quarta-feira, 3 de março de 2010

UFERSA discute Parque Tecnológico de Mossoró

A segunda reunião para criação do Parque Tecnológico de Mossoró aconteceu nesta segunda-feira (1/3), na Universidade Federal Rural do Semi-Árido. A reunião foi para definir o modelo de elaboração do edital para a construção do empreendimento que irá ocupar uma área de 100 hectares, dentro da Universidade do Semi-Árido. A reunião com o reitor Josivan Barbosa contou com a participação do deputado federal, Betinho Rosado, parlamentar da bancada do Rio Grande do Norte, patrocinador da emenda. Para a construção do Parque Tecnológico estão assegurados recursos na ordem de R$ 21 milhões.

Durante a reunião ficou definida a criação de uma comissão e de uma equipe técnica para o acompanhamento e elaboração do edital que deve ser concluído num prazo de 90 dias. Também ficou acertada a vinda a Mossoró do diretor do Parque Tecnológico de Santa Catarina, José Carlos Friates, para falar sobre o processo de implantação de um parque tecnológico.

A ideia inicial é para a criação de um parque voltado para as áreas do agro negócio, mineral e tecnologia da informação. “Com o Parque Tecnológico as universidades e demais instituições de ensino e pesquisa vão aumentar a capacidade de treinamento técnico, consequentemente, aumentar a produtividade da economia regional”, acredita o reitor Josivan Barbosa.

Ao concentrar várias empresas e instituições de ensino e pesquisa, numa determinada área, o parque tecnológico vai agregar conhecimento dinamizando a economia regional, com a expansão de mais oportunidades de emprego para o trabalho qualificado gerado pelas instituições de ensino. Outro benefício é o incentivo para novas oportunidades de negócios como a criação de incubadoras e também a instalação de grandes empresas âncoras.

Para o deputado federal, Betinho Rosado, a parceria com a UFERSA é de grande importância para consolidação desse projeto que irá proporcionar mais desenvolvimento para a região do semiárido. “O Parque Tecnológico de Mossoró é de grande benefício uma vez que vai reunir nas dependências da UFERSA, além do ensino e da pesquisa, empresas de pequeno, médio e grande porte absorvendo a mão de obra que é preparada na universidade”, considerou o parlamentar.

Além do reitor da UFERSA, também participaram da reunião o vice-reitor da UERN, Aécio Cândido; o gerente do Sebrae/Mossoró, João Vidal; a representante da Câmara Municipal de Mossoró, vereadora Nina Rebouças; o representante da Prefeitura de Mossoró, Nilson Brasil, além de técnicos do IFRN e UFERSA.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Encerramento das comemorações do centenário a Patativa do Assaré conta com produção cinematográfica. Confira na reportagem de Antônio Vicelmo, publicada no Diário do Nordeste.

Poemas de Patativa inspiram produção cinematográfica

Crato A programação de encerramento do ano do Centenário de Patativa do Assaré inclui shows, produções artísticas, apresentações folclóricas e a exibição de documentários, entre "O Casamento de Corisco e Dadá em Noite de São João", "Na Rua do Campo", "Mestres dos Saberes e Fazeres da Cultural Popular Assareense", "Patativa Vaca Estrela Boi Fubá" e "A Triste Partida".

Patativa nasceu no dia 5 de março de 1909, na serra de Santana, município de Assaré. Os 100 anos de nascimento do poeta foram comemorados em todo o Brasil, inclusive com uma sessão solene no Senado em sua homenagem. O agricultor pobre, que se tornou famoso com sua poesia matuta, contribuiu para o despertar de uma consciência artística em Assaré. Ancorado na poesia brejeira de Patativa, voltada para a cultura popular, um grupo de jovens da cidade pretende encerrar as comemorações do centenário mostrando que Patativa deixou seguidores em todos os setores da cultura brasileira.

Filmagens

Uma das vertentes deste saber popular é a produção de filmes. Esta semana, a equipe de produção esteve no Crato, concluindo as últimas cenas do filme "O Casamento de Corisco e Dadá em Noite de São João". De acordo com o enredo, Corisco em suas caminhadas pelo sertão cearense encontra uma moça bonita, bordando um pano de cozinha e começa a cortejá-la. Após o encontro, os dois se entrelaçam no meio da Caatinga em uma bela noite de amor. Ao amanhecer, o cangaceiro promete voltar para casar com a moça, mas na sua volta, várias barreiras aparecem, impedindo este amor.

Um amor nascido da pureza de uma menina e do instinto feroz e violento de um cangaceiro. Ela, filha de uma família nobre, poderosa, não aceita a concretização desse amor. Ele, afilhado de um dos homens mais temidos do sertão, usa de sua patente para providenciar a união dos dois amores. "Amor não escolhe status, escolhe corações puros que se amam".

"O Casamento de Corisco e Dadá, em noite de São João", segundo o secretário de Cultura de Assaré, Marcos Salmo, é um curta-metragem de ficção, que traz elementos diferenciados da cultura popular nordestina. Todas as falas do personagens foram elaborados em forma de poesia, com a colaboração do poeta Geraldo Gonçalves, sobrinho de Patativa. Salmo ressalta que o casamento tem sua base sedimentada nas características do cangaço, não identificando os cangaceiros como heróis ou vilões do sertão, mas enfatizando a contribuição cultural do Cangaço para a cultura nordestina e cearense. A produção lembra que o casamento acontece na década de 30, no período da colheita, começando da noite de São João e terminando com a cerimônia do casamento na noite de Santo festivo, onde aparecem todas as místicas e superstições envoltas na cerimônia de matrimônio nessa época.

OPORTUNIDADE

Elenco é formado por atores da região

O filme tem cenas gravadas na cidade de Assaré e nas comunidades de Inhumas e Estiva, ambas no município de Santana do Cariri e na Ponta da Serra, Distrito de Crato. No elenco, apenas atores locais, e será reproduzido em mídia digital. A sua distribuição será gratuita, para escolas e associações comunitárias com fins culturais. Vinte por cento é destinado à Secretaria de Cultura do Ceará, apoiadora do projeto.

A distribuição do produto final do projeto, de acordo com o secretário de Cultura de Assaré, Marcos Salmo, será feita de forma orientada para que os professores trabalhem o curta, focados nas discussões da contribuição cultural do Cangaço, na importância da preservação do patrimônio imaterial e nas tradições juninas.

Ficha técnica

O filme é inspirado na pesquisa de Eugênio Oliveira, texto de Marcos Salmo e Geraldo Gonçalves, roteiro e direção: Marcos Salmo. O elenco conta com os atores e atrizes: Felipe Lira, Vanessa Silva, Pedro César, Thanani Braga, Zé Airton, Paulo Henrique, Welligton Gonçalves, Eugenio Oliveira, Karina Duran, dentre tantos atores. O diretor, Cícero Garcia, ressalta que toda essa equipe é do município de Assaré. O filme tem na produção audiovisual a equipe da "Malungo Produções Audiovisuais", equipe de jovens formados no Projeto Verde Vida e que hoje utilizam os conhecimentos adquiridos na produção audiovisual do Cariri. Toda essa produção é uma realização da Fundação Balceiro de Cultura Popular, que tem a frente da instituição as senhoras Cidinha Oliveira e Thanani Maria, instituição que há mais de dez anos vem promovendo a cultura no Estado do Ceará, uma de suas ações mais conhecidas é o grupo junino Arraiá do Patativa.

Fique por dentro

Poema

Em um dos seus mais conhecidos poemas, "A Festa da Maricota", Patativa do Assaré descreve a chegado de um cangaceiro à festa com o seguinte verso: "O cabra vinha coberto/ da tenda da perdição/ eu reparei e tô certo/ que ele trazia na mão/ o mais pió dos flagelo/ um rife papo amarelo/ e sem compaixão nem dó/ um feio punhá dum lado/ e um grande lenço encarnado/ amarrado no gogó".



MAIS INFORMAÇÕES

Prefeitura Municipal de Assaré

Rua Dr. Paiva, 415 – centro

(88) 3535.1613

regional@diariodonordeste.com.br

Antônio Vicelmo/ Repórter





Começam os preparativos para II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas – ICID 2010.

A Segunda Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável em Regiões Semiáridas - ICID será realizada em agosto de 2010, no Centro de Convenções do Ceará, em Fortaleza. A Conferência visa a alcançar os seguintes objetivos:

• Reunir participantes do mundo inteiro para identificar e focalizar ações nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta;

• Atualizar o conhecimento sobre assuntos concernentes a essas regiões nos últimos 20 anos: aspectos ambientais e climáticos (variabilidade e mudanças), vulnerabilidades, impactos, respostas de adaptação e desenvolvimento sustentável;

• Explorar sinergias entre as Convenções das Nações Unidas no que concerne ao desenvolvimento de regiões semiáridas; e

• Gerar informações para subsidiar governos e a sociedade com o objetivo de melhorar a sustentabilidade econômica, ambiental e social de regiões semiáridas.

A ICID pretende aguçar o foco no desenvolvimento sustentável das regiões semiáridas do mundo, a fim de acelerar o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDG), para reduzir vulnerabilidade, pobreza e desigualdade, melhorar a qualidade dos recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável.

Em apoio à provável Rio+20 (2012), a ICID vai convocar as partes envolvidas ao redor do mundo para identificar e focar ações em desafios e oportunidades para um futuro melhor nas regiões áridas e semiáridas do mundo. O objetivo da ICID é alavancar o melhor efeito de desenvolvimento possível das convenções existentes das Nações Unidas e prover informação e orientação para governos e todos envolvidos visando a melhorar a sustentabilidade ecológica e social em terras áridas e semiáridas.

O principal evento da ICID vai ser um encontro em agosto de 2010, que reunirá governos, sociedade civil e especialistas para avaliar e articular as necessidades e oportunidades das regiões semiáridas do mundo. Estudos de políticas comparativas e de síntese vão ser preparados com antecedência à ICID, abordando três temas de regiões semi-áridas: 1) informação climática e ambiental, 2) segurança humana, bem-estar e desenvolvimento humano, e 3) processos de políticas públicas.

Em preparação para o principal evento da conferência, a ICID vai coordenar pesquisas e análises em torno de 'clusters' temáticos. A ICID vai encomendar sínteses individuais e estudos transversais, artigos de pesquisa baseados em estudos de casos e conjuntos de estudos comparativos organizados em torno de temas e sub-temas da ICID.

Esses estudos vão ser organizados em painéis e grupos de trabalho focados em sintetizar os achados e em gerar recomendações. Os achados de sínteses seletas e de estudos comparativos também estarão presentes no plenário como parte do processo de priorizar recomendações, de definir uma agenda de ação e de elaborar uma declaração da ICID.

A ICID também vai produzir um volume sobre Clima, Vulnerabilidade e Adaptação em Terras Áridas e Semiáridas, um sumário de políticas resumindo as principais conclusões e recomendações, um procedimento com os estudos preparatórios, relatórios de grupos de trabalho e a declaração da ICID. O processo da ICID vai aproveitar o conhecimento aprofundado das ciências sociais e naturais e desenvolver as redes para ajudar a alavancar mudanças políticas e ação no terreno.

Em resposta a um grande clamor por pesquisas de ciências sociais sobre oportunidades e problemas relacionados a mudanças climáticas, a ICID deve envolver uma ampla gama de cientistas sociais - de antropólogia, enconomia, história, ciências políticas, sociologia - no estudo de consequências e respostas a variações e mudanças climáticas e ambientais.

Os processos e principais conclusões e recomendações da ICID vão ser oferecidos como contribuição para apoiar a execução das Convenções das Nações Unidas sobre Biodiversidade, Mudança Climática e Desertificação, e vão provavelmente ser apresentados na Rio+20 (caso esse encontro se confirme) e serão especialmente apresentados a governos e instituições com papel no desenvolvimento de regiões semiáridas ao redor do mundo.

A Conferência visa a alcançar os seguintes objetivos:

• Reunir participantes do mundo inteiro para identificar e focalizar ações nos desafios e oportunidades que enfrentam as regiões áridas e semiáridas do planeta;

• Atualizar o conhecimento sobre assuntos concernentes a regiões semiáridas nos últimos 20 anos: aspectos ambientais e climáticos (variabilidade e mudanças), vulnerabilidades, impactos, respostas de adaptação e desenvolvimento sustentável;

• Explorar sinergias entre as Convenções das Nações Unidas no que concerne ao desenvolvimento de regiões semiáridas; e

• Gerar informações para subsidiar os governos e a sociedade com o objetivo de melhorar a sustentabilidade econômica, ambiental e social de regiões semiáridas.

Temas da ICID

• Clima: Variabilidade e Mudanças Climáticas nas regiões semiáridas

• Vulnerabilidade e Impactos das Variações Climáticas

• Processos de Políticas Públicas para Adaptação a Mudanças Climáticas e para o Desenvolvimento Sustentável de Regiões Semiáridas

Organizada por temas, a ICID 2010 irá gerar, consolidar e sintetizar os conhecimentos acerca de mudanças climáticas, vulnerabilidade, impactos, adaptação e desenvolvimento sustentável em terras áridas e semi-áridas, traduzindo este conhecimento em recomendações para elaboração de políticas públicas efetivas e em agenda de pesquisa direcionada a subsidiar o aprimoramento da elaboração e implantação de políticas públicas.

O trabalho analítico para atingir estes objetivos inclui: 1) identificar medidas que possam reduzir a vulnerabilidade e fortalecer a adaptação, e 2) vincular essas medidas a políticas e a instituições adequadas visando a intervenção em várias escalas de organização ecológica, social, econômica e política. Este trabalho será dividido em quatro áreas temáticas.

Tema 1: Informações Climáticas

O tema informações climáticas tem como objetivo fornecer subsídios para as discussões sobre políticas públicas na ICID 2010. Para ganhar apoio popular na atenção aos problemas ligados ao clima nas regiões áridas e semi-áridas e para compreender os potenciais problemas e identificar soluções, cientistas sociais, economistas e tomadores de decisão precisam ter uma compreensão clara do que esperar em termos de mudanças climáticas futuras e da nossa habilidade em realizar de forma precisa predições e previsões sobre o clima.

Cientistas, incluindo os cientistas sociais, também precisam entender melhor como a informação climática – predições de longo-prazo e previsões sazonais e de curto-prazo – são utilizadas pelos diferentes segmentos da sociedade, incluindo: os cidadãos, formuladores de políticas públicas a nível global, nacional e local, cientistas sociais quando analisam as implicações e os resultados das mudanças climáticas, populações expostas a eventos climáticos extremos, e aquelas populações, tais como, pescadores, agricultores e pequenos pecuaristas que talvez venham a se beneficiar com o uso destas predições e previsões no planejamento de suas atividades produtivas.

A aprendizagem sobre o uso da informação climática pode ajudar a estabelecer um foco na produção da informação climática onde ela é necessária e habilitar formuladores de políticas públicas, profissionais que trabalham na área de desenvolvimento e populações locais para fazer melhor uso da informação já disponível.

Tema 2: Clima e Desenvolvimento Sustentável

A ICID 2010 é motivada pela clara necessidade de melhorar o padrão de vida de mais de dois bilhões que vivem em terras áridas e semi-áridas. Essas populações já são fortemente atingidas por secas e cheias periódicas, e existe uma perspectiva de que as mudanças climáticas venham intensificar e tornar estes eventos ainda mais frequentes.

De acordo com o quarto relatório de avaliação do IPCC, as regiões semi-áridas serão severamente atingidas pelo aquecimento global. O Tema 2 possui objetivo de identificar as oportunidades para melhorar a produtividade e a resiliência em face da variabilidade e das mudanças climáticas, e os meios pelos quais se possa reduzir as vulnerabilidades relacionadas ao clima, em especial no que concerne à segurança alimentar, fome, migração, e perdas econômicas.

Esse tema cobre os aspectos de pesquisa e experiência em teoria de vulnerabilidade e adaptação, métodos de pesquisa, e indicadores de desenvolvimento. O Tema 2 produzirá novos conhecimentos em relação às causas das vulnerabilidades relacionadas ao clima e às possíveis respostas da sociedade em termos de adaptação e a políticas públicas.

Tema 3: Clima e Governança: Representação, Direitos, Equidade e Justiça

Desenvolvimento sustentável, redução de vulnerabilidade e adaptação requerem que as populações afetadas tenham voz na formulação de políticas públicas e na tomada de decisões, assim como na implantação de políticas e programas.

Quando e como a representação local contribui para o bem-estar e o desenvolvimento? Qual a divisão vertical entre poder e autoridade entre instituições locais, nacionais e globais que tem sido a mais efetiva? Como o governo local contribui para ações climáticas na escala local? Como que os governos nacionais tem respondido às ameaças climáticas passadas e futuras? Quais são os papéis da economia política global, relações internacionais e das instituições no suporte às ações de mitigação, convivência e adaptação nas mais diversas escalas? Quais são os papéis que os direitos humanos e o acesso à justiça têm nas ações relacionadas ao clima? Quais as leis e práticas que moldam o gênero, idade, etnia, e outras formas de discriminação na redução de vulnerabilidade ou nos esforços de obtenção de ganhos?

Os estudos nesse tema devem explorar os papéis positivos da representação, direitos, equidade e justiça no suporte na redução da vulnerabilidade e no aumento das opções de vida das pessoas que vivem em terras áridas e semiáridas.

Tema 4: Processos de Políticas Públicas em Clima

Pouquíssima atenção é dada à análise de processos de políticas públicas. A elaboração e implantação dessas políticas são processos complexos que relacionam as múltiplas escalas nas quais os problemas são gerados e solucionados com as escalas nas quais o conhecimento e a intervenção são mais apropriadas e eficientes.

Estes processos devem compatibilizar as escalas de organização política, social e ecológica com as instituições e os meios pelos quais as intervenções serão realizadas. Existem soluções técnicas para vários problemas, porém não são utilizadas pelos elaboradores de políticas públicas. Apesar das políticas públicas serem muitas vezes bem elaboradas, e as respectivas leis serem promulgadas, na prática, elas não são implantadas de forma adequada.

Políticas públicas são frequentemente implantadas mas produzem resultados diferentes dos esperados, ou geram novos problemas que poderiam ou não ter sido previstos através de uma análise sistemática destas políticas. Formuladores e instituições responsáveis pela elaboração de políticas públicas ficam frequentemente isolados do processo de aprendizado – o recebimento e uso das opiniões acerca das políticas propriamente ditas e das experiências adquiridas durante o processo de implantação.

O Tema 4 irá explorar o que já sabemos sobre os processos inerentes à elaboração e implantação de políticas públicas, bem como sobre as instituições que são vitais para estes processos por proporcionarem informações e legitimidade, permitirem as contribuições sociais e políticas, além de viabilizarem a implantação, o monitoramento e a avaliação destas políticas.

O Tema 4 irá também explorar as abordagens e as ferramentas relacionadas com a elaboração e implantação de políticas públicas que traremos para estes processos. A ICID 2010 realizará um esforço especial para trazer um amplo espectro de cientistas sociais para a discussão objetivando a melhoria nos processos de políticas públicas, de modo que as recomendações possam vir a se tornar políticas públicas efetivas.

Especialistas alertam que a incidência de raio ultravioleta na pele. Confira na reportagem de Lina Moscoso, publicada no Diário do Nordeste.

Maior incidência de raios UV é risco de câncer de pele

A principal consequência da incidência de raios ultravioleta para a população é o câncer de pele, o mais frequente em número de casos, no Brasil.

Por Fortaleza ter atingido o índice máximo de radiação ultravioleta (UV), nos últimos dois dias, as pessoas devem se preocupar e procurar medidas preventivas, como o uso do filtro solar, roupas claras e fechadas, chapéus e bonés.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Ceará apresente 3.390 casos de homens com câncer de pele, em 2010. Nas mulheres, a incidência é maior. Espera-se que o Estado registre 3.480 casos.

O tipo mais comum de câncer de pele é o basocelular, mais conhecido por CBC, que é o mais benigno porque se restringe às camadas mais superficiais da pele. A cura é feita por meio de cirurgia. Em seguida, vem o carcinoma espinocelular (CEC) que possui agressividade um pouco maior e pode vir a dar metástases se houver descuido.

E o último, é o melanoma que pode levar à morte. Existem, ainda, as lesões pré-cancerígenas que podem evoluir para o câncer e são as mais frequentes.

O grande vilão do câncer de pele é o sol, responsável pelo dano agudo imediato, que é a queimadura solar, além do dano crônico, que é o efeito cumulativo causador do câncer. Outros fatores também contribuem para o seu surgimento da doença, como a predisposição familiar e a cor da pele.

Para a diretora técnica do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, Araci Pontes, é preciso atentar para os horários de exposição ao sol, que não devem ser das 10h às 16h, e não deixar de usar protetor solar, já que o raio UVA incide o dia todo. O Centro costuma receber 50 pacientes por semana, no ambulatório de câncer de pele, dos quais 15 são cirurgias.

RISCO

SBD estima que número de casos deve aumentar

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) - Regional Ceará, Aidê Nocrato, a incidência de câncer de pele no Estado vai continuar aumentando, não só por causa do efeito cumulativo, mas por conta do maior índice de radiação solar. Por isso, as pessoas devem estar mais atentas às medidas preventivas. "Temos visto, a nível de consultório, que o número de casos de doenças fotossensibilizantes cresceu".

Em vista disso, a SBD procura investir mais em campanhas que alertem a população. A presidente ressalta o auto exame como essencial para a detecção precoce da doença. "Qualquer pinta ou ferida que não cicatrize é um sinal de alerta".

QUALIDADE
Óculos devem ter proteção

Fortaleza é uma cidade iluminada e vive dias de muito calor e de extrema exposição à radiação solar. Todos esses fatores ressaltam a importância do uso dos óculos escuros como forma de proteção dos olhos aos raios ultravioletas. Mas, segundo especialistas, a maioria da população desconhece a importância do acessório na proteção dos olhos e não verifica a qualidade do produto na hora da compra.

O presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), David da Rocha Lucena, afirma que essa proteção deve ser de, no mínimo, 90%. "É pior utilizar óculos escuros sem a proteção do que não usar nada".

Ele explica que isso acontece porque a pupila se dilata com o uso dos óculos escuros, permitindo que, se o acessório não tiver o filtro, os olhos absorvam esses raios que ultrapassam as lentes. Já quem não utiliza óculos escuros conta ainda com uma proteção natural do organismo. Ao encontrar claridade, a pupila se fecha.

"O sol é maravilhoso. Mas, da mesma forma que protegemos a pele com filtros solares, devemos usar óculos escuros. Durante todo o dia, quer sejamos crianças ou adultos, estamos expostos aos raios solares e essa exposição pode causar sérios danos a longo prazo", ressaltou Lucena. O médico explica que os danos mais comuns provocados pela exposição aos raios ultravioletas são a catarata, o pterígio e a degeneração macular relacionada à idade.

O dono de uma ótica especializada, Francisco Matos, no ramo há 40 anos, afirma que poucos se preocupam em saber se os óculos que possuem realmente protegem os olhos contra os raios ultravioletas. "A maioria compra apenas pelo preço. As pessoas veem uns óculos nas lojas por R$ 180,00 a R$ 200,00 e nos camelôs, o mesmo modelo, por R$ 20,00".

Ele explica que as lentes dos óculos passam por tratamento ainda na fabricação, para receber um filtro de proteção contra os raios UV e recebem um selo de garantia. "Os clientes devem verificar se os óculos possuem o selo e podem pedir que o vendedor utilize um aparelho de medição", ensina.

LINA MOSCOSO

REPÓRTER

A falta de chuva já preocupa o os produtores rurais. Algumas medidas já estão sendo tomadas como o fechamento das comportas do Castanhão.

Fechamento das comportas do Castanhão é antecipado


Limoeiro do Norte. Se vai chover pouco, muito, ou quase nem chover, a preocupação maior é para quem planta, colhe e vende os grãos e frutos que chegam à mesa cearense, seja em regime de sequeiro ou irrigado. A garantia de abastecimento doméstico é outra preocupação, embora assegurada pelo bom acúmulo de água nos açudes. Mas o pessimismo sobre a possibilidade de chuvas abaixo da média histórica, e muito mais abaixo da realidade do ano passado, está fazendo a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) adotarem ações para o que não querem definir como contingência de seca. A primeira foi o fechamento das comportas do Açude Castanhão ontem à tarde, dois dias antes do previsto.

Ninguém quer, nem pode, falar em seca sem um quadro mais definido sobre a situação das chuvas no Ceará. O que se tem é a probabilidade de 80% de chuvas abaixo ou em torno da média (45% mais 35%, respectivamente), de acordo com o prognóstico da Funceme para os meses de março, abril e maio.

O plano de deixar as comportas do Castanhão abertas até amanhã, 26 de fevereiro, foi revisto e ontem as quatro comportas que estavam abertas, liberando total de 100 metros cúbicos por segundo de água, foram fechadas, para que não se perdesse mais água para o mar - em 18 dias foram liberados aproximadamente 125 milhões de metros cúbicos de água.

A intenção primeira era reduzir à cota 101 metros acima do nível do mar, para só depois decidir se continuavam abertas ou seriam fechadas as quatro comportas, baseado em prognóstico da Funceme. No entanto, a previsão meteorológica recente, confirmando a posição anterior, fez Dnocs e Cogerh apressarem o fechamento das comportas. Ontem o Castanhão estava com 74% de reserva e 4,96 bilhões de metros cúbicos de água, na cota 105,5 metros.

Fechadas as comportas, foi aberta uma das duas válvulas dispersoras da barragem do Castanhão, com 16 metros cúbicos de água por segundo, para garantir o fluxo de água para abastecimento humano das comunidades próximas e dos perímetros irrigados do agronegócio. As comportas da barragem do Banabuiú continuam fechadas.

"Infelizmente só temos dois reservatórios com comportas", lamenta o diretor de Operações da Cogerh, Ridardo Adeodato. O Núcleo Técnico de Operações do órgão, que avalia chuvas, recargas e previsões da Funceme, aconselhou o fechamento das comportas do Castanhão, em comum acordo com o Dnocs, dois dias antes da previsão inicial.

Até em chuvas, mais importante que a quantidade, é a regularidade na distribuição. "O mais importante não é se choverá abaixo da média ou dentro da média, o principal é que as chuvas sejam bem distribuídas. É melhor que chova 400 milímetros bem distribuídos do que 800 milímetros irregulares", garante o presidente da Ematerce, José Maria Pimenta.

Até o fim desta semana, todos os 72 escritórios locais e regionais terão recebido completamente as sementes para repassarem às mãos dos agricultores. São 5,5 milhões de quilos de sementes distribuídas para agricultores de todo o Estado do Ceará, um investimento de R$ 17 milhões.

As principais são milho e feijão. Porém, para o caso de poucas chuvas, sorgo e feijão têm as colheitas mais viáveis. O primeiro por precisar de menos água, e o segundo por ser precoce, com menor distância de dias entre plantio e colheita.

MAIS INFORMAÇÕES

Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme)

(85) 3101.1088

Pesquisa da UFCG vai analisar as políticas públicas do semiárido

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou no último dia 12 de fevereiro, o resultado da seleção de projetos para o Programa Professor Visitante Nacional Sênior (PVNS).

Voltado para professores que possuem título de doutorado há mais de dez anos e estão aposentados ou oficialmente licenciados, o programa visa valorizar a experiência acadêmica destes professores, de consagrado mérito científico, de grande importância para o fortalecimento das instituições recém-instituídas e dos campi fora de sede.

É o caso do professor Aldenor Gomes da Silva, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), um dos 46 aprovados, cujo projeto consiste numa pesquisa que irá medir o alcance, a aplicabilidade e a adequação das políticas públicas de inclusão social e de desenvolvimento para o Semiárido brasileiro.

Ele explica que o objetivo é evidenciar a dinâmica e criatividade das pessoas que habitam essa região para superar as fragilidades e inconstâncias do clima e identificar os mecanismos utilizados por eles para aumentar sua renda e participação no mercado, “contribuindo assim, para um acesso mais digno às políticas públicas”, disse.

A expectativa é que o projeto seja iniciado este ano e concluído em 2012, e alcance todos os estados situados no território definidos pelo Instituto Nacional do Semi-Árido (INSA) como Região Semiárida brasileira” Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.

Além da pesquisa, o projeto prevê ainda a participação em disciplinas no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais (PPGSC) da UFCG, sobre o desenvolvimento rural, orientações de teses e dissertações, colaboração em pesquisas, participação e organização de eventos.