sábado, 14 de março de 2009

OBRAS IMPORTANTES PARA O SEMI-ÁRIDO

O Tabuleiros de Russas, barragem do Rio Figueiredo e projeto de irrigação do Baixo Acaraú foram beneficiadosRussas. A crise econômica internacional, que assola o mundo desde setembro do ano passado, motivou o governo Federal a antecipar a data prevista para a entrega de obras incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Entre as ações que tiveram o cronograma revisto no Ceará, estão a 2ª etapa do Projeto Tabuleiro de Russas, nos municípios de Russas, Limoeiro do Norte e Morada Nova, e a barragem do Rio Figueiredo, em Alto Santo, todos no Vale do Jaguaribe.Ambos os projetos foram visitados, durante o dia de ontem, por uma comitiva de técnicos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) — responsável pelas obras —, da Casa Civil e dos ministérios da Integração Nacional, da Fazenda e do Planejamento. Eles sobrevoaram as duas áreas e fizeram inspeções por terra.Segundo o analista de planejamento do Ministério do Planejamento, Waldson Alves Pereira Júnior, a ordem do governo Federal é tentar concluir o mais rápido possível as obras. O objetivo é driblar os efeitos da crise por meio da geração de empregos durante as obras — já que a construção civil é o setor que mais emprega, como assinalou — e depois delas prontas, a partir dos benefícios esperados. “Esperamos que a empresa aumente o ritmo dela aqui, que nós estamos garantindo os recursos na outra ponta”, disse ao fim das visitas.Efeito multiplicadorSegundo o analista, a União aposta no “efeito multiplicador” que as obras do PAC podem gerar na economia. A diretora de Infra-Estrutura Hídrica do Dnocs, Cristina Peleteiro, confirmou que, devido à crise, o objetivo do Governo é gerar empregos sem aumentar custos. Isto é possível, segundo ela, pela realocação de recursos dentro de uma mesma obra ou entre diferentes projetos.Os representantes do governo Federal já haviam participado, na última quinta-feira, de reunião na sede do Dnocs, em Fortaleza. Na ocasião, o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Antônio de Souza Eire, descartou qualquer relação da ordem de antecipar as obras do programa federal com as eleições presidenciais de 2010.Sobre as impressões da visita técnica, Waldson Alves classificou o que viu como “dentro do esperado”, que os recursos parecem estar sendo bem aplicados e que, em seu relatório ao ministério, transmitirá que é preciso manter a obra funcionando. Os demais integrantes da comitiva preferiram não comentar impressões pessoais.A data prevista para a conclusão da 2ª etapa do Tabuleiros de Russas era dezembro de 2010 e foi revista para junho do mesmo ano. Além do perímetro de irrigação e da Barragem do Figueiredo, outra obra do PAC gerenciada pelo Dnocs que teve o prazo de entrega antecipada foi a 2ª etapa do projeto de irrigação do Baixo Acaraú, de dezembro para julho de 2010.O projeto Tabuleiros de Russas compreendem uma área total de 13.836 hectares irrigados por meio de sistemas de canais e adutoras que captam água do Açude Castanhão e do Rio Banabuiú. O objetivo é beneficiar pequenos produtores de forma direta, por meio da concessão de lotes de 8 hectares de área, e indireta, pelo repasse de lotes de 25 a 100 ha a grandes empresários. Técnicos agrícolas e engenheiros agronômos também fazem parte da cota de divisão dos lotes. Cerca de 240 mil pessoas devem ser beneficiadas com toda a obra.A primeira etapa do projeto teve a entrega de 75 lotes em 2004. Dos que estão em produção, melão e melancia são os principais cultivos, mas também há plantações de mamão, feijão, banana e outras culturas. Outros 407 lotes estão prontos e serão equipados a partir de contratos de financiamentos que estão sendo vaibilizados pelo Dnocs em valor estimado de R$ 12 milhões.A 2ª etapa do projeto está orçada em R$ 149,1 milhões, incluindo R$ 84 milhões garantidos no PAC. Essa fase foi iniciada em abril de 2008 e compreenderá um total de 3.101 hectares e 243 lotes agricultáveis. Dois terços desse total, incluindo 179 lotes, deverão ficar prontos e disponíveis para os agricultores este ano, segundo o diretor comercial da construtora Andrade Gutierrez, responsável pela execução da obra, Francisco Campos.RIO FIGUEIREDOBarragem deve ficar pronta até o fim deste anoAlto Santo. A Barragem do Rio Figueiredo neste município, a 243km de Fortaleza, deve ficar pronta até o fim deste ano, segundo previsões do Dnocs e da Construtora Galvão, contratada para a execução das obras. Orçada em R$ 146,4 milhões, sendo R$ 120,8 mi do PAC, a barragem estava prevista para conclusão em outubro de 2010, antes da ordem do governo Federal de acelerar as obras. Atualmente, tem 27,1% das obras concluídas, mas alguns serviços estão mais adiantados, como o de tratamento e impermeabilização da área, com 69% prontos.A partir de maio, com o fim da estação chuvosa, a frente de obras deverá operar em três turnos, para garantir maior agilidade aos serviços. Cerca de 70% das áreas a serem desapropriadas para dar lugar ao Açude Figueiredo já foram pagas, segundo a diretora de Infra-Estrutura Hídrica do Dnocs, Cristina Peleteiro.De acordo com o engenheiro supervisor da obras pelo Dnocs, Getúlio Peixoto Maia, depois da barragem concluída, o rio não ficará mais seco, como costuma ocorrer no auge da estação quente. “Se essa obra não ficar pronta este ano, teremos aqui carro-pipa e Alto Santo entra em colapso em setembro”, disse, referindo-se à falta d’água. Quando isso acontece, segundo ele, um metro cúbico de água é vendido a até R$ 5.Com a construção da barragem, serão beneficiados os municípios de Pereiro, Potiretama, Iracema e Ererê, além de Alto Santo, em uma média de 80 mil pessoas favorecidas com o abastecimento d’água. Até o fim da obra, cerca de 1.200 empregos diretos e indiretos devem ser gerados. Depois de pronta, estima-se que a água servirá para irrigação de 8 mil hectares e produção de 480 mil kg de frutas por ano, gerando 96 mil empregos diretos e indiretos. Na piscicultura, projeta-se a captura de até 15 mil kg de pescado por dia. O barramento trará também potencial para geração de energia elétrica.Iniciada em abril de 2008, a construção da barragem já consumiu R$ 21,2 milhões. Além dos benefícios já citados, a obra possibilitará o controle de enchentes do Baixo Jaguaribe, durante os invernos mais rigorosos na região.
ÍCARO JOATHANRepórterPROTAGONISTATrabalho garante sustento para a famíliaBenício Paula da SilvaNatural de Fortaleza e morador de Alto Santo, trabalha na construção da barragem há sete meses como apontador, uma espécie de controlador da produção. Dali, garante o sustento da mulher e dos dois filhos.

PROBLEMAS DOS PERÍMETROS IRRIGADOS DO SEMI-ÁRIDO II

PRODUTORES SEM TÍTULO DE TERRA

Produtores estão impedidos de desenvolver seus lotes em perímetros irrigados por não terem títulos da terrasLimoeiro do Norte. Num claro exemplo da burocracia que emperra a economia, vários pequenos produtores que adquiriram lotes de terra no Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas (Distar) reclamam que, porque ainda não possuem a escritura das terras, não conseguem financiamentos bancários para a produção agrícola. A reclamação também é de outros perímetros, que, em alguns, geram até acirrada disputa de terra. Com a segunda etapa incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Distar ainda enfrenta os entraves burocráticos da primeira etapa. A falta de regularização fundiária é apontada como um dos principais entraves no desenvolvimento dos perímetros irrigados geridos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). O assunto é polêmico e poucas pessoas do órgão federal se dispõem a falar dele.O agricultor e comerciante José Iran Menezes, de Morada Nova, há alguns anos têm assegurado seus oito hectares de terras para o cultivo de frutas no Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas. A escritura das suas terras, que comprove a posse, até já está pronta no cartório do segundo ofício, de Russas. Mas ele não recebe a titulação da terra porque o Dnocs precisa emitir certificados aos cartórios, que comprovem a transferência da terra para o produtor. “Um amigo meu, que é pequeno produtor, já recebeu o título de propriedade e foi ao banco fazer financiamento, mas eu tô esperando até agora e sendo prejudicado”, afirma.A falta de regularização fundiária tem gerado impasses em vários perímetros irrigados geridos pelo Dnocs. Sem comprovar a propriedade das terras, o produtor, principalmente o pequeno, não consegue dar garantias reais exigidas pelo banco na concessão de empréstimos. Os contratos de concessão de uso da terra, feitos por quem adquire uma área nos perímetros, não são aceitos pelos bancos como garantia. O resultado é terra ociosa — de quem não tem capital de giro — muitas vezes provocando o arrendamento para grandes produtores que, embora igualmente não possuam título das terras, oferecem garantias aos bancos para aumentar um capital de giro já existente. Este problema gera outro: a concentração fundiária justamente onde deveria garantir o contrário.Nem mesmo no Perímetro Irrigado de Morada Nova, o mais antigo no Ceará criado pelo Dnocs, os produtores possuem os títulos das terras. É por meio da cooperativa que financiam e gerenciam o lugar, num claro exemplo de que é a união que faz a força, porque individualmente ninguém consegue comprovar a posse de direito. É a irregularidade fundiária que tem gerado impasses entre antigos e novos produtores rurais no Perímetro Irrigado Jaguaribe Apodi. Um dos maiores pólos fruticultores do Ceará, produziu, em 2008, aproximadamente R$ 60 milhões em frutas.Sejam grandes ou pequenos produtores, ninguém detêm título de propriedade das terras. A conseqüência é a reivindicação, há mais de dez anos, de centenas de produtores alegando terem sido expulsos de suas áreas para a produção irrigada de grandes empresas. Em muitos casos, a falta de condições financeiras motivou os pequenos a venderem suas terras, por meio de um pagamento em espécie e, principalmente, na quitação de suas dívidas bancárias. Feitas as duas quitações, o novo produtor toma posse de fato — mas a posse de direito ainda está nas mãos dos antigos, que detinham a concessão de uso, dada pelo Dnocs.Compra informalConforme o presidente da Associação dos Ex-Irrigantes do Jaguaribe Apodi (Aija), José Maria Filho, alguns empresários não cumpriram a promessa de quitar as antigas dívidas bancárias de empréstimos contraídos pelos antecessores. “Quando a gente vai ao banco tentar um financiamento, está inadimplente”. A situação fica de um lado antigos produtores alegando terem sido expulsos da terra (mesmo tendo feito a venda informal da propriedade); de outro, novos e grandes produtores alegando a posse de fato e de direito, mesmo tendo comprado informalmente as propriedades. Para resolver o imbróglio, a Justiça Federal determinou que o Dnocs realizasse a demarcação de terras e o levantamento sobre as escrituras. Desde o ano passado, um grupo de trabalho do departamento pesquisa os dados em Limoeiro.“O Tabuleiros de Russas tem mais de 10 mil hectares e não tem verba para fazer a regularização fundiária. Tem sido o maior entrave de todos os perímetros irrigados do Dnocs, e todos sofrem do câncer chamado falta de recursos para administrar. A obra é excelente, a estrutura é maravilhosa, mas faltam recursos para custeio”. A afirmação é do Roberto Cadengue, gerente executivo do Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas, e foi feita ao ministro-chefe da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, quando de sua visita ao Ceará.No entanto, Roberto Cadengue ainda informou que existem cerca de 200 escrituras prontas em cartórios de Limoeiro do Norte e Russas aguardando seus respectivos donos. “É um problema que o próprio Dnocs quer resolver ainda neste ano”, afirma. PRODUTIVIDADE2.071 empregos diretos foram gerados no Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas (Distar) até 2008.9% das exportações de frutas do Ceará foram produzidas no Distar, representando apenas 30% de seu potencial.MELQUÍADES JÚNIORColaboradorMais informações:Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas (Distar), (88) 3423.3705Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija), (88) 3423.1386

PROBLEMAS DOS PERÍMETROS IRRIGADOS DO SEMI-ÁRIDO

Falta verba para custeio e sobra burocracia
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Com a falta de titularização das terras, ocorre a concentração fundiária onde não deveria haver (Foto: Melquíades Júnior)
Limoeiro do Norte. Desapropriar as terras e, em seguida, colocar o homem no campo sem documento para trabalhar na agricultura irrigada tem sido um dos principais gargalos dos perímetros públicos irrigados no Nordeste. Após anos de reclamações e verificada a tensão social gerada pela irregularidade fundiária, o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) pensa em estratégias para acelerar a regularização de posse das terras. Centenas de hectares ainda estão parados porque dependem quase exclusivamente de financiamento bancário para iniciar produção. O pequeno produtor é o mais prejudicado.Conforme Sebastião Ednir Menezes, assessor especial da diretoria de produção do Dnocs, a regularização fundiária está em andamento, “mas existem alguns perímetros com pendências, e quando isso existe, até que se resolva impede de fazer a entrega da escritura. Existem casos em que os antigos donos das áreas desapropriadas não possuem o documento da terra, outros em que esses proprietários não aceitam a indenização do Dnocs, aí o departamento deposita em juízo e aguarda a sentença judicial”, afirma.Ainda segundo Menezes, o Distar está todo setoriado e falta pouca coisa para a regularização. “O nosso número de funcionários é muito pequeno para atuar nos 38 perímetros do Nordeste, dos quais 12 estão no Ceará. Entendemos que em alguns perímetros a situação se arrasta há mais de 30 anos, mas o trabalho está sendo agilizado e acredito que até o final de 2010 a situação estará resolvida”, afirma.Embora tenham fundamental importância no Produto Interno Bruto, os perímetros públicos irrigados contabilizam, todos os anos, prejuízos econômicos pela ociosidade. Terras com infra-estrutura à espera de produtores, esses irrigantes esperam a titularização de posse ou mesmo as duas coisas juntas e também precisam de assistência técnica e equipamentos para a produção.Está prevista a entrega de quatro hectares de equipamentos de irrigação por gotejamento a 407 pequenos produtores. Serão cerca de 1.600 hectares de pequenos produtores prontos para produzir, mas falta agilidade na entrega do material por parte da empresa vencedora da licitação. Conforme o produtor e tecnólogo Francisco Sildemberny, do Distar, há uma enorme descontinuidade no fornecimento de assistência técnica do governo.Os perímetros irrigados públicos são construídos sob a ótica da reforma agrária e democratização no acesso à agricultura tecnificada. “O problema é que não são dadas condições financeiras para a gestão pelos próprios produtores”, reclama José Raimundo, gerente da Federação das Associações do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi (Fapija), em Limoeiro.Em 2008, representantes de vários perímetros, que compõem a Federação de Apoio aos Perímetros Irrigados do Dnocs (Fapid), estiveram em Brasília pressionando a bancada de deputados do Nordeste para que o governo garanta a esses projetos públicos andarem com as próprias pernas. É intenção do departamento fazer a transferência administrativa, operacional e infra-estrutural, em 2009, para os produtores dos perímetros Jaguaribe-Apodi (CE) e do Distrito de Irrigação de Brumado, na Bahia.Meta descaracterizadaOs produtores temem uma “transferência de problemas”. Considerados “avançados” pela direção do Dnocs, têm dois principais entraves: dependência financeira do governo e falta de titulação das terras.A falta de condições para a garantia, sem descontinuidade, da produção, descaracterizou o Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, um dos mais importantes do Ceará.Conforme levantamento da Uece, do total de 116 produtores com áreas entre quatro e 16 hectares do projeto, em 1992, apenas quatro deles, ou 3,4%, estavam no perímetro em 2002, quando se iniciou a escala progressiva de crescimento agrícola na região e quando, de 255 produtores, apenas 11 deles concentravam 32% da área total de 4.060 hectares, alguns com extensões de terra que chegavam a 490 hectares.Aos primeiros indícios de especulação imobiliária no Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas (empresários do Sul do País compraram hectares e não estão produzindo), o Dnocs determinou que o grande produtor que não produzir em suas terras irá perdê-las. SAIBA MAISJaguaribe-ApodiO Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi tem faturamento bruto de R$ 60 milhões. Este local cultiva, principalmente, banana, abacaxi, goiaba, ata, manga, melancia, mamão, figo e, também, melão. Os produtos são comercializados com as regiões do Norte e do Nordeste brasileiros, além de Estados Unidos e Europa. Representa 16% do total de exportação de frutas frescas do Estado do Ceará e gerou 4.032 empregos diretos em 2008Tabuleiros de RussasJá o Distrito Irrigado Tabuleiros de Russas teve um faturamento, no ano passado, de R$ 30,9 milhões, com as culturas de banana, abacaxi, mamão, goiaba, melão e melancia. Gerou 2.071 empregos diretos e está com apenas 30% de suas terras em produçãoMorada NovaO Perímetro Irrigado de Morada Nova produz principalmente grãos de arroz e de feijão. No ano de 2008, foram colhidas 25,4 mil toneladas, com faturamento bruto no valor total de R$ 17,1 milhões.

sexta-feira, 13 de março de 2009

100 ANOS DE PATATIVA DO ASSARÉ

100 ANOS DE PATATIVA DO ASSARÉ


Patativa do Assaré completou 100 anos. Nesse século de vida, criou, inovou, encantou o povo simples do Sertão e os intelectuais. Ajudou a levar mais cultura para o Interior do Ceará e um pouco desta cultura para o Brasil e o mundo, onde foi lido, estudado em universidades e escutado em poemas musicados por cantores consagrados. Na lida simples do roçado fez seus versos que falavam da natureza, da justiça social e da terra, que deixaram sua marca na vida e na alma do cearense.

MESTRE COUREIRO

Joaquim de Cota dispensa o auxílio de óculos para exercer seu ofício preciso. Aos 93 anos, o coureiro é o único artista de Assaré a ganhar o título de Mestre da Cultura, do Governo do Estado. Desde os tempos de adolescente, Joaquim trabalha dando forma ao couro de animais. Suas obras, marcadas pelo detalhismo, são voltadas para a vida prática do campo. Faz selas, roupas e assessórios para quem lida com gado. Quando os tempos eram outros, de assistência médica precária, chegou a fazer talas com o material para socorrer quem sofresse fraturas.Produção artesanal de ferramentas resisteMestre Audísio passa dos 70 anos sem abandonar seu duro ofício. O velho ferreiro trabalha com o filho de forma artesanal. Faz ferramentas para o roçado, estribos e o que mais pedirem. Íntimo do fogo, foge da chuva como o Diabo da cruz; prefere ficar longe de bebidas geladas; e fuma três maços de cigarro por dia. É conhecido ainda pelo pensamento rápido e pelas ´piadas de resposta´.O canto contínuo da tradiçãoMiceno Pereira é um cantador dos velhos tempos. Parceiro de Patativa do Assaré dos tempos em que o poeta varava noites em cantorias, Miceno aprendeu a arte do verso e da viola de ouvido. Entre um verso e outro, lembra dos tempos em que Patativa ia de cavalo, de sua casa na Serra de Santana, até a residência de Miceno, na sede de Assaré, para desafiá-lo a uma noite de disputa e improviso.Sabor forte, arte culinária delicadaLingüiça com tapioca: essa iguaria foi passada a Zenilde Soares Ferreira, 76 anos, pela mãe. Hoje, em seu comércio no Centro serve fregueses que vêm de toda a região.

É marcante como Patativa, ainda hoje, encanta Assaré, onde todo mundo tem uma história para contarNa história da literatura, não é difícil encontrar autores que cantaram, à exaustão, sua terra natal. Com Patativa do Assaré, a relação é diferente. Não que o poeta não tenha cantado o lugar onde nasceu, mas é marcante como ele, ainda hoje, o canta.“Ave Maria! Aqui todo mundo conhecia ele. Ele falava com todo mundo e se alguém parasse ele na rua e pedisse pra fazer verso, ele fazia ali mesmo, na hora”, relembra o violeiro Miceno Pereira, 71 anos. O professor de música Luiz Ferreira Lima, 43 anos, completa: “ele dizia mesmo, mas só quando tava na veia boa”. Mesmo bem mais jovem que o poeta, Luizão (como é mais conhecido) teve uma convivência próxima nos anos em que ele viveu na sede de Assaré.Em 93 anos de vida, Patativa atravessou gerações. Luizão guarda lembranças de infância, quando via o poeta pela cidade com Rosemberg Cariry. No caso de Miceno, as primeiras lembranças do poeta coincidem com o despertar para a arte da cantoria. “A primeira vez que vi ele tem muito tempo. Foi em 1948. Eu tinha 11 anos de idade e assisti à primeira cantoria, de Patativa e João Alexandre, que morava em Juazeiro do Norte”, relembra o violeiro.Miceno Pereira ao lado de Anacleto Dias, outro violeiro famoso na cidade, acompanhados de outros cantadores do Cariri homenagearam o poeta em seu velório. “Nós cantamos de improviso no memorial. Cantei no velório, perante o corpo... coisa que eu fiz uma vez e acho que não faço mais outra”, confessa.O comerciante João Palácio, 66 anos, guarda lembranças de seu freguês. “Ele tinha o coração bom. Não tinha exigência de mercadoria. Ele levava os produtos da cesta básica. Sua compra era a do prato do dia. Mas quando ele pegava um dinheirinho a mais, passava aqui e levava coisa pro pessoal dele que ainda mora na serra”. Zenilde Soares Ferreira, 76, é outra comerciante da cidade a lembrar do Patativa, mais homem do cotidiano que artista afamado. “Quase todo dia, às 7 horas, ele tava aqui, pra beber um cafezinho e pra eu fazer um cigarro de palha bem forte pra ele”, recorda.Homenagem e comércioAs marcas de Patativa se espalham pelas ruas da cidade. O terminal rodoviário, que recebe os visitantes em sua terra, presta-lhe uma homenagem, chama-se Assaré do Patativa. Nas esquinas de Assaré, as placas de rua trazem estampado o rosto do poeta, bem como versos tirados de suas obra. A Praça da Igreja Matriz abriga uma estátua do poeta, que está voltada para o memorial.Patativa do Assaré ainda não foi transformado em “grife”, assimilada pela indústria da cultura. Na cidade, não se encontra souvernires ou “lembrancinhas”. As lembranças são da ordem da memória, e são partilhadas por aqueles que o conheceram, sem ser necessário pagamento de tributos.A marca de Patativa do Assaré recai sobre poucos produtos. A Fundação Memorial Patativa do Assaré, que administra o memorial, comercializa camisetas, DVD com apresentações de TV, CDs, livros sobre o poeta e suas obras que estão em catálogo. Como produto que fatura sobre sua imagem, sem manter ligação com os herdeiros, há a Cachaça Patativa, produzida no Crato. Na estampa, um pequeno pássaro cinza (como o é a patativa) e, quase escondido, um chapéu de palha, que reforça a dúvida quanto a uma possível coincidência. ENQUETEO POETA NO COTIDIANO DA CIDADEJoão Palácio66 ANOSComercianteA gente se conhecia há muito tempo, desde a época em que ele morava na Serra de Santana. Depois que veio pra cidade, nos anos 1970, ficamos mais próximos. Ele freqüentava meu comércio para comprar as coisas de casa e conversar.Luiz Ferreira Lima43 ANOSProfessorEle era uma pessoa muito engraçada. Teve um dia que ele foi às compras e achou caro os preços do mercadinho. O dono pediu para ele fazer um verso e Patativa respondeu na hora, com um verso que satirizava os preços que ele achava absurdos.Romualdo Gonçalves da Silva65 ANOSGenroMeu sogro foi um homem muito bom. Era uma pessoa boa de conversar, que estava sempre preocupado com o pessoal da família. Me ajudou muito. Não posso dizer que foi melhor que meu pai, mas este me ajudou pouco porque era muito pobre.

Centenário de Patativa movimenta Assaré, que prepara homenagensAntônio Gonçalves da Silva viveu a maior parte de seus 93 anos em Assaré. Lá nasceu e morreu, tendo saído da cidade apenas por curtas temporadas. A maioria delas motivada pelo desejo de divulgar sua arte. Poeta maior entre o panteão popular, Patativa do Assaré colocou a pequena cidade do Cariri no mapa da cultura nacional. Assaré respira seu filho ilustre e, às vésperas de seu centenário, se prepara para celebrá-lo. Desde o primeiro dia do mês, a cidade está em festa. É a quinta edição de Patativa do Assaré em Arte e Cultura, evento anual que já entrou para o calendário de festas do município (confira programação ao lado).As casas do poetaO dia também será marcado por ações voltadas à preservação da memória de Patativa do Assaré. O secretário de Cultura do Município, Marcos Salmo, confirmou a reinauguração da casa em que nasceu o poeta Patativa do Assaré, na Serra de Santana. O casarão de taipa, contando com 16 cômodos, foi restaurado pela Prefeitura com o apoio da equipe de patrimônio da Secretaria da Cultura do Estado. O orçamento da ficou em torno de R$ 60 mil.De acordo com a Secretaria de Cultura de Assaré, a idéia é transformar o local em um Museu do Agricultor. Ainda não há data precisa para que o projeto seja executado, mas a proposta é que seja administrado pela Fundação Memorial Patativa do Assaré. A fundação, dirigida pela neta de Patativa, Isabel Cristina Gonçalves, é a responsável pela casa dedicada ao artista. O Memorial Patativa do Assaré se localiza na Praça da Igreja Matriz, em um casarão do século XVIII, que abriga uma exposição permanente sobre a sua vida e obra. Fotografias e retratos do poeta produzidos por artistas diversos em diferentes técnicas, objetos pessoais, livros, LPs, CDs e vídeos: o acervo cobre toda a produção de Patativa e deixa entrever a intimidade do homem.Este material fica no primeiro andar da construção que possui três pisos. No segundo, o espaço é reservado para outras exposições; e o terceiro abriga uma biblioteca de cordéis e a parte administrativa do memorial. O local ainda dispõe de um auditório, com 70 lugares. Na programação do evento, em homenagem ao poeta, está confirmada a assinatura da Ordem de Serviço de reforma do Memorial Patativa do Assaré, pelo secretário da Cultura Auto Filho. A obra prevê a ampliação do auditório e reparos na estrutura do prédio e em sua instalação elétrica. PROGRAMAÇÃO EM ASSARÉ6 horas - Alvorada festiva com a Banda de Música Manoel de Benta7h30 - Café literário9 horas - Reinauguração da Casa que nasceu Patativa17h30 - Missa em ação de graças ao nascimento do poeta19 horas - Inauguração da Sala de Exibição Inspiração Nordestina, no Centro Social Maria de Jesus Oliveira20 horas - Assinatura da Ordem de Serviço de reforma do Memorial Patativa do Assaré21 horas - Apresentações do cantor Fagner, dos sanfoneiros Waldonys e Dominguinhos e da banda Forró SacodeObra rende frutos à famíliaA fama de Patativa do Assaré nunca foi compatível com as suas posses. O poeta trabalhou na roça, até metade da década de 1970, e da terra tirava o sustento da família. Sem constituir uma fortuna financeira, a obra que deixou, hoje, ajuda os filhos que teve com dona Belinha.A inventariante da obra é a neta Isabel Cristina, 32 anos, filha de Lúcia Gonçalves. É ela a responsável por tratar da liberação da obra para publicações e gravações. “Temos contratos com várias editoras. Algumas pagam os direitos da obra trimestralmente, outras, por semestre. Atualmente, a obra de vovô é publicada pelas editoras Hedra, Vozes, Global e Escrituras”, conta Isabel. O dinheiro que recebe é repassado em sete partes iguais, correspondentes ao número de filhos vivos que Patativa do Assaré tinha até o momento de sua morte.Isabel conta que a obra do avô nunca rendeu uma grande quantia em dinheiro para a família. “Dava pra ganhar dinheiro com as poesias que ele fazia, mas vovô nunca foi de tá cobrando os outros, de tá explorando. Não digo que ele ganhava. O que vinha, ajudava a família, mas ele poderia ter ganhado muito mais” avalia. Hoje, a administração da obra é bem planejada. “Temos algumas poesias inéditas (ver pag.9) e temos interesse em publicá-las. Mas, acho que este não é o momento”.Sobrinho é único herdeiro líricoA herança de Patativa do Assaré para a família reside na formação moral (rígida) que deu aos filhos e as propriedades material e intelectuais. A arte de versejar não foi passada para seus descendentes. “Dos filhos que papai teve, ninguém aprendeu a fazer verso. A gente só fazia, às vezes, uma quadrinha”, assegura Inês Cidrão, filha de Patativa.Entre os Gonçalves, Patativa teve, como herdeiro de sua arte, o sobrinho Geraldo Alencar, 63 anos. Não que Geraldo tenha aprendido a fazer versos com o tio. Seu primo, o filho de Patativa que também se chama Geraldo, é quem explica: “isso não é coisa que se aprenda não. A pessoa já nasce com aquela coisa de fazer poesia”. Geraldo, o poeta, concorda, mas não esconde a dívida com o tio. “Eu escrevia sonetos e ele dizia que ´tava fora da métrica”.Geraldo é filho de um primo de Patativa. Como o tio, nasceu, se criou e viveu a maior parte da vida na Serra de Santana. Foi lá, também, que começou a fazer versos, aos 14 anos. “Ele era muito carrasco. Gostava de dizer a verdade e era muito pontual. Eu mostrava e ele dizia que não prestava. Até que um dia, eu escrevi um poema intitulado ‘Pergunta de Morador’. Aí ele ficou calado. Depois de uns dias, me perguntou: ‘Geraldo, você me dá a permissão de fazer a resposta pr’aquele verso seu’”, lembra.Daí nasceu a parceria que rendeu três volumes da antologia “Balseiro”. Inês lembra das composições. Quando Patativa subia a serra, sempre procurava o sobrinho. “Inês, vá ali chamar Geraldo, pra gente passar a tarde brincando. Um sentava numa testeira da mesa e o outro, na ponta. Ele fazia um poema na mente e Geraldo fazia o dele escrevendo”, conta.

Geraldo Gonçalves de Alencar: parceiro em obra de três volumes

Patativa do Assaré foi lembrado no Carnaval de Rua de Fortaleza 2009. Os carnavalescos da Escola Samba Império Ideal, que reúne cerca de 350 componentes da comunidade do Mucuripe, foram buscar na arte do poeta de Assaré inspiração para o enredo da agremiação, materializando em forma de samba e alegorias a vida e a obra de Patativa.

As estátuas provocam reações do público, que variam entre o respeito e o vandalismoOscilam entre celebração, indiferença, risos e até manifestações de vandalismo as reações de turistas e nativos diante da estátua do poeta Patativa do Assaré, exposta no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Em Assaré, sua réplica se encontra num pedestal, na Praça da Igreja Matriz, de frente para o Memorial que homenageia o poeta. Longe do chão, costuma passar despercebida, sem provocar grandes paixões ou rejeições.A escultura do Cdmac, medindo cerca de 1,50 metro, confeccionada em bronze fundido, é uma tentativa de aproximar o poeta da “roça” com a “cidade”, ou, ainda: promover a interação entre a arte e o público. No entanto, a proposta, respaldada na arte contemporânea, não é concretizada, uma vez que as pessoas não vêem a peça como uma homenagem ao poeta de Assaré. No meio do povo, a escultura — em pose de declamação, daí a mão estendida — passa a impressão de um pedinte.Inaugurada em novembro de 2004, o trabalho é assinado pelo escultor Murilo de Sá Toledo, conforme inscrição na placa que traz ainda um trecho da poesia “Cante lá que eu canto cá”. A placa é pisada pelas pessoas que, entre o reconhecimento ou a indiferença, passam ao largo.Muitas pessoas param para admirar, mesmo sem conhecer o artista. “Não conhecia Patativa, mas achei a estátua interessante, muito expressiva”, revela Nei Naiff, 50 anos, escritor carioca que não passou indiferente diante da “expressividade” da escultura. “Gostei muito do verso inscrito na placa”, disse.Mesmo confessando não conhecer a obra, disse: “Já ouvi falar de Patativa, acho que é um cordelista”. No entanto, não hesitou em admitir saber da importância dele para a cultura cearense. O filho de 13 anos, Guilherme Gilioli, disse ter ouvido falar do poeta de Assaré, em Curitiba. Aproveitou e fez uma foto ao lado da estátua que fica disposta no lado direito do Cdmac, de costas para o mar, olhando para o seu querido sertão.A inscrição da placa traz os versos: “Poeta cantô da rua/que na cidade nasceu/cante a cidade que é sua/ que eu canto o sertão que é meu”. À noite, uma luz colocada na parte interna do chão, ajuda a iluminar a placa, o que não impede de continuar sendo pisada pelas pessoas.A falta do reconhecimento do poeta, a partir da estátua, feita em tamanho natural e colocada direto ao chão, faz com que muitos façam brincadeiras e atos de vandalismo. Os óculos são sustentados por parafusos, já que foram roubados uma vez. Os vendedores ambulantes que trabalham no local não gostam do que fazem com a estátua. Para alguns, a família deveria mandar retirar a escultura dali.Léa Letícia dos Santos, 34 anos, vende doces no local, há 9 anos, considera “falta de respeito”. Muitos colocam cigarro na boca do Patativa, outros, garrafinhas de água. De acordo com o ambulante Marcelo Bernardes Sousa, 37 anos, “quase ninguém passa indiferente”, pois sempre mexem com a estátua.Marco Antônio de Freitas Clementino, 17 anos, que passou para o curso de Ciências Biológicas disse, que dos livros indicados para o Vestibular, o do Patativa foi o que ele mais gostou. “Gosto da sua poesia”. Diego Alves, 17 anos, estudante de História, confessou: “Tenho vontade de estudar sua obra”, assim como Mayara Uchoa, 17 anos, estudante de Letras. “A poesia de Patativa é de fácil entendimento”, elogiou.Os jovens confessam que entraram em contato com a obra de Patativa a partir da indicação da lista de obras para o Vestibular. O grupo fazia brincadeiras com a estátua, assim como um casal de turista. Uma turista, rindo, parou para imitar o gesto de Patativa que com a mão esticada, declamando, se confunde com a de um velhinho mendigo. CANTE LÁPoeta, cantô da rua, / Que na cidade nasceu,/ Cante a cidade que é sua, /Que eu canto o sertão que é meu.Se aí você teve estudo, / Aqui, Deus me ensinou tudo, / Sem de livro precisá/ Por favô, não mêxa aqui, / Que eu também não mêxo aí, /Cante lá, que eu canto cá´


Clerton Martins e Henrique Rocha falam dos significados da obra de PatativaA obra de Patativa do Assaré tem como principais características a interpretação e o registro do espaço natural onde ele viveu. As temáticas e conflitos encontrados em sua poesia estão intimamente associados ao ambiente ao qual pertenceu e à sua vivência cotidiana de agricultor.O tempo de Patativa dedicado ao trabalho no campo é o mesmo dedicado a construir suas rimas, acertar suas métricas e afinar seu ritmo. Fica-se assim sem saber o que era ócio criador ou o que era trabalho, ou que, sabiamente, fazem os homens sensíveis: transformam tempo monótono em tempos ricos de re-criação.Como observou Gilmar de Carvalho, Patativa foi o “camponês de mão grossa, e fina sensibilidade que encontrava na comunhão com a terra a força que seu verso emanava”. É a partir deste sentido de apropriação de lugar através da poesia, que destacamos alguns temas recorrentes na poesia de Patativa que fazem de sua produção literária um referencial descritivo para o leitor e revelador dos sentidos do poeta, na apropriação dos ambientes na sua memória.A poesia de Patativa é impregnada de força telúrica revelada, ora pela permanência de sua força oral, ora pela distinção em que os poemas são grafados, conservando as características principais da fala. Ele possuía uma visão cosmológica de seu lugar, um sentido de apropriação que o fez permanecer a vida toda no ambiente onde se identificava e se inspirava, se reconhecia e podia exercer sua ética sertaneja.A modernidade e seus impactos não escaparam à observação de Patativa que assumiu uma forma de medição entre sua experiência humana individual e a experiência coletiva. A forma incisiva com a qual Patativa trata as relações de trabalho em sua poesia, em particular, o sistema fundiário, fez com que ele chegasse a ser considerado subversivo.Mesmo correndo o risco de ser tachado de comunista, situação que rebatia, prontamente, Patativa não poupou críticas à dominação econômica sofrida pelos trabalhadores rurais. Uma poesia comprometida com a terra, porque é nela que ele investe seu tempo e trabalho. Foi especialmente durante a lida na roça que criou boa parte de sua obra.Porém, o trabalho associado à condição do homem rural no interior nordestino, não é visto pelo poeta sempre sob a perspectiva do sacrifício e das relações de sujeição. Podemos ver alguns sinais da ética sertaneja defendida por Patativa, bem como referências à realidade do trabalho do vaqueiro na fazenda de gado, como o ofício passado de pai pra filho, fidelidade ao patrão (não por subserviência, mas pelo esquema de recompensa do trabalho através das partilhas).O processo de apropriação do ambiente por Patativa do Assaré remete à transformação do espaço em lugar significativo a partir da experiência do poeta que evoca as características intrínsecas de um espaço que é transformado em lugar. A extensão da apropriação pode ser observada em processos de identificação espacial e composição simbólica. Desta forma, na leitura de sua obra é possível, sem muito esforço, entender a dimensão da importância do ambiente na constituição estética de sua poesia.A diversidade temática de sua produção é marcante, revelando seu interesse pelos acontecimentos do cotidiano local, mas também do mundo global. Este sentido de ser e estar no mundo produziu conteúdos de onde se pode extrair situações de sofrimento, prazer e desprazer que podem ser enxergadas nas entrelinhas do discurso poético de Patativa.A interatividade em Patativa tem um sentido que remete à própria história de vida deste personagem pela incessante lida do poeta-agricultor com o seu ambiente de inspiração artística. Esta vivência com seu lugar natural proporcionou a Patativa um domínio e conhecimento do seu espaço e conseqüente apropriação imperativa. Chegou a dizer, muitas vezes, que não lhe agradava a idéia de comercializar sua poesia, algo que nos soa como uma associação ao seu lugar que não poderia ser negociado.O universo descrito por Patativa do Assaré revela-se como um vasto campo de possibilidades de entendimento e de despertar de sensações. Sua obra poética mostra que, mesmo percorrendo caminhos tão peculiares como é o da poesia popular - gerada a partir da oralidade e que na transcrição para o suporte gráfico procura manter as características originais da fala -, é possível articular interseções entre um conhecimento destituído de formalidade e apegado a emoções com o conhecimento resultado da elaboração teóricas. CLERTON MARTINS E HENRIQUE ROCHAPesquisadoresClerton Martins é doutor Psicologia e professor da Unifor; e Henrique Rocha é professor das Faculdades Cearenses.

Cinco anos após sua morte, a obra do poeta Patativa do Assaré encontra espaço em editoras locais e nacionaisA vida e a obra de Patativa do Assaré se prestam a múltiplas leituras. Uma conversa com as pessoas que conviveram com ele, em Assaré, revelam um personagem identificado com os valores de sua terra, com a vida do campo. Leitura diferente é a dos estudiosos que se debruçaram sobre a obra, que acabaram por imprimir uma marca de sofisticação em sua criação.Há, no entanto, pontos de convergência. O mais expressivo deles é a capacidade de criação ininterrupta, associada a uma memória prodigiosa. Patativa sabia cada um de seus livros de cor. Conhecia cada verso de seus poemas publicados, nos 13 livros que compõem sua bibliografia básica. O impresso se apresenta como síntese, em oposição à abundância do oral.A voz se fez letraAté o começo da década de 1950, Patativa do Assaré pouco escrevia seus versos. Com exceção dos cordéis editados, o poeta confiava suas criações à memória. Por incentivo do latinista José Arraes de Alencar, que o ouvira improvisar na Rádio Araripe, o poeta organizou sua primeira coleção de poemas. O próprio Alencar viabilizou a publicação do primeiro livro de Patativa - “Inspiração Nordestina”, de 1956.O livro contribuiu para que a fama de Patativa aumentasse - e superasse as divisas do Estado. Ainda assim, só foi reeditado 11 anos depois.Mas foi na década de 1970, que o poeta viu sua obra tomar vulto na forma de livros. No começo da década, o intelectual J. Figueiredo Filho lançou por conta própria uma segunda coletânea de seus versos, seguida no final da década por outra, que veio a se tornar seu livro mais conhecido - “Cante lá que eu canto cá”.A essa altura, Patativa já era um autor conhecido e festejado, sobretudo, nos meios intelectuais de Fortaleza e do Cariri. O resultado foi a multiplicação de edições, algumas apresentando materiais inéditos, enquanto outras tentavam esboçar um panorama da criação do poeta de Assaré.O desafio do cordelPoeta popular, Patativa do Assaré teve uma sorte diferente de muitos de seus pares. Cordelistas viam suas criações desaparecerem aos poucos, graças à precariedade do suporte disponível (o cordel, em geral, impresso em papel barato e de pouca qualidade). Muito da produção de Patativa do Assaré, como cordelista, também se perdeu.Há 10 anos, este lado menos conhecido da obra foi retomado por dois lançamentos. Em 1999, foi lançada a primeira edição de “Cordéis”, organizada pelo pesquisador Gilmar de Carvalho, professor do Curso de Comunicação Social da UFC, e uma das maiores autoridades no tema. No ano seguinte, foi a vez da antologia compilada pela francesa Sylvie Debs, da Universidade de Estrasburgo.Os livros traziam uma mostra do que sobreviveu no formato folheto. Há ali um aspecto mais narrativo da obra, com o poeta assumindo o papel de cronista da realidade sertaneja. Foi exatamente o Patativa do Assaré, cordelista que a UFC elegeu para sua lista de livros do Vestibular em 2005. Uma versão do livro organizado por Gilmar de Carvalho (agora “Cordéis e outros poemas”) foi o primeiro livro de um poeta popular a figurar na lista da universidade. A coletânea ainda está entre os livros que podem ser cobrados para o concurso vestibular 2009.Em 2002, Gilmar de Carvalho apresentou um inédito do poeta, como anexo de seu livro de ensaios “Patativa do Assaré pássaro liberto”. “O crime de Cariús” foi escrito e publicado como folheto em 1946. Sob o pseudônimo Alberto Cipaúba, relatou um crime de morte acontecido em 1942. O cordel mostra um Patativa que faz às vezes de jornalista. BIBLIOGRAFIA1956 - Inspiração Nordestina (Borsoi Editor)1970 - Patativa do Assaré: Novos poemas comentados (independente), organizado por J. Figueiredo Filho1978 - Cante lá que eu canto cá (Editora Vozes)1988 - Ispinho e Fulô (Secult/Ioce)1991 - Balceiro: Patativa e outros poetas do Assaré (Secult/Ioce)1994 - Aqui tem coisa (Secult)1999 - Cordéis (Edições UFC)2000 - Cordel (Hedra), organizado por Sylvie Debs2001 - Balceiro 2: Patativa e Outros Poetas do Assaré (Secult/ Terceira Margem)2003 - Balceiro 3: Patativa e Outros Poetas do Assaré (A Provícia Edições)


A Sereia de Ouro foi a última homenagem recebida pelo poeta, um ano antes de sua morteA 31ªedição do Troféu Sereia de Ouro, de 2001, do Sistema Verdes Mares, criado na década de 1970, pelo industrial Edson Queiroz, teve Patativa do Assaré como agraciado. O agradecimento foi em forma de versos com o poema: ´Ceará do Céu Azul´, declamado aos 92 anos.O troféu foi uma demonstração do reconhecimento da grandeza da poesia de Patativa do Assaré pelo Sistema Verdes Mares. Conhecido como poeta do campo, a entrega da comenda aconteceu na sua cidade natal, no auditório do Memorial Patativa do Assaré. A solenidade coincidiu com o aniversário de 50 anos do Grupo Edson Queiroz. ´Se eu canto esta nossa terra/Do sertão até a serra/ Digo com verdade e fé/ Nos meus versos populares/Que é o troféu da Verdes Mares/Glória do nosso Assaré´.O povo de Assaré participou da festa, transmitida ao vivo pela TV Diário que, pela primeira vez, lançou mão da tecnologia na entrega da comenda. A simplicidade, um dos traços da personalidade do poeta, cuja grandeza de sua obra está na força do verso improvisado, de memória, marcado pela cuidado na elaboração da rima e da métrica, consideradas sofisticadas pelos estudiosos.Com esta simplicidade, tão peculiar ao autor, agradeceu o troféu, recebido das mãos do secretário de Cultura do Município de Assaré, Eugênio Costa de Oliveira. ´Pois, olhe, eu sou um homem muito simples, sou muito modesto. Tudo quanto me oferecem, eu recebo com a maior atenção´, foi dessa maneira que Patativa agradeceu o Troféu Sereia de Ouro.Mesmo cego e com a audição quase totalmente comprometida, como se encontrava por ocasião da entrega da comenda, Patativa continuava compondo e demonstrando estar bastante atento a tudo o que acontecia ao seu redor. O poeta de Assaré não escondia a vaidade quando o assunto era o reconhecimento de sua obra. Foi o que aconteceu com a entrega da Sereia de Ouro: ´Vai ser irradiado, daqui pra lá e de lá pra cá´, disse com satisfação, ao se referir à festa, realizada no Ideal Clube e transmitida através de telão montado pela TV Diário.

FUTEBOL NO SEMI-ÁRIDO

VIROU MAR

Com maior revelação do país no ano, e times lutando por Estaduais, semiárido nordestino entra no mapa da bola Com dinheiro vindo de prefeituras, banda de forró e até de funerária, clubes sertanejos mudam status e agora até almejam títulos
Alexandro Auler - 7.mar.09/JC Imagem
Ciro vibra ao fazer gol no Salgueiro, equipe de sua cidade natalPAULO COBOSDA REPORTAGEM LOCALGUSTAVO ALVES COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Na bola, o sertão já virou mar.Com o candidato a maior revelação do país em 2009 e clubes peitando grandes nordestinos, a região em que a pobreza reduzia o futebol a quase nada é hoje destaque no Nordeste.A começar por seu embaixador. O atacante Ciro, 19, artilheiro do Sport na temporada, começou nos juniores do Salgueiro, na cidade do mesmo nome no sertão central de Pernambuco, a 518 km de Recife.Sucesso individual que chega na esteira do êxito coletivo.Antes coadjuvantes ou sacos de pancada nos torneios estaduais nordestinos, os clubes sertanejos mudaram de status.No Rio Grande do Norte, a decisão do primeiro turno foi entre dois clubes do semiárido -o Assu, de Açu, e o Santa Cruz, da cidade do mesmo nome. Em todo o século passado, o futebol potiguar só teve campeões sediados na sua capital, Natal. Nesta década, já são três títulos de equipes sertanejas.O Campeonato Paraibano, antes dominado por clubes do eixo João Pessoa-Campina Grande, agora tem também como protagonistas clubes do alto sertão do Estado, como o Sousa, finalista do primeiro turno em 2009, e o Nacional de Patos, campeão em 2007.O Salgueiro, onde começou Ciro, conseguiu até uma façanha nacional -obteve uma vaga na nova Série C do Brasileiro, o que nem o poderoso Santa Cruz, da capital Recife, fez.No Ceará, o Icasa, de Juazeiro do Norte, vem de um vice- -campeonato estadual. Em Alagoas, o ASA de Arapiraca, imortalizado como sinônimo de time ruim em música de Chico Buarque, ganhou quatro dos últimos nove estaduais -antes, só havia sido campeão em 1953.Em comum, além do clima seco, todos esses times ficam em cidades onde a renda per capita não chega à metade da nacional e o IDH, o índice de desenvolvimento humano, fica bem abaixo da média do país.Indicadores que não impedem as prefeituras locais de investirem nos clubes."A prefeitura municipal arca com 50% das despesas da equipe, que tem folha de pagamento de R$ 50 mil", diz Luis Dailson Macedo, o presidente do Assu.Mais inusitada é a fórmula do Salgueiro para se manter. O clube ganhou fama de bom pagador e repete em 2009 o bom desempenho (só ficou atrás dos grandes do primeiro turno).As despesas são bancadas em partes iguais pela prefeitura, por uma funerária e por uma banda de forró. Assim, paga até R$ 3.500 para alguns atletas.Com o futebol, a cidade também tenta se livrar da fama da "cidade da maconha", ganha pela produção da erva e dos altos índices de criminalidade causados por ela. "Pensamos que o único jeito de mudar isso era pelo futebol. Éramos muito malvistos, mal falados. Fazíamos contato com os jogadores e perguntávamos se queriam jogar aqui. A resposta era sempre "eu não vou não, você está doido?". Agora pagamos bem, e todos querem jogar aqui", diz José Guilherme de Alencar, o presidente do Salgueiro.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Estrada do Cajueiro

Alfredo Nascimento garante a parlamentares do RN a continuidade da Estrada do Cajueiro
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, garantiu agora há pouco aos senadores José Agripino, Garibaldi Filho e Rosalba Ciarlini, e aos deputados federais Felipe Maia e Betinho Rosado, que a Estrada do Cajueiro, não é uma obra arquivada.
A estrada, que liga o vale do Apodi (RN) ao Vale do Jaguaribe (CE), é um pleito antigo dos parlamentares do Estado e será fundamental para o escoamento da produção dos dois estados.
O DNIT já concluiu o projeto, mas alegando algumas distorções, devolveu à Consultora Maia Melo, responsável pelo mesmo.
O ministro deu um prazo até o final de abril para a empresa entregar o projeto com as correções para poder anunciar a ordem de serviço.
"O boato de que o processo estava arquivado estava me preocupando porque, inclusive, recebi varias ligações em meu gabinete. Agora o ministro nos tranquilizou, mas vamos ficar de olho no andamento dessa obra. Se depender da bancada do RN, ela vai sair do papel ainda no primeiro semestre", declarou o deputado Felipe Maia.Alfredo Nascimento garante a parlamentares do RN a continuidade da Estrada do Cajueiro
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, garantiu agora há pouco aos senadores José Agripino, Garibaldi Filho e Rosalba Ciarlini, e aos deputados federais Felipe Maia e Betinho Rosado, que a Estrada do Cajueiro, não é uma obra arquivada.
A estrada, que liga o vale do Apodi (RN) ao Vale do Jaguaribe (CE), é um pleito antigo dos parlamentares do Estado e será fundamental para o escoamento da produção dos dois estados.
O DNIT já concluiu o projeto, mas alegando algumas distorções, devolveu à Consultora Maia Melo, responsável pelo mesmo.
O ministro deu um prazo até o final de abril para a empresa entregar o projeto com as correções para poder anunciar a ordem de serviço.
"O boato de que o processo estava arquivado estava me preocupando porque, inclusive, recebi varias ligações em meu gabinete. Agora o ministro nos tranquilizou, mas vamos ficar de olho no andamento dessa obra. Se depender da bancada do RN, ela vai sair do papel ainda no primeiro semestre", declarou o deputado Felipe Maia.

BIOFILTRO

NOVAS TECNOLOGIAS PARA O SEMI-ÁRIDO
O Projeto Dom Helder Câmara está desenvolvendo no Semi-árido do Rio Grande do Norte uma iniciativa pioneira no reaproveitamento de água oriunda do consumo doméstico. A experiência, denominada inicialmente de Unidade Demonstrativa Experimental de Biofiltro familiar, está sendo testada empiricamente na Comunidade de São Geraldo em Olho Dágua do Borges/RN.
A experiência consiste em desenvolver um modelo de Biofiltro Familiar apropriado às condições socioeconômicas e ambientais da comunidade de São Geraldo, além de promover um aprendizado sobre o uso de água servida tratada através de Biofiltro Familiar para a produção de hortaliças destinadas ao auto consumo familiar. As pessoas interessadas em conhecer a experiência podem contatar o CTARN (Centro Tecnológico do Negócio Rural do RN) através da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade do Semi-árido.

segunda-feira, 9 de março de 2009

UFERSA - ANGICOS IV

IMPRENSA DE ANGICOS


DO BLOG DO ACLECIVAM

Ex-prefeito Ronaldo foi o mais aplaudido e por várias vezes
Nem Wilma e nem Tejão, nem Rosalba e nem Garibaldi, deu foi Ronaldo
O ex-prefeito de Angicos, médico Ronaldo de Oliveira Teixeira [PSB], roubou a cena na noite de ontem, 6, durante a solenidade da aula inaugural do campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido [UFERSA], extensão Angicos.
Primeiro foi quando o ex-prefeito foi convidado para compor a mesa das autoridades.
O médico foi aplaudido por alguns minutos para espanto de muita gente que se encontrava no ginásio.
Muitos ficaram sem entender o motivo para tantos aplausos, que chegou a provocar risos no canto da boca do prefeito Jaime Batista que posteriormente fechou a cara.
O ex-prefeito voltou a ser aplaudido, e dessa vez mais intensamente, quando a governadora Wilma de Faria cumprimentou toda a mesa e disse: quero cumprimentar também especialmente uma pessoa maravilhosa e que gosta muito de Angicos que é nosso doutor Ronaldo.
Nesse momento, a governadora teve a palavra interrompida devido os aplausos do público presente a solenidade.
Só em seguida foi que a governadora continuou e disse: “Eu fiquei muito feliz Ronaldo pelos aplausos que você recebeu e que você recebe. Você merece, com certeza”.
O ex-prefeito voltou a ser aplaudido no momento em que o senador Garibaldi Filho agradeceu a todos que ajudou na luta pela instalação do campus da Ufersa em Angicos, “inclusive ao prefeito Ronaldo, que hoje não é dia de exclusão, não é dia de discriminação, é de união de todos os angicanos”.
Vários foram os comentários após a solenidade. Um deles era se o motivo para tantos aplausos foi devido à luta do ex-prefeito para a instalação do campus da Ufersa em Angicos ou se o povo angicano já sente sua falta como prefeito.
Fica difícil de decifrar o que realmente pode ter acontecido. Se a população angicana sente saudade do ex-prefeito ou revolta em relação a atual administração, tendo em vista que a maioria das pessoas angicanas presente a solenidade são ligadas politicamente ao prefeito Jaime e ao vice Clemenceau.
Que enigma danado!!!
Acrecivam, conversamo com algumas pessoa, e o que ouvimos era que a maior parte do povo que foi ao ginásio era o povo que votou no TEJÃO, que agora começavam a entender que Ronaldo só tinha procurado fazer o melhor para o povo de Angicos. E hoje ao vivenciarem a administração do atual prefeito se depararam com uma administração privada, só mente da família do TEJÃO e não voltada para o povo, como era no tempo de Ronaldo.
Escrito por oolhodoangicano@bol.com.br às 13:59:44[(0) Comente] [envie esta mensagem] []

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DO BROG DO ACRECIVAM
Governadora Wilma de Faria quando chegava ao Joana Honório
Governadora atende pleito do ex-prefeito Ronaldo
A governadora Wilma de Faria [PSB] esteve ontem no município de Angicos para participar da aula inaugural do campus da Universidade Federal Rural do Semi-Árido [UFERSA], ficou visivelmente emocionada ao ver o público presente a solenidade aplaudir de forma calorosa [essa será outra historinha, nos próximos capítulos] o ex-prefeito Ronaldo de Oliveira [PSB].
A governadora iniciou ressaltando que não é da região, mas que muito fez pela Região Central e se sente orgulhosa de chegar e olhar no olho de cada um e dizer: “eu trabalhei por Angicos. Eu fiz por Angicos”.
Em relação à extensão da Ufersa, a governadora se dirigiu ao reitor Josivan Barbosa, que esse processo representa uma vitória para os jovens e para o futuro.
A governadora ressaltou ainda é importância do reconhecimento e citou o presidente Lula quem é quem está investindo no campus da Ufersa de Angicos.
“Está na hora de reconhecer o trabalho que o presidente Lula tem feito no Nordeste e no Rio Grande do Norte. Na hora de olhar que é ele quem libera R$ 14 milhões para essa universidade aqui de Angicos”.
A governadora que também precisou sair para se deslocar até a cidade de Caidó, quebrou o protocolo, assim como fez a senadora Rosalba Ciarlini, para anunciar o pleito que acabara de ser feito pelo ex-prefeito Ronaldo de Oliveira.
A governadora garantiu a construção do acesso ao campus da Ufersa, garantindo assim a solicitação do ex-prefeito Ronaldo.

Acrecivam, o sorriso da gonvernadora era de urelha a urelha, quando se deparou com a calorosa manifestação do povo de Angicos ao amigo Ronaldo. Incrusive a gonvernadora comentou com assessores que agora tinha certeza do que aconteceu na inleição de Angicos, que Ronaldo não tinha perdido mais que os adversáros tinham simplesmente comprado a conciênça do povo angicano. É disse mais, que nunca tinha abandonado Ronaldo e agora era que ia ajudá-lo a fazer muito mais pelo povo de Angicos. Escrito por oolhodoangicano@bol.com.br às 13:43:37[(0) Comente] [envie esta mensagem] []

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DO BROG DO ACRECIVAM
Campus da Ufersa será o mais moderno do Nordeste
O reitor Universidade Federal Rural do Semi-Árido [UFERSA], professor Josivan Barbosa apresentou ontem, 6, na solenidade da aula inaugural do campus da Ufersa, em Angicos, como será a universidade.
Primeiro, o reitor lembrou Paulo Reglus Neves Freire, ou simplesmente Paulo Freire, a partir de suas primeiras experiências quando ensinou 300 adultos a ler e a escrever em 45 dias. “Tivemos a história de Paulo Freire e agora temos a história da Ufersa”, disse o reitor.
Em seguida, Josivan Barbosa destacou a importância da luta da classe política para que a Escola Superior de Agricultura de Mossoró [ESAM] fosse transformada na Ufersa.
Josivan lembrou ainda do início da luta do povo da Região Central, que começou em setembro de 2007 quando foram às ruas pedir por mais educação para a Região Central.
No decorrer de seu discurso, o reitor apresentou maquete da Ufersa, como serão os laboratórios, a biblioteca, salas de aulas e salas de professores, etc.
O campus da Ufersa será o mais moderno de todas as universidades públicas do Nordeste.
Para sua construção já foram liberados R$ 14 milhões, que serão aplicados em duas etapas. Cada uma, construção de 10 salas de aulas e 36 salas de professores, biblioteca, laboratórios de informática, química, física e matemática.
O reitor apresentou ainda ontem, a terceira etapa. Para esta ainda não existe recursos e pediu novamente o empenho dos parlamentares para que no Orçamento Geral da União, de 2010 possam ser liberados mais R$ 7 milhões.
Esse valor será para construção das residências universitária e do complexo esportivo.
O reitor também anunciou edital para concurso que oferecerá 22 vagas de professores para este ano. Escrito por oolhodoangicano@bol.com.br às 13:29:08[(0) Comente] [envie esta mensagem] []

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RAPIDINHAS
A gonvernadora ficou tão sastifeita com a calorosa recepção feita pelo povo de Angicos a Ronaldo, que imediatamente atendeu a um pedido do ex-prefeito. Que fizesse o acesso até o Campus da UFERSA. Escrito por oolhodoangicano@bol.com.br às 12:14:27[(0) Comente] [envie esta mensagem] []

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RAPIDINHAS
O TEJÃO comprou os voto nas inleição, mais num ta pagando a torcida organizada, por isso quase não foi apraudido. Escrito por oolhodoangicano@bol.com.br às 11:59:43[(0) Comente] [envie esta mensagem] []

UFERSA ANGICOS III

PANORAMA DO VALE
Angicos foi palco de dos maiores encontros políticos em toda sua história, é que na tarde de hoje, 06 de março, por volta das 18:00 horas foi inaugurada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA daquele município.
Ainda em fase de implantação, a instituição educativa funcionará provisória e precariamente em prédios cedidos em convênios por outras entidades de ensino local.
Participaram da cerimônia a governadora Wilma de Faria, os senadores Garibaldi Filho e Rosalba Ciarlini, os deputados federais Betinho Rosado e Fátima Bezerra, os deputados estaduais Leonardo Nogueira e Walter Alves, os prefeitos de Angicos, Afonso Bezerra, Itajá e Lages, vereadores de diversos municípios, entre os quais João Wallace da Silva de Assú, secretários de estado Francisco Canindé de França (SEARA), Luiz Cláudio (EMATE) e Francisco das Chagas (Agricultura Pecuária e Pesca), além da assessora especial da governadora Fátima Moraes e sua equipe.
Coube ao reitor Josivam Barbosa Menezes, como de costume, promover a abertura da cerimônia que, falando sobre a importância do acontecimento, apresentou um balanço do que será a UFERSA/Angicos após sua totalização. Enfatizou o quanto a chegada da universidade beneficiará o município, tanto do ponto de vista sócio/econômico, quanto ao avanço cultural.
Segundo Josivan, ali serão instalados equipamentos de última geração, os melhores laboratórios e que o conjunto físico/tecnológico representará o mais moderno de uma universidade federal em todo o Nordeste brasileiro.


Deputado federal Betinho Rosado esteve na tarde/noite de ontem, 06/03, em Angicos para participara da cerimônia de inauguração da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA, naquele município.
Essa universidade é fruto da transformação da ESAM – Escola Superior de Agronomia de Mossoró em universidade federal no ano de 2005, que acumuladas às experiências da ESAM e UFERSA já somam mais de 40 anos de atividade.
Betinho Rosado é incentivador da interiorização do ensino tecnológico, nesse sentido vem empreendendo esforços para implantação de núcleos de ensino técnicos, nível médio e superior, nas diversas regiões do estado, facilitando o acesso de milhares de jovens e adultos a um mercado que sempre esteve distante de seus alcances.
Acredita Betinho ser esse o caminho mais curto para melhorar a qualidade de vida do sertanejo.


Governadora Wilma de Faria, de forma entusiasmada, exalta a importância da chegada da UFERSA – Universidade Federal Rural do Semi-Árido a Angicos.
Elogiou o esforço conjunto dos políticos que compõe a bancada norte-rio-grandense em Brasília, a decisão incondicional do governo estadual em favor da causa e o apoio dos deputados estaduais.
Finalizou parabenizando os angicanos e os demais municípios de deverão ser beneficiados com os cursos de ensino tecnológico que serão oferecidos pela universidade, e saudou as mulheres pelo 08 de março, dia internacional da mulher.