domingo, 5 de abril de 2009

DOIS VIZINHOS, DUAS REALIDADES

Enquanto em Mossoró a construção do Expocenter (Centro de Exposições e Eventos de Mossoró), orçado inicialmente em cerca de R$ 3 milhões, se arrasta por mais de três anos, no Ceará o Governo anuncia a construção de uma megaestrutrua cujo valor poderá ultrapassar 100 vezes o valor da obra em Mossoró. A reportagem, na íntegra, abaixo confirma o que estamos dizendo, se não veja:
Governo Estadual quer assinar a ordem de serviço em 15 dias, mas Consórcio Pavmulti vai argüir decisão da CCCO consórcio de construtoras formado pela cearense Galvão Engenharia e pela baiana Andrade Mendonça foi o vencedor da licitação pública para construção do Pavilhão de Feiras e Eventos — obra do governo Estadual aguardada com ansiedade pelo ´trade turístico´ e demais empresas de eventos do Estado. O preço vencedor da obra foi de R$ 279,75 milhões, valor 6% inferior ao máximo de R$ 297,58 milhões, estipulado pelo edital licitatório.O anúncio do consórcio vencedor foi feito pela vice-presidente da Comissão Central de Concorrências (CCC), da Procuradoria Geral do Estado (PGE), Maria Betânia Sabóia Castro, no fim da tarde de ontem. ´A partir de agora será questão de dias para assinarmos o contrato´, declarou o secretário estadual de Turismo, Bismarck Maia, ao projetar para os próximos 15 dias, a data de assinatura da ordem de serviço para início das obras.QuestionamentoApesar do otimismo do secretário, a data de início dos trabalhos poderá não se confirmar. Outro concorrente da licitação, o consórcio Pavmulti (Passareli/Consbem) promete argüir a decisão da CCC na Justiça Estadual.Segundo o gerente da Passareli, Dércio Dias, o grupo apresentou orçamento de R$ 273,56 milhões, ou R$ 6,2 milhões, inferior ao da vencedora, mas não saiu ganhador do processo, porque foi desqualificado na fase de habilitação das propostas de preços. ´Certamente vamos recorrer judicialmente, porque os recursos na esfera administrativa já se encerraram´, avisou Dias, após receber a notícia de que o recurso interposto anteriormente pelo grupo havia sido indeferido.Segundo explicou o presidente do Departamento de Estradas e Rodovias (DER), Quintino Vieira, o consórcio Pavmulti foi desqualificado porque apresentou, na proposta inicial, preços unitários de serviços superiores aos especificados no edital e cronograma de execução da obra acima do prazo estipulado de 18 meses. ´A tese que o desqualificou foi a apresentação de preços acima dos da tabela da Seinfra (Secretaria Estadual de Infra-Estrutura), o que fere a Lei das Licitações nº8.666´, justificou Vieira. Ainda segundo ele, o consórcio Pavmulti tem, por lei, prazo de cinco dias úteis para recorrer da decisão da CCC, contados a partir de segunda-feira. Ele avalia, no entanto, que o cronograma da obra, previsto para ser concluído em agosto de 2010, não será prejudicado.Além desses dois itens, acrescentou o gerente Comercial Ceará, do consórcio Galvão Andrade Mendonça, Jorge Valença, o concorrente apresentou cronograma real da obra no valor de R$ 337 milhões, superior ao valor estipulado no edital e prazo de execução de 20 meses, quando 18 meses seria o prazo limite para execução.

PROJETOS DE ENERGIA EÓLICA NO RN E CE

A Edição do Diário do Nordeste do último sábado trouxe importante matéria sobre os projetos de energia eólica instalados nos litorais do RN e Ceará. Veja a Matéria na íntegra:
Os projetos de geração de energia eólica em implantação no Ceará e do Rio Grande do Norte sofrem com problemas de infra-estrutura nesses estados. As dificuldades são a precariedade da rede de transmissão para escoamento da energia gerada e a incapacidade das atuais subestações de receber e conectar a energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN).Para superar esse quadro, os governos dos dois estados tentam, como medida extrema, junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) o desenvolvimento de um projeto que amplie a capacidade de conexão dos seus parques eólicos.Os projetos cearenses já conhecidos e oriundos do Proinfra-I podem produzir cerca de 1.200 megawatts (MW); os do Rio Grande do Norte, outros 1.200 MW. O potencial de geração dos dois estados é estimado em 50 mil MW.Falando com exclusividade ao Diário do Nordeste, o coordenador de Energia e Comunicações da Secretaria de Infra-Estrutura do Ceará, engenheiro Renato Rolim, e o secretário Extraordinário de Energia do Rio Grande do Norte, engenheiro Jean-Paul Prates, disseram que as dificuldades poderão ser afastadas, se a EPE acatar a proposta de ambos os estados. ´No caso do Ceará, estamos negociando com a Empresa de Pesquisa Energética a implantação de duas subestações coletoras de 230 KV/69 KV — uma para o litoral Oeste, outra para o litoral Leste — além de trechos de linhas de transmissão em 69 KV com extensão estimada em 200 Km´, disse o coordenador de Energia da Seinfra. Com essas providências, os parques eólicos que surgirão do leilão da Aneel no próximo mês de novembro terão assegurada a sua conexão ao sistema.Com relação ao Rio Grande do Norte, que sofre da mesma deficiência do sistema elétrico, as providências reivindicadas são praticamente as mesmas. Coincidentemente, os empresários investidores também são os mesmos nos dois casos.Esses problemas não se restringem apenas ao Ceará e ao Rio Grande do Norte, uma vez que o Sistema Interligado Nacional envolve em comum as demandas e as cargas da indústria, do comércio e de domicílios residenciais de toda a região do Nordeste. Sobre essa demanda, deve ser acrescentada a das unidades de geração de energia futura, agravando o quadro de ameaça do sistema elétrico regional.Para o engenheiro Renato Rolim, sem que a EPE intervenha, o quadro atual do sistema elétrico do Nordeste, principalmente o dos Estados do Ceará e Rio Grande do Norte, que detêm o maior potencial de geração eólica, permanecerá gravemente ameaçado, uma vez que o a rede existente não suportará a sobrecarga.

BARRAGEM DE SANTA CRUZ

BARRAGEM DE SANTA CRUZ: CINCO ANOS SEM PROJETO
Passados cinco anos da inauguração e da primeira vez que a Barragem de Santa Cruz sangrou pouco avanço se observa no benefício do uso daquela água para as comunidades que se encontram ao longo do Rio Apodi-Mossoró e aquelas localizadas próximas a barragem e em cima da Chapada do Apodi. O próprio município de Apodi não tem a água da barragem aproveitada para a sua população.
Em visita à barragem, no último sábado, podemos verificar o estado de abandono. A estrada vicinal que dá acesso a barragem a partir da BR 405 encontra-se abandonada. Os barraqueiros instalados à juzante da barragem trabalham sem nenhuma perspectiva. As barracas não apresentam nenhuma condição de manipular alimentos e não possuem banheiros ou qualquer outra estrutura.
A única mudança visível é a instalação de um pequeno projeto de criação de tilápias na margem direita da barragem. A própria localização deste projeto já é questionada, pois atrapalhará sobremaneira o uso da barragem como pólo turístico.
Na semana passada foram anunciados pelo Governo do RN dois projetos para o uso da água para fins de consumo humano. A adutora Alto Oeste que beneficiará 26 municípios localizados acima da barragem e a adutora Apodi-Mossoró que beneficiará metade da população do município de Mossoró. Em conversa com pessoas da comunidade de Apodi podemos perceber que a população daquela região poderá se posicionar contrário à adutora Apodi-Mossoró. E esse movimento poderá ganhar sintonia caso a adutora venha a ser construída antes do uso da água para a irrigação das pequenas áreas de agricultura familiar instaladas ao longo do Rio Apodi-Mossoró e para a irrigação de projetos de fruticultura em cima da Chapada do Apodi.
No último sábado (04.04.09) a barragem apresentava uma vazão de cerca de 20% do total (cinco metros cúbicos) e a lâmina dágua apresentava um limite de apenas 50 cm para a sangria. Como as chuvas no Alto Oeste estão diminuindo de intensidade, a perspectiva de sangria em 2009 não é boa.
EM TEMPO: O nome Santa Cruz é devido à Comunidade de Santa Cruz localizada vizinha à Barragem.