segunda-feira, 1 de março de 2010

Especialistas alertam que a incidência de raio ultravioleta na pele. Confira na reportagem de Lina Moscoso, publicada no Diário do Nordeste.

Maior incidência de raios UV é risco de câncer de pele

A principal consequência da incidência de raios ultravioleta para a população é o câncer de pele, o mais frequente em número de casos, no Brasil.

Por Fortaleza ter atingido o índice máximo de radiação ultravioleta (UV), nos últimos dois dias, as pessoas devem se preocupar e procurar medidas preventivas, como o uso do filtro solar, roupas claras e fechadas, chapéus e bonés.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que o Ceará apresente 3.390 casos de homens com câncer de pele, em 2010. Nas mulheres, a incidência é maior. Espera-se que o Estado registre 3.480 casos.

O tipo mais comum de câncer de pele é o basocelular, mais conhecido por CBC, que é o mais benigno porque se restringe às camadas mais superficiais da pele. A cura é feita por meio de cirurgia. Em seguida, vem o carcinoma espinocelular (CEC) que possui agressividade um pouco maior e pode vir a dar metástases se houver descuido.

E o último, é o melanoma que pode levar à morte. Existem, ainda, as lesões pré-cancerígenas que podem evoluir para o câncer e são as mais frequentes.

O grande vilão do câncer de pele é o sol, responsável pelo dano agudo imediato, que é a queimadura solar, além do dano crônico, que é o efeito cumulativo causador do câncer. Outros fatores também contribuem para o seu surgimento da doença, como a predisposição familiar e a cor da pele.

Para a diretora técnica do Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária Dona Libânia, Araci Pontes, é preciso atentar para os horários de exposição ao sol, que não devem ser das 10h às 16h, e não deixar de usar protetor solar, já que o raio UVA incide o dia todo. O Centro costuma receber 50 pacientes por semana, no ambulatório de câncer de pele, dos quais 15 são cirurgias.

RISCO

SBD estima que número de casos deve aumentar

Para a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) - Regional Ceará, Aidê Nocrato, a incidência de câncer de pele no Estado vai continuar aumentando, não só por causa do efeito cumulativo, mas por conta do maior índice de radiação solar. Por isso, as pessoas devem estar mais atentas às medidas preventivas. "Temos visto, a nível de consultório, que o número de casos de doenças fotossensibilizantes cresceu".

Em vista disso, a SBD procura investir mais em campanhas que alertem a população. A presidente ressalta o auto exame como essencial para a detecção precoce da doença. "Qualquer pinta ou ferida que não cicatrize é um sinal de alerta".

QUALIDADE
Óculos devem ter proteção

Fortaleza é uma cidade iluminada e vive dias de muito calor e de extrema exposição à radiação solar. Todos esses fatores ressaltam a importância do uso dos óculos escuros como forma de proteção dos olhos aos raios ultravioletas. Mas, segundo especialistas, a maioria da população desconhece a importância do acessório na proteção dos olhos e não verifica a qualidade do produto na hora da compra.

O presidente da Sociedade de Oftalmologia do Ceará (SOC), David da Rocha Lucena, afirma que essa proteção deve ser de, no mínimo, 90%. "É pior utilizar óculos escuros sem a proteção do que não usar nada".

Ele explica que isso acontece porque a pupila se dilata com o uso dos óculos escuros, permitindo que, se o acessório não tiver o filtro, os olhos absorvam esses raios que ultrapassam as lentes. Já quem não utiliza óculos escuros conta ainda com uma proteção natural do organismo. Ao encontrar claridade, a pupila se fecha.

"O sol é maravilhoso. Mas, da mesma forma que protegemos a pele com filtros solares, devemos usar óculos escuros. Durante todo o dia, quer sejamos crianças ou adultos, estamos expostos aos raios solares e essa exposição pode causar sérios danos a longo prazo", ressaltou Lucena. O médico explica que os danos mais comuns provocados pela exposição aos raios ultravioletas são a catarata, o pterígio e a degeneração macular relacionada à idade.

O dono de uma ótica especializada, Francisco Matos, no ramo há 40 anos, afirma que poucos se preocupam em saber se os óculos que possuem realmente protegem os olhos contra os raios ultravioletas. "A maioria compra apenas pelo preço. As pessoas veem uns óculos nas lojas por R$ 180,00 a R$ 200,00 e nos camelôs, o mesmo modelo, por R$ 20,00".

Ele explica que as lentes dos óculos passam por tratamento ainda na fabricação, para receber um filtro de proteção contra os raios UV e recebem um selo de garantia. "Os clientes devem verificar se os óculos possuem o selo e podem pedir que o vendedor utilize um aparelho de medição", ensina.

LINA MOSCOSO

REPÓRTER

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