domingo, 16 de novembro de 2008

HISTÓRIA DA FRUTICULTURA BRASILEIRA 2006

ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA I
O Anúario Brasileiro da Fruticultura edição 2006 trouxe um artigo especial denominado: A Fruticultura Cresce. O artigo é de responsabilidade do presidente do IBRAF (Instituto Brasileiro de Frutas), Moacyr Saraiva Fernandes, bastante conhecido dos produtores de frutas do Nordeste. O artigo informa que a produção brasileira de frutas é de 39 milhões de toneladas, cujo valor bruto situa-se entre U$ 5,4 e 5,8 bilhões, sendo prioritariamente destinada a suprir o mercado interno. Deste total, apenas 2,3% da colheita é exportada, o que corresponde a 827.708 toneladas.

UVA
A uva constituiu-se no grande destaque das exportações brasileiras de frutas em 2005. A espécie alcançou U$ 107, 276 milhões, atingindo 51,212 mil toneladas. Mais de 90% das uvas finas de mesa que vão para o exterior saem do pólo de Petrolina e de Juazeiro, no Vale do São Francisco. Essa região ocupa área irrigada de 200 mil hectares.

ABACAXI
Em 2005, o abacaxi brasileiro teve acesso a 15 países, melhor marca registrada desde 2003, quando chegou a 16. Houve uma verdadeira virada. O estado do Ceará, com o incentivo à instalação de novas empresas e o conseqüente sucesso destas no mercado externo, a União Européia, maior mercado comprador mundial, passou a responder pela principal fatia nos embarques do abacaxi brasileiro. O Ceará já figura como o principal exportador dessa fruta do país, seguido dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Norte e Bahia. Juntos, responderam, respectivamente, por cerca de 62%, 22%, 6%, 5% e 3% do volume de abacaxis frescos ou secos negociados ao exterior em 2005.

BANANA
Atualmente, o Brasil é o segundo produtor mundial de banana. O primeiro é a Índia. Em 2005, a colheita foi de 6,6 milhões de toneladas. O estado de São Paulo colheu 1,1 milhão de toneladas. A Bahia colheu 867.392 toneladas, seguida de Santa Catarina, com 654.862 toneladas. O Rio Grande do Norte colheu 200 mil toneladas e apresentou a melhor produtividade, com média de 31.400 quilos por hectare. O nosso Estado foi o grande destaque na pauta de exportação.

LIMÃO TAHITI
Em 2005, as vendas externas de limão tahiti foram de 44.258, 172 toneladas, atingindo U$ 26.300,078. No nordeste, o destaque na exportação de limão tahiti continua sendo o estado do Piauí. Os exportadores de limão estão lutando pela isenção da taxa de importação para a Europa, que atualmente é de 8,9%. A reivindicação está sendo tratada nas discussões do acordo bilateral entre Mercosul e União Européia, o chamado Tratado de Doha, da Organização Mundial do Comércio. O principal concorrente brasileiro é o México que está isento da taxa de importação para a Europa.

MAMÃO
O Sul da Bahia é tradicional produtor e exportador do mamão papaia. Já o Rio Grande do Norte trabalha com a cultura há cerca de três anos, cujos resultados são muito animadores. Por aspectos técnicos, o RN e o Sul da Bahia conseguiram autorização do Governo Americano para a exportação. Foi, sem dúvidas, uma grande conquista para os produtores. Além dos Estados Unidos, a União Européia também se configura como um grande cliente. Os principais estados exportadores de mamão em 2005 foram Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Bahia. Juntos responderam por mais de 80% do volume exportado. No Rio Grande do Norte, a produção concentra-se na região Agreste, com três empresas integradoras que trouxeram e adaptaram o conhecimento tecnológico com a cultura já disponível para a Região de São Mateus e Linhares no Espírito Santo.

MANGA
O Vale do São Francisco responde por 92% das exportações nacionais da manga. Em 2005, o Brasil embarcou 113.758, 342 toneladas, proporcionando receita de U$ 72, 526 milhões. As mangas brasileiras destinam-se, em grande parte, à Europa (74%) e aos Estados Unidos (20%). No ano passado aconteceram envios para o Japão. Apesar de realizar compra ainda pequena – em torno de 5 mil toneladas-, o Japão é considerado uma vitrine na conquista de outros consumidores asiáticos. O Rio Grande do Norte possui uma grande empresa, Finobrasa, do Vale do Assu que exporta manga para os três mercados (Europa, Estados Unidos e Japão). A área plantada com a cultura no Estado sofreu um grande atraso com a descontinuidade da atuação da agroindústria Frunorte, verificado a partir de 1998. Naquele ano a empresa possuía uma área plantada acima de 400 hectares. Era a principal empresa produtora de manga do Agropólo Mossoró-Assu e circunvizinhos. Estes pomares – localizados nas fazendas Martins, Água Branca eBaviera - foram abandonados causando um grande prejuízo para a indústria de frutos do RN.

MELÃO
Apesar da desvalorização cambial, que prejudicou de forma geral a todos os segmentos exportadores, o melão brasileiro conseguiu manter um bom desempenho no mercado internacional em 2005. As vendas externas atingiram 179.830 toneladas, o que representou U$ 91.478, 533 em receita. Os principais mercados ainda são os países europeus, com destaque para a Espanha, Reino Unido, Alemanha e Itália. O Rio Grande do Norte ainda é o principal produtor e exportador de melão, seguido do nosso vizinho, o Ceará. Boa parte da produção do Rio Grande do Norte é exportada pelo Porto do Pecém, o que torna o Ceará um grande exportador. As agroindústrias Del Mont Fresh Produce e a Agrícola Famosa são as principais empresas que exportam o melão pelo Porto do Pecém.