segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Embrapa busca "superpeixe" nacional "

GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de outras 17 instituições de pesquisa iniciaram um mutirão para baratear a produção e popularizar o consumo de peixe e camarão no Brasil. Mais ou menos como foi feito com o frango, há 20 anos.
Batizado de Aquabrasil, o projeto está fazendo um amplo trabalho de melhoramento genético com as quatro espécies consideradas mais aptas e viáveis economicamente no país: tilápia, cachara, camarão-branco e tambaqui.

Antes de começar o processo de reprodução, cada animal é analisado. Os cientistas removem um pequeno pedaço da barbatana, que passa por um exame de DNA para determinar a composição genética do pescado.
Depois, os bichos com as características consideradas mais desejáveis são selecionados. Normalmente, há preferência por cruzamentos entre animais geneticamente mais distintos entre si.
Isso contribui para que os filhotes e futuros descendentes sejam mais resistentes a algumas doenças.
"Todas as culturas que têm grande aceitação no Brasil, como a soja, o milho e até o gado bovino, passaram por longos processos de melhoramento genético como esse", diz Emiko Resende, pesquisadora da Embrapa Pantanal que chefia o trabalho.
Embora pareça fácil, encontrar exemplares distantes geneticamente pode ser bem trabalhoso. Sobretudo no caso da cachara (Pseudoplatystoma reticulatum), um peixe de couro (sem escamas), com baixo teor de gordura e sem espinhas intramusculares.
"A cachara é como o salmão: tem identidade de origem. Toda a bacia hidrográfica do Pantanal tem a sua família. Por isso, é mais difícil e trabalhoso", disse Resende.

GORDINHOS
Em dois anos de existência, o projeto já conseguiu um resultado expressivo: diminuiu em até três meses o tempo necessário para que as tilápias cheguem ao peso ideal de abate.
A linhagem de tilápia (Oreochmoris niloticus) usada no Aquabrasil é oriunda da Malásia. Ela é conhecida como Gift (sigla em inglês para tilápia geneticamente melhorada para a criação) e já se adaptou bem ao país.
Antes, dependendo das condições climáticas e dos recursos de criação, a espécie demorava até seis meses para o ganho completo de peso. "Quando conseguimos melhorar a espécie, as outras coisas caminham juntas. Se nós diminuímos o tempo de criação, o que se gasta com ração e outros cuidados também é reduzido. E isso é fundamental para baratear a produção", disse Resende.
E os produtores não precisam esperar muito. Após uma etapa de melhoramento ser concluída com sucesso, seus exemplares já são disponibilizados para criadores.

RAÇÃO VIP
Os cientistas trabalham para potencializar o ganho de peso. O objetivo é que cada geração melhorada de Gift seja 15% mais pesada. O projeto também está trabalhando no melhoramento das rações. Além de influírem diretamente no processo de engorda, se usadas incorretamente, elas também podem dar um gosto ruim à carne.

"Aquele gosto de barro que muitos peixes de criação têm é provocado principalmente pela ração que não foi totalmente absorvida e acabou sobrando na água", afirmou Resende.

ATÉ A ESPINHA
Como um dos objetivos do projeto também é criar uma cadeia sustentável de produção, os pesquisadores estão investindo no aproveitamento total dos animais.

Depois de retirado o filé, são usadas máquinas especiais que conseguem separar o que sobra de carne das espinhas. Esse material é usado para fazer produtos com valor agregado, como kibes e hambúrgueres de peixe.

As vísceras podem virar ingredientes para ração ou material usado em adubo.
"Estamos trabalhando para levar essas técnicas ao produtor. Queremos que sejam aproveitadas tanto pelos grandes quanto pelos pequenos criadores", completa Emiko Resende.

Governo lança livro com propostas para inovação sustentável Biomassa, Amazônia e energia nuclear devem estar no foco de políticas de ciência


SABINE RIGHETTI DE SÃO PAULO

O governo lança hoje o "Livro Azul" da ciência e tecnologia, que traz um diagnóstico da inovação no Brasil e propostas para orientar futuras políticas públicas. A ideia é que o documento faça parte do "PAC da ciência"- o próximo plano plurianual do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia), de 2011 a 2014, na gestão de Aloizio Mercadante.

A espinha dorsal dessa edição são as inovações voltadas para o desenvolvimento sustentável e para a preservação ambiental. "Precisamos atacar as tecnologias estratégicas, por exemplo, para a Amazônia", disse o físico Luiz Davidovich, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Ele coordenou a 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu em maio e cujas discussões deram origem ao livro. "Isso significa explorar alternativas que não sejam a indústria madeireira ou a pecuária, como os fitoterápicos", completou Davidovich.

Outra área considerada promissora no país é a bioenergia que, de acordo com a publicação, pode gerar crescimento e criar empregos. O "Livro Azul" considera que, com tecnologia, é possível aumentar a produção de etanol sem expandir a área de cultivo de cana. Frisa ainda a necessidade de investimento em pesquisa na área. "Também temos de trabalhar com biomassa e energia nuclear, áreas em que não estamos ainda muito bem situados", analisou o físico.

REVOLUÇÃO

Deixando de lado a ciência propriamente dita, o "Livro Azul" ressalta a necessidade do que chamou de uma "revolução na educação". A meta é simples: essencialmente universalizar a educação básica de qualidade. Isso porque os projetos previstos para as próximas décadas requerem um grande número de profissionais. "A formação dessas pessoas pressupõe educação de qualidade para todos os brasileiros", concluiu Davidovich. O "Livro Azul" dá continuidade ao livros "Verde" e "Branco", publicados antes e depois da 2ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, realizada em 2001.

Usina de ondas está a um mês da operação


Antes programada para este fim de ano, a usina de ondas do Pecém, a primeira do tipo no Brasil, irá iniciar as suas operações em janeiro de 2011. Ainda esta semana, os equipamentos que faltam para montar a estrutura do empreendimento piloto devem chegar ao porto.

Estão para chegar a câmara hiperbárica e o flutuador, que completarão a estrutura. De acordo com o gerente do projeto, Eliab Ricarte, a usina irá funcionar por 12 a 18 meses para aprimorar sua tecnologia. "Quando tivermos um conhecimento maior, faremos um equipamento definitivo, a ser instalado no novo quebra-mar a ser construído aqui no Pecém", diz.

Segundo ele, o Ceará está com este protótipo, juntamente com outros países da Europa, na corrida para o desenvolvimento de uma tecnologia viável para a utilização comercial das usinas de ondas. O projeto cearense terá capacidade de produzir 100 kW, o equivalente ao consumo de 60 casas do padrão médio de consumo de energia elétrica no Estado. "Não se decidiu ainda qual máquina será acertada no mundo. Pode ser a nossa, pode ser a de Portugal, ainda não se sabe", diz.

A usina está sendo desenvolvida em parceria da empresa Tractebel, da Cearáportos e das universidades federais do Ceará e do Rio de Janeiro. O investimento nesse projeto é de R$ 12 milhões, sendo R$ 1 milhão de contrapartida do Governo do Estado (em parceria com a Universidade Federal do Ceará) e R$ 11 milhões da Aneel, oriundos do item Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologias da Tractebel. (SS)

Produção

100 kilowatts (kw) é a capacidade de produção da usina de ondas do Pecém.

ATUAL AMPLIAÇÃO

Tmut: primeiro berço em fevereiro

A atual etapa de expansão do Porto do Pecém, que é a construção do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut), entregará a sua primeira fase em fevereiro do próximo ano, para estar pronta em março. Até o momento, 75% da obra estão concluídos.

De acordo com o presidente da Cearáportos, Erasmo Pitombeira, o novo terminal porá fim à espera dos navios para atracação no porto. Esta espera é um problema que já foi noticiado pelo jornal este ano.

Movimentação

O Tmut, que irá concentrar toda a movimentação de contêineres do Pecém, contará com dois berços para atracação de embarcações. O primeiro delas será entregue até o dia 20 de fevereiro. O segundo continuará o seu acabamento e estará pronto até o fim de março. Com o novo terminal, a capacidade estimada de movimentação de contêineres será ampliada dos atuais 150 mil TEUs/ano para 750 mil TEUs/ano.

Quebra-mar

A ampliação do quebra-mar em mil metros já está concluída, fazendo com que o porto já esteja livre das chamadas ondas swell, que atrapalham a manobra dos navios no porto.

De acordo com Pitombeira, já existem contratos fechados para utilizarem o terminal quando pronto. "Ele vai acabar com as filas de navios, que às vezes ocorrem. Teve navio que já esperou cinco dias para atracar. O normal é entre três e oito horas. Com o Tmut, a atracação será imediata, que é o ideal", garante Pitombeira. (SS)

Parque do Ipu, no Ceará, soma R$ 27 mi em obras


Wilson Gomes - Colaborador

Municípios da Zona Norte vão ter o turismo dinamizado com os atrativos do Parque Ecológico da Bica do Ipu. A primeira etapa do projeto de construção do Parque Ecológico da Bica do Ipu deve ficar pronta até julho de 2011. O valor total da obra soma média de R$ 27 milhões, com conclusão em 18 meses. De acordo com um dos responsáveis pela execução, Marcos Belo, representante da Construtora Enpecel Engenharia, neste primeiro momento estão sendo construídos a entrada principal, a área de estacionamento e o restaurante. "Estamos trabalhando por etapa. Nesta primeira fase, iremos entregar o estacionamento com a construção do pórtico de entrada, do obelisco, que representa o marco da obra, e o restaurante. Com isso, o parque já poderá receber visitação enquanto se dará continuidade à construção dos demais equipamentos do complexo", disse ele. 

A área da cascata da bica do Ipu, com seus 120 metros de altura, está interditada desde o final de julho. A construção do Parque Ecológico é um projeto da Prefeitura Municipal para aperfeiçoar o turismo na região. Tem a bica como um de seus pontos turísticos. O projeto prevê a construção de estacionamento para 123 carros, acesso ao parque com guarita e catracas, biblioteca de três pavimentos com varandas, quiosques, anfiteatro, revitalização do jardim botânico e trilhas ecológicas, além de bondinho, mirante, lago para pedalinho, trilhas, chalés, restaurante e teleférico. 

Com a construção desse novo complexo turístico na região, que deverá impulsionar a visitação a outros Municípios próximos, como Ubajara, Viçosa do Ceará e Carnaubal, por exemplo, haverá espaço para o esporte ecológico, como arvorismo, rapel e tirolesa. O lago terá espaço para quem gosta de andar com pedalinho e caiaque. Na época da assinatura da ordem de serviço, o prefeito de Ipu, Sávio Pontes, chegou a destacar que o Parque Ecológico será uma atração turística regional. "É uma grande opção turística para o Estado do Ceará", destacou também o prefeito. 

A obra está sendo financiada com recursos do Governo do Estado e do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), responsável pela maior parte dos recursos, na ordem de R$ 23,8 milhões; seguido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Turismo (Setur), com R$ 2,8 milhões. O restante, R$ 259,7 mil, é contrapartida do Município de Ipu. O Prodetur é uma iniciativa do Ministério do Turismo, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Importância histórica
O complexo turístico de 91,4 hectares (914 mil metros quadrados) visa incrementar ainda mais a atratividade da região, assim como requalificar um local de importância histórica e cultural para o Estado. O parque vai receber uma série de intervenções com arquitetura sustentável, em sintonia com a paisagem natural. Os postes de iluminação e tirolesa em são feitos de eucalipto e todo o madeiramento proveniente de reflorestamento. Todas as instalações devem ser acessíveis para pessoas com necessidades especiais. Também vai ser criado o Parque das Águas, com lago artificial e fonte, hotel com sete chalés e dois restaurantes, sendo um com mirante; além de área para camping com quatro hectares e estrutura de apoio. Os equipamentos vão criar uma ambiência necessária para o conforto do visitante e desenvolvimento de atividades econômicas e também esportivas. A área é muito propícia para a prática de esportes radicais, como asa delta e parapente. 

A bica do Ipu é formada pelas águas perenes do riacho Ipuçaba, cuja nascente é localizada no Sítio São Paulo, no alto da Serra da Ibiapaba. Trata-se de uma Área de Proteção Ambiental (APA), uma unidade de conservação de uso sustentável. Foi criada, por decreto, em janeiro de 1999, e abrange uma área de 3.484,66 hectares. Atrações 91,4 hectares é a área total do complexo turístico, que prevê, entre as atrações, tirolesa em eucalipto, Parque das Águas, hotel com sete chalés, restaurantes, bondinho e mirante.

 MAIS INFORMAÇÕES Prefeitura de Ipu, Rua Abílio Martins, S/N, Centro, (88) 3683.2021 (88) 3683.2022, www.ipu.ce.gov.br, comunicacaosocial@ipu.ce.gov.br

BONDINHO DE UBAJARA - Terminal do teleférico será reformado Com orçamento previsto de R$ 2 milhões, o Bondinho de Ubajara deve passar por nova intervenção em 2011 Sobral. Outro ponto que impulsiona o turismo na Zona Norte é o bondinho de Ubajara, que fica no Parque Nacional de Ubajara. Este equipamento deverá passar por uma nova intervenção a partir do próximo ano, com a reforma do terminal de passageiros do teleférico. 

O edital para a execução da obra já foi enviado pela Secretaria do Turismo do Estado (Setur) à Procuradoria Geral do Estado (PGE) para licitação. A nova estrutura está orçada em cerca de R$ 2 milhões e pretende oferecer melhor conforto e segurança aos visitantes da Gruta de Ubajara, no que se refere à infraestrutura de acesso. A previsão é de que s envelopes com as propostas serão abertos em 11 de janeiro de 2011. 

O passeio de teleférico é uma das atrações do Parque Nacional, na Serra da Ibiapaba. O bondinho, suspenso por cabos de aço, leva os visitantes ao alto do mirante, de onde se pode apreciar uma das paisagens mais belas da caatinga. No Parque, distante 3km do Centro da cidade, com 1.120m de extensão, o turista pode contemplar diversas formações rochosas como estalagmites e estalactites. Do topo do planalto até sua base, onde está a entrada da gruta, são 426 metros de descida, equivalente a um prédio de 111 andares. Foi fabricado há quase 40 anos. No início da década de 90, o bondinho, que faz o percurso em três minutos e capacidade para levar e trazer sete passageiros, passou por uma grande reforma. 

Projeto de obras 

As novas intervenções e o projeto a ser executado, segundo a Setur, objetiva oferecer melhores condições aos turistas. Vão atingir as plataformas, superior e inferior. A superior terá estrutura metálica em arco e pele em vidro, laminado incolor com espessura de 10mm, dentre outros detalhes técnicos. Na inferior, na estrutura da base será instalada estrutura metálica complementar para suporte e fixação de placas em vidro temperado laminado incolor com espessura de 24mm.
MAIS INFORMAÇÕES Parque Nacional de Ubajara Rodovia da Confiança, 187 Município de Ubajara - Zona Norte Telefone: (88) 3634.1188