quinta-feira, 22 de abril de 2010

Abelhas do semiárido é tema de workshop na UFERSA

Por Passos Jr/UFERSA
Transformar o Centro Tecnológico de Apicultura de Mossoró em Instituto Nacional de Abelhas do Semiárido. Essa proposta foi lançada pelo reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, professor Josivan Barbosa, durante a abertura do I Workshop de Abelhas do Semiárido, aberto nesta manhã, 22, no Auditório do CTARN, no Campus Leste da UFERSA.

Segundo o reitor, Josivan Barbosa, propostas neste sentido estão sendo encaminhadas ao Ministério de Ciência e Tecnologia. “A universidade dispõe dos melhores profissionais e pesquisadores nesta área, e com o apoio do poder público, a exemplo do Instituto de Neurociência, instalado no município de Macaíba, na região da Grande Natal, poderemos lutar para implantação de um Instituto Nacional de Abelhas, em Mossoró”, acredita o reitor.

O potencial para a produção da fruticultura irrigada é outro diferencial para que a região do semiárido de Mossoró venha viabilizar o Instituto da Abelha. “Muito do que se produz hoje na região com a fruticultura se deve ao potencial da UFERSA ao formar engenheiros agrônomos capacitados para o mercado de trabalho e com o Instituto de Abelhas essa realidade não será diferente”, disse Josivan Barbosa.

A ideia do reitor é montar o Instituto Nacional de Abelhas na Estação Experimental da UFERSA, em Alagoinha, onde hoje já está instalado o Centro Tecnológico de Apicultura. “A Universidade estará sempre aberta para os produtores e empreendedores da Apicultura. É uma honra recebê-los neste wokshop onde se concretiza a extensão universitária”, afirmou o reitor, se referindo a grande quantidade de apicultores no evento.

O I Workshop Abelhas no Semiárido terá prosseguimento nesta sexta-feira, 23, com a visita de apicultores da Associação dos Apicultores de Serra do Mel ao município de Apodi e, no sábado, 24, a Fazenda Experimental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido.


Mossoró e Ribeirão Preto na frente em pesquisa com abelhas


Dois municípios brasileiros estão se destacando ao realizar pesquisas com abelhas: Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Ribeirão Preto, no estado de São Paulo. Ambos contam com a colaboração de pesquisadores da CAPES. Até sexta-feira, 23, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido promove o I Workshop sobre Abelhas.

Em Mossoró, as pesquisas são realizadas nas dependências da Fazenda Experimental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, no Centro Tecnológico de Apicultura, sob a coordenação dos professores doutores da UFERSA, Lionel Segui Gonçalves e Vera Lúcia Imperatriz Fonseca. Os professores visitantes seniores da UFERSA são as maiores autoridades do país na área da apicultura.

Segundo o professor Lionel Segui, o maior problema enfrentado pelos apicultores é a perca de cerca de 50% das abelhas nas colméias. Isso de deve ao comportamento enxamatório dos insetos, decorrentes das condições ambientais não favoráveis para a sua criação. As altas temperaturas – superior a 41 graus, por exemplo, contribuem para o êxodo das abelhas. “As colméias devem se instaladas na sobra ou meia sombra”, orienta o professor.

As abelhas, disse o professor Lionel, são de grande importância para o ecossistema. Elas são responsáveis pelo aumento de mais de 75% das culturas agrícolas quando utilizadas com a finalidade de polinização. Ainda segundo o professor, elas atuam indiretamente na cadeira alimentar e na preservação de animais em extinção, como por exemplo, o lobo guará, que quando recém-nascido se alimenta de uma fruta que só é germinada com a polinização realizada pelas abelhas.

“A polinização com abelhas aumenta a qualidade do mel e também a qualidade do fruto”, afirmou o pesquisador chamando atenção para a importância da atividade dos apicultores que coloca o Rio Grande do Norte na sexta posição no país quando se trata da exportação do mel. Segundo dados do Sebrae, o estado conta com 2.499 apicultores, totalizando uma média de mais de 51 mil colméias, que além do mel, produzem cera, pólen, própolis e abelhas rainhas. Para ser ter uma ideia do volume, no ano passado o Rio Grande do Norte produziu 1.951 toneladas de mel.


Apicultores de Serra do Mel somam lucros

Em apenas quatro anos um aumento em torno de 500%. A informação sobre a produção de mel no Rio Grande do Norte é do Sebrae e foi apresentada no I Workshop de Abelhas do Semiárido, promovido pela UFERSA. Os dados indicam que em 2005 foram produzidas 40 toneladas de mel de abelha no estado e, a produção crescente a cada ano, chegou à marca de 1.951 toneladas, em 2009.

Esse crescimento reflete a satisfação dos apicultores norteriograndenses com a atividade agroecológica, principalmente, no município de Serra do Mel, onde está instalada a maior parte dos produtores. É caso do produtor Claudionor Lopes dos Santos, o Canoa, trabalha com apicultura há mais de 30 anos.

“Toda minha família atua com criação de abelhas e tenho obtido bons resultados”, afirmou, acrescentando que trabalha com polinização, alugando suas colméias, algo em torno de 1.500, para os produtores de melão da região. “É muito importante esse curso para esclarecer aos trabalhadores as novas técnicas de produção e de manejo com as abelhas”, afirmou Canoa elogiando a iniciativa dos pesquisadores da Universidade do Semi-Árido.

Para outro apicultor de Serra do Mel, João Duarte da Silva, a atividade deixa mais lucro que o cultivo da castanha de caju. “Disponho de 35 colméias e no período de maio a agosto lucro algo em torno de R$ 3.500,00”, revelou. O apicultor também considera muito positivo as palestras promovidas pela UFERSA. “Muito importante, pois devemos ficar atentos para a questão do meio ambiente e da nossa atividade também”, opinou.







SBPC discutiu em Mossoró alternativas para energia elétrica. Confira na matréria de Angela Trabbold.

Alternativas de matrizes de energia elétrica




Diante do fato de que o potencial hídrico do Brasil está concentrado na região Norte do País, a energia termonucler se apresenta como uma opção de matriz energética tentadora, pelo seu potencial de geração de energia elétrica. O própio governo federal, ao decidir ampliar o programa nuclear brasileiro um ano e meio atrás, sinalizou este caminho.

No entanto, é possível suprir a demanda de energia elétrica utilizando outras matrizes energéticas, como a térmica de biomassa, a eólica e a exploração sustentável de pequenas centrais hidrelétricas, sem ter que investir pesado em uma tecnologia que gera lixo radioativo, criar recursos humanos capacitados para isso ou dominar a cadeia de produção do urânio. É o que defende o coordenador do Laboratório de Energia e Gás (LEN), da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o engenheiro Ednildo Andrade Torres, que proferiu uma conferência sobre este assunto nesta quinta-feira (15/4), durante a Reunião Regional da SBPC em Mossoró (RN).

Promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o evento está sendo realizado nas instalações da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). O objetivo é discutir, por meio de conferências e mesas-redondas, o desenvolvimento sustentável do semiárido. A Reunião será encerrada na tarde desta sexta-feira, 16.

Na sua avaliação, matrizes alternativas à termonuclear podem atender a demanda de energia, no ritmo de crescimento esperado pelo País; desde que se invista também em um programa de eficiência energética. Segundo Torres, 80% de toda energia elétrica produzida hoje no Brasil é de fonte hidroelétrica, sendo que apenas 20% são de outras matrizes, como a nuclear, biocombustíveis, eólica, gás natural etc. “O problema é que questões ambientais e antropológicas dificultam a construção de novas usinas hidroelétricas, especialmente na região Norte”, firma.

No entanto, ainda é possível explorar os recursos hidrícos de outras regiões de forma sustentável, especialmente com pequenas centrais hidroelétricas. “Vários estados têm condições de abrigar usinas do gênero, a exemplo da Bahia e do Pará”, afirma. Com relação à biomassa e à eólica, praticamente todo o País pode produzir energia a partir dessas matrizes. “São energias limpas e em franca expansão, ao contrário da nuclear, que é obsoleta e apresenta riscos de contaminação radioativa; e da térmica a diesel e a óleo combustível, que têm a desvantagem de emitir gases de efeito estufa.

Na sua avaliação, o que faltam, na verdade, são políticas públicas que viabilizem e direcionem os investimentos para fontes de energia menos poluentes e mais seguras. Mas, diz o pesquisador, mesmo que o governo decidisse priorizar outras matrizes os investimentos precisariam vir acompanhados de um programa de eficiência energética. “Atualmente, perde-se cerca de 30% de toda a energia produzida do País com sistemas e equipamentos ineficientes, tecnologias obsoletas, uso indevido e roubo”, afirma ele, acrescentando que um novo marco regulatório também seria essencial nesse processo. “Residências de classe média e alta poderiam ter um sistema fotovoltaico, integrado à rede elétrica, que poderia ser usado para aquecimento de água”, exemplifica.



ATENDIMENTO À IMPRENSA

Acadêmica Agência de Comunicação

Angela Trabbold

(11) 5549-1863 / 5081-5237 / 9912-8331

angela@sbpcnet.com.br; angela@academica.jor.br