segunda-feira, 30 de março de 2009

URBANIZAÇÃO DA PRAIA DAS EMANOELAS

URBANIZAÇÃO DA PRAIA DAS EMANOELAS
Em função da pouca representatividade das associações de classe e dos órgãos públicos, a Primeira Oficina do Projeto Orla de Tibau que estava programado para hoje e amanhã (30 e 31 de março) foi adiada para os dias 18 e 19 de maio. Os representantes dos órgãos presentes ao Colégio Estadual Rui Barbosa (Patrimônio da União, IDEMA, CAERN, UFERSA, Prefeitura Municipal de Tibau, Associação dos Barraqueiros de Tibau, Câmara Municipal de Tibau, entre outros) aproveitaram para visitas in loco à costa de Tibau com a finalidade de identificar a área que será utilizada para a construção do projeto de urbanização das barracas da Praia das Emanuelas. Ficou acordado que a área mais adequada está situada entre o condomínio vertical da Praia de Gado Bravo e o condomínio horizontal Costa do Atlântico com extensão de aproximadamente 500 m. Por ocasião da Oficina do mês de maio será apresentado um pré-projeto de utilização da área, cuja responsabilidade de elaboração será da UFERSA.

PRODUÇÃO DE BANANA NO SEMI-ÁRIDO

A multinacional Del Mont Fresh Produce iniciou o replantio das áreas de banana que foram afetadas pelas enchentes de 2008 no Vale do Açu. Inicialmente serão plantados 250 hectares, o equivalente a um quarto do que foi eliminado pelas cheias do Rio Piranhas-Açu. A meta da empresa é plantar até o final do ano os 1000 hecatres destruídos, dependendo da liberação dos créditos do ICMS.
Com isso, o Vale do Açu voltar a respirar com a certeza de retorno para o campo de toda a mão de obra afastada pelas perdas econômicas que a empresa teve.
Um aspecto positivo das cheias foi a lavagem do solo, eliminando os sais depositado na superfície, o que contribuirá para o aumento da produtividade da novas áreas.

PRODUÇÃO DE ALHO NO SEMI-ÁRIDO

Lembranças emocionadas dos plantios de alho e cebola dix-septienses

(*) José Romero Araújo Cardoso

Quando criança se constituía verdadeira diversão ajudar, talvez mais atrapalhar, querido tio de nome João Onofre Cardoso a preparar canteiros de alho e cebola nas vazantes do rio Apodi-Mossoró no percurso deste curso d´água no município de Governador Dix-sept Rosado.
Ficava encantado com a destreza do meu velho tio ajeitando cuidadosamente os sedimentos depositados pelo escoamento superficial, trabalhando artesanalmente um dos principais sustentáculos econômicos das famílias dix-septienses.
Culturas bastante democráticas, as quais atendiam de forma significativa à geração de emprego e renda para a população, sobretudo àquela parcela que dispunha de terras à beira do rio, os plantios de alho e cebola tornaram-se um dos símbolos do lugar. Governador Dix-sept Rosado ficou conhecida em épocas pretéritas como a capital do alho.
Compradores de todos os recantos, espalhados Brasil a fora, procuravam o alho e a cebola plantados em Governador Dix-sept Rosado devido à qualidade inigualável. Tranças de alho eram penduradas no mercado, na estação, nos bancos das praças, nas casas, enfim, em todos os lugares da cidade. Produziam-se em larga escala o melhor alho e a melhor cebola, não havendo concorrentes para àqueles produtos maravilhosos que eram beneficiados pela melhor terra ribeirinha do Estado do Rio Grande do Norte.
As colheitas eram festas indescritíveis, todos participavam de alguma forma. Era a garantia de dinheiro extra, apurado além do que se ganhava na exploração de gipsita ou em atividades agro-pecuárias as quais se dedicava e ainda se dedica a população dix-septiense.
Em consórcio com o alho e com a cebola plantava-se ainda batata que crescia enorme, verdadeira garantia de subsistência às famílias. Quantas saudades daqueles tempos, quantas alegrias tenho em minhas recordações dos plantios em vazantes em Governador Dix-sept Rosado.
O velho e saudoso trem levava alho e cebola para vários lugares, pois era grande a demanda pelos produtos extraordinários plantados e colhidos no meu querido rincão potiguar, no município em que estão fincadas minhas mais profundas raízes, terra heróica de encantos e prazeres que marca de forma extraordinária minhas reminiscências de infância, terra que amo de todo coração.
Infelizmente a década de oitenta do século passado foi marcada pelo advento de maléfico fungo conhecido por mal-de-sete-voltas. O estrago foi total, fragmentaram-se as culturas de alho e de cebola, nada prosperava quando dos plantios em vazantes após a chegada de infernal praga.
Destruía-se de forma violenta toda uma estrutura cultural que marcou por anos e anos a coletividade dix-septiense. Difícil e caro de ser contido, o mal-de-sete-voltas é responsável pela expressiva deficiência na insuficiência da qualidade de vida do meu povo, restando apenas a saudade de uma época em que Governador Dix-sept Rosado se destacava na economia do Estado do Rio Grande do Norte, entre outros bens e serviços, devido a intensa produção de alho e cebola.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN.