quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A bancada da região nordeste apresentou proposta que pretende combater as carências científicas e tecnológicas de cada Estado da região. Confira na reportagem publicada no Diário do Nordeste.

Plano visa desenvolver setor científico e tecnológico do NE

A Região Nordeste já tem um Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, como forma de alavancar o desenvolvimento sustentável da região e combater as perdas de recursos dos Fundos Setoriais. Essas perdas são decorrentes da falta de capacitação de alguns Estados para elaborar projetos consistentes para captar financiamentos dos editais nacionais do setor de Ciência e Tecnologia.

Aprovado pelos 153 deputados que compõem a bancada nordestina na Câmara Federal, o plano prevê a criação do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Nordeste (FDCTN) e do Conselho de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Nordeste (CDCTN), que decidirá sobre a aplicação dos recursos, respeitando as especificidades e demandas de cada Estado.

De acordo com o deputado Ariosto Holanda (PSB-CE), relator do projeto, muitos Estados não conseguiam sequer acessar os editais de financiamento, fazendo com que a região Centro-Sul avançasse sobre as sobras de recursos que poderiam ser destinados às regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Juntas as três regiões, em apenas oito anos, deixaram de receber R$ 578 milhões em investimentos de Ciência e Tecnologia, porque a maioria dos seus Estados não atendia às exigências dos editais nacionais.

"Quando fazem nacionalmente um edital, passamos a tratar igualmente os desiguais. Na distribuição dos recursos havia uma desigualdade total", avaliou o deputado.

Segundo o levantamento do próprio Ariosto Holanda, de 1999 a 2007, as três regiões deixaram de receber R$ 445 milhões dos Fundos Setoriais e outros R$ 133 milhões do CT-Petro, um fundo da Petrobras.

Disparidades
As disparidades ocorrem também entre os estados de cada região. Pelos cálculos de Holanda, no mesmo período o Piauí recebeu apenas R$ 12 milhões dos Fundos Setoriais contra R$ 21 milhões do Maranhão, R$ 23 milhões de Sergipe, R$ 28 milhões de Alagoas, R$ 72 milhões da Paraíba, R$ 111 milhões do Rio Grande do Norte, R$ 127 milhões do Ceará, R$ 151 milhões da Bahia e R$ 187 milhões de Pernambuco.

Com o Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste, que já conta com o apoio do ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, Holanda acredita que poderá mudar a regra do jogo da captação de recursos para a área de Ciência e Tecnologia, reduzindo as desigualdades tanto de região para região quanto entre os Estados de uma mesma região.

Qualificação
O governador Cid Gomes avalia que o Nordeste é uma das regiões brasileiras onde a deficiência de qualificação da mão-de-obra e a baixa capacidade tecnológica têm representado obstáculos para a vinda de projetos estruturantes.

"O plano terá papel primordial na construção de diretrizes que viabilizarão recursos para o desenvolvimento da nossa região porque, sobretudo, valorizará a vocação e proporcionará o fortalecimento das instituições que operam C&T de casa Estado e combaterá, em sua essência, as carências de cada região".

Para o líder da bancada nordestina na Câmara, o deputado Zezéu Ribeiro (PT-BA), a aprovação do Plano representa a maturação de uma política pública e de criação de instrumentos para diminuir as desigualdades regionais. "O ideal seria que a cada projeto que entre na Câmara, a nossa bancada que tem uma tradição de se reunir, pergunte: E O Nordeste, como entra aí?", ressaltou o parlamentar baiano.

Já o deputado federal Colbert Martins Filho (PMDB-BA) acredita que o projeto da bancada nordestina pode representar o começo da redenção do Nordeste brasileiro, historicamente relegado a segundo plano na aplicação das macropolíticas de desenvolvimento.

O presidente do Conselho dos Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), René Barreira, manifestou irrestrito apoio ao Plano. De acordo com a avaliação dele, a destinação de recursos dos Fundos Setoriais, em escala diferenciada, para beneficiar as regiões menos desfavorecidas do País, é um mecanismo de compensação que precisa ser utilizado com urgência e em todo o seu potencial. Tanto mais porque os recursos que deixam de vir serão utilizados para fomentar o avanço científico e tecnológico, que está na base de um desenvolvimento sólido e sustentável".

FUNDOS SETORIAIS

Região tem direito a 30% dos recursos

O Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico prevê que o percentual de 30% dos recursos dos Fundos Setoriais destinados ao Nordeste sejam alocados diretamente para os estados da Região, independentemente dos editais. Ainda em fase de discussões, até o início de fevereiro o Plano para a região tinha um nó que precisava ser desatado: qual seria o principal agente financiador?

O deputado Ariosto Holanda defende que seja o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que já dispõe do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o Fundeci. Já o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, queria manter como agente financeiro dos Fundos Setoriais a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a agência de fomento do MCT.

Uma solução conciliatória, na opinião de muitos deputados da bancada nordestina, como Fernando Ferro (PT-PE), seria a assinatura de convênio entre o BNB e a Finep.

Para tanto, no início do mês, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, autorizou a instalação de uma agência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) dentro do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), em Fortaleza, para operar com os recursos dos fundos setoriais para a região Nordeste.

Segundo Ariosto Holanda, Resende acatou a proposta de criação do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Nordeste, a ser presidido pelo ministro e composto por instituições regionais do setor para definir critérios de aplicação dos recursos dos fundos setoriais destinados à região, cerca de R$ 200 milhões por ano.

De acordo com o parlamentar cearense, Sergio Rezende pretende instalar o Conselho no Instituto Nacional de Tecnologia do Nordeste (Cetene), em Recife, pertencente ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "A ideia de vincular o Conselho ao Cetene é boa, e tem razões para isso. Lá já tem instalações", disse Sergio Rezende.

De acordo com o ministro, as discussões sobre o assunto serão aprofundadas, no próximo mês, durante o Fórum dos Governadores do Nordeste, que ocorrerá no Maranhão.

"O ministro gostou do Plano e quer partir para a operacionalização. Senti nele uma disposição muito boa", disse Ariosto.

A instalação da agência da Finep no BNB visa a não interrupção do fluxo de recursos dos fundos setoriais e o fato da instituição de fomento do MCT possuir a cultura dos editais. "Cada estado vai definir o que é importante para ele. Se o Piauí, o que é importante é formar mais mestres e doutores, é ter mais bolsa de pesquisa e de extensão, que seja aplicado recurso para isso", defendeu Ariosto.

O Plano estabelece ainda a integração da cadeia do conhecimento, composta pelo ensino funda mental e médio, o ensino profissionalizante, a graduação, a pós-graduação, a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a extensão e transferência de tecnologia, tudo isso articulado ao mercado.

Áreas prioritárias

Ele atenderá prioritariamente a projetos voltados para as áreas de informação tecnológica, capacitação tecnológica da população, capacitação física e laboratorial das instituições, extensão tecnológica, pesquisa básica e aplicada e inovação tecnológica. Além disso, serão contemplados programas como a implantação de centros vocacionais tecnológicos (CVTs), parques tecnológicos, produção de biodiesel, popularização da ciência e olimpíadas de matemática, dentre outros assuntos.


DESIGUALDADE

578
milhões de reais é o valor que as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste deixaram de receber em investimentos de Ciência e Tecnologia durante oito anos

445
MILHÕES de reais é o valor que as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste deixaram de receber dos Fundos Setoriais, no período de 1999 a 2007, segundo Ariosto Holanda

O que eles pensam:

A importância do Plano para o Nordeste

A equação do desenvolvimento sustentável brasileiro pressupõe o resgate da dívida social e a redução das desigualdades regionais. A proposta de Ariosto Holanda cumpre essa diretriz propondo um plano de ciência e tecnologia para o Nordeste capaz de alocar de forma justa e democrática os recursos necessários ao desenvolvimento científico e tecnológico da nossa região. Por tudo isso, essa proposta com o apoio e entusiasmo dos que fazem o IFCE.

CLÁUDIO RICARDO GOMES/REITOR DO IFCE

O Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste já se fazia esperar há muito tempo. Nos últimos anos, o Nordeste se capacitou e hoje conta com um expressivo potencial em recursos humanos. Concentrada nas universidades, essa massa crítica está pronta para desenvolver pesquisas, nas mais diferentes áreas, de modo a oferecer respostas aos desafios sociais e promover o crescimento econômico da região. Basta apenas que disponibilizem os recursos necessários.

JESUALDO PEREIRA/REITOR DA UFC

O Plano de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste, concebido pelo deputado federal Ariosto Holanda e assumido pela Bancada Federal nordestina, tem o mérito de deslocar para a região o poder de decisão no estabelecimento das prioridades na aplicação dos recursos, bem como na sua operacionalização. Nesse novo panorama, destaca-se o Banco do Nordeste, que já detém um conhecimento amplo das instituições de P&D, bem como das empresas potencialmente capazes de desenvolver as inovações, o que permitirá otimizar os benefícios para a sociedade nordestina.

ROBERTO MACÊDO/PRESIDENTE DA FIEC



Reportagem: JULIANNA SAMPAIO

ESPECIAL PARA A NACIONAL

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A. L. cearence recebe projetos para emancipação de novos Municípios na Região do Semiárido

A região do Semiárido pode ganhar novos municípios. A proposta já está sendo analisada na Assembléia Legislativa do Ceará. Confira na reportagem.

Fortaleza. Desde a promulgação da Lei Complementar Nº 84, em dezembro de 2009, associações de distritos cearenses elaboraram projetos para obter a emancipação. No entanto, para que surja uma cidade e a geografia do Estado sofra mudanças na marcação territorial, é preciso vencer desafios, muitas vezes relacionados à falta de estrutura física e serviços básicos oferecidos à população. Atualmente, a lista da Comissão de Triagem, Elaboração de Projetos e Criação de Novos Municípios da Assembleia Legislativa possui 24 solicitações para a criação de novos municípios. Todas as cidades apresentam realidades distintas, mas um único objetivo: tornar-se independente do município que o gerencia.

É longo o processo até a sua conclusão. Cada distrito a ser emancipado deve se enquadrar nos quesitos necessários para que a nova cidade venha a se manter financeiramente com os recursos provenientes do tesouro nacional, como os repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recursos do Estado e, ainda, a contribuição fiscal do próprio município.

O conhecimento da população também é imprescindível. De acordo com o artigo 5º da LC, o processo de criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios só terá início mediante requerimento de deputado ou de entidade, por meio de Projeto de Iniciativa Compartilhada e ainda ser assinada por, no mínimo, 100 eleitores domiciliados na área territorial.

Segundo o presidente da Comissão, Luiz Carlos Mourão Maia, os distritos que se enquadram nos quesitos, podem enviar os projetos. Dois deles, Mundaú, em Trairi; e Icozinho, localizado no município de Icó, apresentaram suas propostas e os representantes argumentaram que os projetos de tornarem-se emancipados parte do interesse de gerenciar os recursos e atingir mais diretamente a população que, muitas vezes, encontra-se distante da sede e longe das políticas públicas.

De acordo com o assessor de projetos e comunicação da Associação de Desenvolvimento Artístico, Cultural e Humano de Mundaú (Aprodart), Aldenor Holanda, o distrito tem condições para ser emancipado, principalmente porque apresenta potencial econômico, como a pesca.

Mesmo assim, o distrito apresenta carência na infraestrutura. O assessor apresentou diversas pontos em que Mundaú precisa avançar. "É um lugar muito bonito, mas desvalorizado. Por isso queremos a emancipação, para cuidar melhor, já que estamos mais perto da população", diz.

As carências apontadas por Holanda estão relacionadas com a precariedade das estradas no distrito. Muitas ruas não são pavimentadas e nem têm placas com nomes. "Se for emancipado, Mundaú terá condições de cuidar melhor da sua realidade", sustenta Holanda.

O assessor também esclarece que parte dos prédios públicos importantes ao distrito encontra-se deteriorados e abandonados. O frigorífico construído para abrigar uma escola de pesca está abandonado há décadas.

Carvão ecológico é alternativa no semiárido

O Estado do Ceará já está produzindo o carvão ecológico. A iniciativa é de grande importância para o desenvolvimento de toda a região do semiárido. Confira na reportagem publicada no Diário do Nordeste, no último dia 21 de fevereiro.

Tejuçuoca - O carvão vegetal tradicional produzido, em alguns casos, de forma clandestina e utilizando mão-de-obra escrava ou infantil, está ganhando um concorrente de peso. É que, na Fazenda Caiçara, localizada neste município, está surgindo a primeira unidade de fabricação de carvão ecológico do Norte e Nordeste. Ou seja, a confecção de tabletes prensados onde os resíduos de carvão de churrascaria, caieiras, casca de coco e outros tipos de fibras são triturados. O material recebe um aglutinante à base de fécula de mandioca, depois é prensado e colocado para secar, tornando-se tabletes, que foram denominados de briquetes de carvão.

O briquete de carvão vegetal, considerado correto e 100% natural, já consolidado no mercado europeu e norte americano, começa a disputar espaço nas prateleiras de algumas redes de supermercados e postos de gasolina do Ceará. Além da questão ambiental, o briquete promete rendimento maior e tem um outro aliado: o preço competitivo.

De acordo com o proprietário da fábrica, Francisco Lopes da Silva, o carvão vegetal é feito de argila, cinzas e um sub-produto da mandioca. Não faz fumaça e queima mais rápido e, o mais importante, preserva a natureza e dá vida ao meio ambiente.

Selo de qualidade

O secretário de Cultura e Empreendedorismo de Tejuçuoca, Joaquim Coelho Neto, disse que a ideia é sensacional e que o município já luta pelo selo de qualidade ambiental. "A questão ambiental, efeito estufa, futuro do planeta são temas que preocupam ambientalistas e governantes, no qual o desmatamento desordenado entra como um dos fatores mais preocupantes, tendo na indústria do carvão vegetal um vilão, tanto na degradação do meio ambiente como também nas condições de trabalho a que são submetidos aqueles que necessitam sobreviver dessa atividade", exemplifica o secretário.

A ideia na região tornou-se pioneira e muitos agricultores estão passando por capacitação afim de fazer parte do grupo de ambientalistas que lutam para salvar a flora de Tejuçuoca. Um projeto criado pelo prefeito da cidade, Edilardo Eufrásio, e com a participação da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, denominado de "Coração Verde", ajuda na conscientização dos trabalhadores do campo para não desmatar para produzir carvão.

Premiação - O presidente da Câmara Municipal, Valmar Bernardo, disse que irá apresentar Projeto de Lei no sentido de premiar aquelas pessoas que ajudem na preservação do meio ambiente. "Caminhamos juntos no sentido de mudar a consciência da população para não agredir a natureza", frisou o parlamentar.

Na visão do prefeito Edilardo, o carvão ecológico será, sem dúvida, a grande saída para evitar os crimes ambientais. "Em Tejuçuoca já existe essa consciência de que a produção de carvão é um problema ambiental. Diferente do que pensam os ambientalistas, devemos reconhecer que existe o fator sobrevivência, onde várias famílias dependem dessa atividade. Ninguém faz carvão porque ama a profissão. Para quem conhece, é um trabalho insalubre e de difícil execução", diz o prefeito.

Para o gestor municipal, a solução é acabar, definitivamente, com a produção de carvão vegetal. Para isso, é preciso dar alternativa de trabalho para as famílias sertanejas, bem como apoiar as iniciativas privadas para instalação de novas fábricas na região semiárida.

Produto garante economia de matéria-prima

Tejuçuoca Pelo método tradicional são necessários dois metros cúbicos de madeira para produzir um metro cúbico de carvão. Com a nova tecnologia do carvão ecológico, não é preciso utilizar a madeira e usa-se menos mão-de-obra, além de não ser poluente. Quatro quilos de briquete equivalem a dez quilos de carvão comum. O preço também é atrativo: entre R$ 7 e R$ 8 o pacote de quatro quilos.

O carvão ecológico é um produto fabricado com resíduos de carvão e aglutinante natural. Excelente para uso em churrasqueiras, fornos de pizzaria e de panificação. Substitui com eficiência a lenha e o carvão vegetal. Possui as seguintes vantagens: alto poder calorífico (maior que a lenha e do carvão vegetal); alta temperatura de combustão; não produz labareda (não queima a carne); queima por mais tempo mantendo uniforme a temperatura do forno ou da churrasqueira em regularidade térmica; queima sem emitir fumaça nem odores desagradáveis; produto higiênico, não suja as mãos nem o ambiente de trabalho; fácil manuseio com menor espaço de estocagem; vem com acendedor; 100% ecológico, não emitindo gases tóxicos como nos fornos de barros tradicionais.

O acendimento é muito simples, bastando fazer uma pequena pilha em forma de pirâmide, posicionando-se o acendedor no meio dos briquetes. Com um fósforo, fazer o acendimento e deixar a pilha sem mexer até que todos os briquetes estejam em brasa, o que deve acontecer em no máximo 15 minutos.

Ao contrário do carvão, não há necessidade de mexer ou abanar durante esse tempo. Basta esperar a formação das brasas e espalhar os briquetes acesos em uma camada uniforme e começar a assar o churrasco.

Quando usado em fornos de pizzaria ou de panificação, não há necessidade de retirar os briquetes de dentro da embalagem, sendo necessário somente posicionar o acendedor no meio dos briquetes e colocar fogo.

A partir daí, na medida da necessidade, é só alimentar o fogo com as embalagens sem precisar abrir.


MAIS INFORMAÇÕES

Associação dos Moradores de Caiçara - (85) 9606.5241

Secretaria de Cultura e Empreendedorismo de Tejuçuoca - (88) 3323.1156

regional@diariodonordeste.com.br

CE e RN fazem parceria pelo consumo de frutas

Uma parceria entre os governos da Região Nordeste pode incrementar a produção de frutas na região. Confira abaixo numa reportagem exclusiva veiculada pelo Diário do Nordeste.

A Agência de Desenvolvimento do Ceará e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte acertaram uma parceria para ações conjuntas, principalmente na área da publicidade das frutas produzidas nos dois estados. "Em relação ao europeu, o brasileiro consome muito pouca fruta. E melão, especificamente, ele consome quase nada, e isso é por falta de divulgação", justificaram o presidente da Adece, Antonio Balhmann, e o seu colega potiguar, Cipriano Segundo.

A ideia de ambos é contratar um grande artista nacional para liderar uma campanha de publicidade em torno das frutas brasileiras, com destaque para o melão. Cipriano, que é produtor e exportador de melões e líder da fruticultura no Rio Grande do Norte, já conversou com seu colega da Bahia, devendo nos próximos dias procurar o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, para expor seus planos, que serão expostos também aos demais governadores nordestinos.

As tentativas de Antonio Balhmann e Cipriano Segundo vêm sendo acompanhadas pelo empresário Luiz Roberto Barcelos, presidente da recém criada Brazil Fresh Produce, entidade que já reúne 10 das maiores empresas nacionais produtoras de melão, melancia, banana, limão e uva. Barcelos ponderou aos dois que será importante que o Rio Grande do Norte e o Ceará apoiem a nova associação, cujos objetivos são no sentido de fortalecer os fruticultores e suas empresas, aportando novas tecnologias e conquistando novos mercados. "Pode contar com o apoio do Governo cearense", disse Balhmann.

O presidente da Adece prometeu a Luiz Barcelos que, no próximo ano, o escritório de representação do Governo do Ceará na Fruit Logística, a maior feira mundial de frutas, que se realiza todo mês de fevereiro em Berlim, será instalado dentro do estande da Brazil Fresh Produce. Promessa semelhante foi feita pelo secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte. Se isso realmente acontecer, o estande da nova associação brasileira de fruticultores poderá ter área de 300 metros quadrados, o dobro da área que foi ocupada na feira deste ano.

"O Governo tem de seguir a iniciativa privada, cabendo-lhe prover a infraestrutura de rodovias, portos e aeroportos necessária para que as coisas aconteçam", afirmou Balhmann. "No Rio Grande do Norte também pensamos e agimos da mesma maneira", ajuntou Cipriano.
Diario do Nordeste

FAPERN realiza divulgação científica

Com a finalidade de valorizar a cultura potiguar, a FAPERN, lançou cinco novas publicações da Coleção Patrimônio Potiguar. O múltiplo lançamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do RN é composto pelo livro Bom Dia Sertões; Bom Dia América de 500 nos; Bom Dia Moderno Potiguar; 1935 Setenta anos depois; Ciência e Imprensa: Convergências Possíveis.

Quatro dos cinco livros são produtos dos seminários Bom Dia, realizados pelo Governo do Estado nos anos de 2005 e 2006. Os seminários foram transcritos nesta coleção, quando a presidente da FAPERN, Isaura Rosado, esteve à frente do Centro de Documentação Cultural Eloy de Souza e, posteriormente, da Fundação José Augusto.

Nesses seminários foram ouvidos intelectuais, professores, jornalistas e artistas que, ao longo das suas vidas, dedicaram-se a estudar e pesquisar assuntos determinantes e pertinentes na história do Rio Grande do Norte. Confira abaixo uma pequena resenha das publicações:

Bom Dia Sertões

No livro, organizado por Isaura Rosado e Helder Macedo, é mostrada a busca pela compreensão do pensamento cultural do sertão potiguar, retratando a história, o imaginário simbólico e as representações culturais de determinas épocas. O livro conta com a participação de vários autores, entre eles, Ione Rodrigues Diniz Morais, Paulo Bezerra, Diógenes da Cunha Lima, Raimundo Leontino Filho, Cláudio Augusto Pinto Galvão, Laélio Ferreira de Melo, Águeda Mouzinho Zerôncio, Manoel de Azevedo Júnior, Maria Francinete de Oliveira e Benedito Vasconcelos Mendes.

Bom Dia América de 500 Anos

“Atores sociais, no espaço cultural, trocam valores e identidades, assimilam, ou não, culturas expressas em ações e representações, que são apenas a aparência do complexo universo cultural, carregado de significados, mas que dão sentido à vida”, essas são palavras de Zoroastro Cardoso, que caracterizam bem esta obra. Bom Dia América de 500 anos é composta por três capítulos, O Negro e sua Influência na cultura potiguar; Contribuição indígena à cultura potiguar; e o ultimo capítulo, Influência européia na cultura potiguar. Além da presidente da FAPERN, Lucina Hermila Guerra esteve na organização da publicação. No “América de 500 anos” constam obras de Maria da Conceição Fraga, Ana Maria Morais Costa, Rubens Coelho, Lenilton Lima, Jussara Galhardo Aguirres Guerra, Valdeci dos Santos Júnior, Lenine Pinto, Lênin Campos e Helder Macedo.

Bom Dia Moderno Potiguar

O livro reúne professores, intelectuais, poetas e cronistas que narram fatos e acontecimentos do modernismo potiguar. “A partir de 1924, o assunto modernismo começou a ser discutido no Rio Grande do Norte e essa discussão propiciou várias alternativas para a vida cultural do estado. A cidade de Natal, nesse período, estava passando por um considerável processo de transformação, sendo significativa a incorporação de alguns elementos modernos ao seu cotidiano, fato que possibilitou à intelectualidade local a oportunidade de debater assuntos ligados à questão do moderno e do tradicional”, conta José Luiz Ferreira, um dos autores do livro. O livro conta ainda com artigos de Humberto Hermenegildo de Araújo, Pedro de Lima, Diógenes da Cunha Lima, Vicente Serejo, Maria Suely da Costa, José Luiz Ferreira, Franselma F. de Figueiredo, Daniella Lago Alves Batista de Oliveira, Cássia de Fátima Matos dos Santos, Ângela Almeida e Laura Ciarlini.

1935 Setenta Anos Depois

O movimento comunista não conseguiu obter êxito em nossa cidade, durando apenas três dias. Mas não deixou de ser um marco que possibilita reflexões sobre um acontecimento singular da nossa história. Com base nessa afirmativa, essas discussões com fatos importantes de 1935 aqui em Natal deram vida à obra “1935 Setenta anos depois”. O livro se constitui como um documento histórico e é formado por artigos de várias personalidades, entre eles, Pretextato José da Cruz e Francisco Meneleu dos Santos, personagens da Intentona Comunista, já falecidos. O livro é organizado por Isaura Rosado e Laélio Ferreira de Melo.

Ciência e Imprensa: Convergências Possíveis

Objetivando estreitar a distância entre imprensa e ciência, o livro “Ciência e Imprensa: Convergências Possíveis, é constituído por artigos dos palestrantes do Curso de Jornalismo Científico promovido em 2008 e matérias dos alunos. “O produto final do curso de jornalismo Científico é este livro preservando para consultas futuras as considerações sobre ciência e comunicação que fizeram os palestrantes, jornalistas, cientistas, e gestores de instituições de divulgação científica, cujas atuações profissionais são de parâmetros de qualidade e mais: o jeito como os alunos do curso, alguns com muitos anos de profissão, comunicam a ciência nos 26 textos que produziram e que integram este volume”, conclui a presidente da FAPERN, Isaura Rosado. A obra é organizada pela jornalista Mônica Costa, tem o prefácio da superintendente de Comunicação e professora do curso de comunicação social da UFRN, Josimey Costa e artigos de Marcelo Leite (Folha de São Paulo), Maria Inês Herzog (Globo Ciência) e Ildeu de Castro Moreira (Ministério da Ciência e Tecnologia).