaiolas de um convênio com a Emparn/SAP e outras 110 estão sendo viabilizadas num projeto firmando em parceria com o DNOCS. Ainda dentro da parceria com a Emparn, a AQUAPO dispõe de uma unidade de beneficiamento, uma plataforma de despesca e um caminhão frigorífico.

Além do Ministério da Pesca e Aquicultura, a AQUAPO conta com um conjunto das ações desenvolvidas pela Emparn, Prefeitura do Apodi, Sebrae, Conab, IAGRAM, IF-Apodi e a Cooperativa de Pescadores e Aquicultores da Região do Sertão do Apodi.




Manual orienta sobre recuperação da Caatinga

A Embrapa Agrobiologia lançou o “Manual para recuperação de áreas degradadas por extração de piçarra na Caatinga”. A publicação apresenta os principais resultados práticos do projeto pioneiro, realizado nos últimos quatro anos, em parceria com a Petrobras UO-RNCE (Unidade Operacional - Rio Grande do Norte e Ceará) e a Universidade Federal Rural do Semiárido para revegetação destas áreas no Rio Grande do Norte. O projeto utilizou como base a tecnologia de recuperação de solos degradados, já desenvolvida pela Embrapa e aplicada com sucesso em outras regiões do país.

Dividido em quatro capítulos, o manual, inédito, pretende ser um balizador para a recuperação de áreas degradadas na Caatinga. O primeiro capítulo faz uma abordagem sobre os principais aspectos geofisiográficos deste bioma e sua degradação. O segundo aborda, em detalhes, todo o processo de produção de mudas de espécies florestais com potencial de uso na revegetação dessas áreas. Na sequência, são abordados aspectos práticos para a recuperação de jazidas de extração de piçarra, incluindo o ordenamento e a preparação da área, a aplicação de solo superficial e o plantio de mudas.

No quarto e último capitulo, são relatados os principais resultados de um estudo piloto que avaliou, em seis jazidas de piçarra com características distintas, a adaptação e o desenvolvimento de diferentes espécies arbóreas, assim como a adequação da aplicação de solo superficial como possível acelerador do processo de recuperação ambiental dessas áreas.

A equipe responsável pelo projeto acredita que serão necessários estudos adicionais para aperfeiçoamento da tecnologia, como, por exemplo, a seleção de novas espécies vegetais. Mas por outro lado, há um consenso de que, com o nível de conhecimento atual, já é possível recuperar essas áreas de extração de piçarra na Caatinga com espécies predominantemente nativas da flora desse bioma.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Caatinga apresenta uma das maiores áreas sujeitas a desertificação no Brasil. Esse bioma tem perdido suas características devido ao uso irracional das atividades socioeconômicas, que vão desde a exploração de madeira para combustível até a substituição da vegetação nativa por práticas agrícolas inapropriadas.

Por Ana Lucia Ferreira
Fonte: Embrapa Agrobiologia

ENTREVISTA: Professor Josivan Barbosa, Reitor da UFERSA


No próximo dia 13 de maio é comemorado o Dia do Zootecnista. Aproveitando a data, o reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido falo sobre o curso de Zootecnia da UFERSA.


1 - Como você avalia o curso de Zootecnia hoje na UFERSA?

O curso de Zootecnia da UFERSA é um dos melhores do Norte e Nordeste. Possui um quadro de docentes altamente qualificado junto à CAPES e ao CNPq e também junto à FINEP. Prova disto é que os seus docentes implantaram nos últimos anos dois cursos de mestrado e um de doutorado. Além disso, os docentes de zootecnia têm aprovado importantes projetos de pesquisa, cujos recursos estão servindo para a construção de complexos de laboratórios para aproveitamento pelos discentes em programas de iniciação à pesquisa. Um bom exemplo é o que apresentamos abaixo:
§        Construção do Centro de Laboratórios Integrados em Ciência Animal e Recursos Hídricos do Semiárido (CI – UFERSA);
·        A construção do edifício foi iniciada na primeira semana de julho -2008.
·        O CI – UFERSA será integrado pelos seguintes laboratórios:
1.     Laboratório de Biometeorologia e Bem Estar Animal
2.     Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal
3.     Laboratório de Inspeção de Produtos de Origem Animal
4.     Laboratório de Limnologia e Qualidade de Água
5.     Laboratório de Biometria e Triagem
6.     Laboratório de Sanidade Aquática
·        O CI – UFERSA contará também com um miniauditório;
·        A obra foi concluída em dezembro de 2009.

2 - No ano de 2003 foi implantado o Curso de Zootecnia aqui na UFERSA, quais foram os desafios (se existiu) e os objetivos concretizados para sua aprovação?

O curso de Zootecnia foi um dos dois cursos que colocamos para funcionar no início de 2004. Naquela oportunidade já havíamos ultrapassado as dificuldades da divisão dos departamentos, quando tomamos a decisão de criar o departamento de Ciência Animal a partir da fusão dos antigos departamentos de zootecnia e departamento de Medicina Veterinária. Esta fusão trouxe muitos benefícios. Os docentes passaram a trabalhar mais integrados com a problemática regional e como fruto direto da fusão tivemos a implantação das pós-graduação em Ciência Animal e em Produção Animal.

3 - Para você, como Reitor, qual o significado da Zootecnia na UFERSA para Mossoró e região?

O curso de Zootecnia responde pelas principais demandas do setor produtivo regional. Aos poucos o curso assume importância em todo o Semiárido com a formação de zootecnistas capazes de desenvolver tecnologia sustentável para as principais micro-regiões de atuação da UFERSA tais como: bovinocultura de leite no  sertão central do Ceará e no Seridó do Rio Grande do Norte, caprinovinocultura no Sertão Central do RN e na Chapada do Apodi, bovino de leite e de corte na região do Agreste do RN e apicultura em praticamente todo o Semiárido, além de outras cadeias produtivas que estão despontando na região de atuação da UFERSA.

4 - Considerações finais, mandar uma mensagem para os alunos presentes na disciplina e os alunos de Zootecnia, pelo seu dia, 13 de maio?

DESEJO A TODOS OS QUE FAZEM A ZOOTECNIA DA UFERSA UM FELIZ DIA DO ZOOTECNISTA. CONTEM SEMPRE COM O APOIO DA REITORIA PARA O DESENVOLVIMENTO E A CONSOLIDAÇÃO DAS AÇÕES DE PESQUISA, ENSINO, EXTENSÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO QUE FARÃO DA ZOOTECNIA UM IMPORTANTE CAMPO DE TRABALHO NO SEMIÁRIDO.