sábado, 18 de outubro de 2008

HISTÓRICO DA AGRICULTURA IRRIGADA NA REGIÃO DA UFERSA II

AGRICULTURA IRRIGADA I
Nos últimos dias percorremos cerca de 500 km mostrando para os discentes do primeiro período do curso de Agronomia as potencialidades da nossa agricultura irrigada. Iniciamos pela estrada que liga Mossoró ao vizinho município de Baraúna. Logo nos primeiros quilômetros existem duas empresas que surgiram para dar suporte ao setor. Uma delas está voltada para a construção de máquinas e implementos para o manuseio de frutas nos packinghouses (casas de embalagens) e a outra funciona como uma central de recebimento de embalagens vazias. Esta representa um forte sinal da evolução da agricultura e da conscientização do setor com a preservação do meio ambiente. Ambas são dirigidas por técnicos oriundos da extinta Frunorte Ltda (Frutas do Nordeste Ltda) que funcionou e impulsionou a agricultura irrigada no Vale do Açu, no período de 1986 até 1998.

AGRICULTURA IRRIGADA II
No km cinco os discentes conheceram as ruínas da antiga Fazenda São João. É triste olhar para os dois lados da Rodovia. Na década de 80 o lado direito, onde está localizada a casa que pertenceu ao saudoso Tarcísio Maia, era caracterizado por belíssimo plantel de raças selecionadas de bovinos de leite. Hoje não existem nem sinais de que ali se criava gado de leite. Até as instalações foram destruídas.
Do outro lado podemos observar o estado avançado de avaria da sede da Fazenda. Uma belíssima casa que na década de 90 e nos primeiros anos de 2000 funcionou como escritório da empresa. É triste observar o estado de abandono daquelas instalações. Não sabemos como se encontram as instalações do packinghouse (casa de embalagem) que possuía uma das melhores infra-estruturas da região. Mas se traçarmos um paralelo com o que se vê ao lado da rodovia, não dar para esperar muita coisa.

AGRICULTURA IRRIGADA III
A Fazenda São João foi a última grande empresa da agricultura irrigada da região a fechar as suas portas. A primeira foi a ARISA em 1993; a segunda foi a Agro Know em 1996; a terceira foi a Frunorte Ltda em 1998 e a São João sofreu descontinuidade em 2001. A partir de 2001, toda a área irrigada no município de Mossoró, compreendendo a micro-região que vai desde as proximidades da Fábrica de Cimento até o distrito de Alagoinha, foi desativada. A empresa passou a trabalhar apenas com a manga que era cultivada no município de Ipanguaçu, onde havia uma área de 80 hectares com manga Tommy Atkins. Em Mossoró, a empresa plantava melão e melancia. Ela possuía um excelente quadro de técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos.

AGRICULTURA IRRIGADA IV
A antiga Fazenda São João está instalada numa região que possui solos de excelente qualidade, mas a água do arenito Açu encontra-se em altas profundidades (acima de 600 m). Esta mesma situação (dificuldade de água) estende-se numa faixa que se limita com o município de Governador Dix-Sept Rosado, Caraúbas, Felipe Guerra, antiga Fazenda Maisa (estrada da Aroeira) e a cidade de Baraúna. Este é o principal motivo do baixo preço das terras nesta faixa. O preço do hectare é inferior a 100 dólares. Além disso, em algumas áreas dessa faixa, os solos são rasos e de péssima qualidade para o cultivo de culturas perenes. Isto explica por que na década de 80 alguns agricultores que possuíam terras ao lado da rodovia Mossoró-Governador Dix-Sept Rosado venderam e se instalaram no município de Baraúna, mais precisamente nas proximidades do Sítio Sumidouro, principal micro-região produtora de Baraúna.

AGRICULTURA IRRIGADA V
Na chegada à cidade de Baraúna percebe-se uma mudança brusca na qualidade dos solos e na facilidade de se conseguir água de qualidade. Praticamente na zona urbana do município em ambos os lados da rodovia, há cultivo de mamão formosa, acerola, graviola, manga entre outras. A primeira fazenda do lado direito de quem chega ao município que pertence a um empresário mossoroense do setor de saúde mostra sinais de descontinuidade das atividades. Acreditamos que o principal motivo seja o de que a agricultura irrigada não tem espaço para empresários que não vêem o setor como um negócio rural.
A primeira fazenda do lado esquerdo que pertence a um produtor rural bastante tradicional e que chegou a Baraúna graças a um programa do Banco do Nordeste dos anos 80 implantado para engenheiros agrônomos (Prodesa), também mostra sinais de retrocesso. Na década de 90 esta fazenda era modelo na produção de melão, melancia e mamão. Uma placa sinalizadora colocada na entrada dessa fazenda indica que o produtor está cedendo espaço para a instalação de uma multinacional do setor de sementes.

AGRICULTURA IRRIGADA VI
Saindo de Baraúna com destino a Quixeré pela Estrada do Melão, a primeira empresa pertence ao engenheiro agrônomo Jose Pereira de Araújo que foi o primeiro produtor a se mudar da região de Governador Dix-Rosado para o município de Baraúna. Este produtor é considerado modelo da região e é mais um exemplo de sucesso de técnico ex-prodesiano (que recebeu recursos do programa Prodesa – Banco do Nordeste). A empresa pertencente a esse empresário é denominada de J. Pereira Produção e Distribuição de Frutas Ltda, trabalha tradicionalmente com o melão amarelo e existem áreas irrigadas com manga, caju anão precoce e mamão formosa. Há sinais de que a empresa esta arrendando áreas vizinhas pertencente a técnicos que não fizeram sucesso com o programa Prodesa.

AGRICULTURA IRRIGADA VII
Em seguida, há algumas empresas instaladas do lado direito da rodovia e placas sinalizadoras de que novas empresas estão se instalando na região. Após a divisa com o Estado do Ceará, a primeira grande empresa instalada é a Del Mont Fresh Produce com uma grande área plantada de melão. Acreditamos numa área cultivada superior a 1000 hectares. A empresa possui um excelente sistema de packinghouse e um moderno aparato de máquinas agrícolas. Emprega muita mão de obra, desde motoristas que transportam a produção para o Porto do Pecém em Fortaleza, passando por trabalhadores de campo até técnicos e engenheiros. Nesta área a Del Mont cultiva apenas melão e melancia e o nome da empresa é Del Mont Melão. A Del Mont Banana está instalada em Ipanguaçu e a Del Mont Abacaxi nas proximidades do Distrito de Tomé – Limoeiro do Norte (CE).

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ENTREVISTA NO JORNAL TRIBUNA DO OESTE

ENTREVISTANDO...
Josivan Barbosa Por ISAIAS GARCIA
Foto MARCOS GARCIA
Quais as dificuldades enfrentadas
para transformar em Universidade
a Escola Superior de Agricultura
de Mossoró?
O projeto de transformação da ESAM
em UFERSA já contava com 13
anos de debate dentro da instituição
e nos gabinetes do Ministério da Educação.
A principal dificuldade ocorreu
quando o projeto foi reprovado pela
Casa Civil. Neste momento procuramos
a Governadora Wilma Maria de
Faria que prontamente falou com o
ministro José Dirceu e este interferiu
junto ao MEC para que fosse feita uma
nova exposição de motivos para o projeto
de transformação. Este foi, sem
dúvidas, o momento mais complicado
nos 18 meses que lutamos para
transformar a ESAM em UFERSA. No
total, percorremos mais de 30 mil quilômetros
de automóvel e fizemos cerca
de 2 viagens por mês para Brasília.
O que mudou com essa transformação?
A principal mudança veio com a
autonomia da Universidade para a criação
de novos cursos, o que não havia
no caso da ESAM. Sempre que a instituição
queria criar um novo curso
era obrigada a submetê-lo ao aval do
Ministério da Educação. A partir do
momento em que transformamos a
instituição em Universidade iniciamos
um processo corajoso e ousado de ampliação
do número de cursos.
Após passar de Escola para Universidade,
outros cursos foram criados.
Quantos são no total e quais são?
A UFERSA oferece 22 alternativas
de cursos para os jovens do Semi-árido.
Em 2003, quando ainda ESAM
eram oferecidos apenas dois cursos
(Agronomia e Medicina Veterinária).
Na área de Ciências Agrárias oferecemos
além de Agronomia e Medicina
Veterinária, os cursos de Zootecnia,
Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia
de Pesca. Nas áreas de Engenharia
os jovens poderão optar por Engenharia
de Energia, Engenharia de Petróleo,
Engenharia de Produção, Engenharia
Química e Engenharia Mecânica
ou Engenharia Florestal. A partir
deste ano passamos a oferecer o
curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia
(curso novo e no formado do
projeto Universidade Nova). No Departamento
de Agrotecnologia e Ciências
Sociais oferecemos o curso de administração
e a partir do próximo vestibular
iremos oferecer o curso de Contabilidade.
No Departamento de Ciência
Animal vamos oferecer mais dois
cursos novos: Ecologia e Biotecnologia.
A UFERSA oferece também o curso
de Ciência da Computação.
Está em estudo a implantação de
outros cursos, entre eles Direito. Esse
curso será instalado em breve ou
ainda demora?
A UFERSA como qualquer outra
Universidade deste país não tem autonomia
para criar os cursos de Direito,
Medicina, Odontologia e Psicologia.
Mesmo assim, a nossa instituição
já venceu 4 fases de um total
de 5 para a implantação do curso de
Direito. A última fase é uma visita in
loco de consultores do INEP. Esperamos
sensibilizar o MEC para acelerar
esta fase. Conversei pessoalmente com
o Ministro Fernando Haddad e ele
mostrou-se muito receptivo, mesmo
porque o curso já recebeu o parecer
favorável da OAB Nacional. Não queremos
marcar uma data para início
do curso, porque depende desta fase,
mas nesta semana enviamos um assessor
ao MEC para tratar especialmente
deste problema.
Hoje, existe no Brasil uma proliferação
de cursos de Direito. Essa
constatação é preocupante, ou o senhor
acha normal?
Nós estamos criando um curso de
Direito numa Universidade Federal
que terá condições de contratar os melhores
profissionais da área que têm
vocação pela licenciatura. O curso de
Direito da UFERSA não vai competir
com os demais cursos. Vamos nos
unir com a UERN e complementar
as áreas que são deficientes na nossa
região, como Direito Internacional,
Direito Mineral, Direito Agrário, Direito
Digital, Direito Administrativo
entre outras áreas. Dessa forma as duas
IES poderão, num prazo mais curto,
implantar um curso de mestrado
em Direito, o qual não tem na região
Semi-árida do Rio Grande do Norte e
circunvizinhas.
Quantos professores formam o
corpo docente da Ufersa?
A UFERSA possui no seu quadro
160 docentes, dos quais 128 são efetivos.
Estamos com liberação para contratação
de mais 151 professores nos
próximos meses. Esse número é muito
pequeno se levarmos em consideração
a missão da UFERSA diante do
desenvolvimento do Semi-árido. Mas,
não há uma luta maior para um dirigente
de uma Universidade Federal
do que a disputa pela alocação de vagas
pelo MEC. Pedimos ao ministro
Fernando Haddad uma liberação de
vagas diferencial para o Semi-árido.
Ainda há uma grande resistência para
esta proposta por parte das grandes
IFES, mas acreditamos que vamos
conseguir avançar com esta proposta.
Qual o conceito que a Ufersa detém
hoje?
A UFERSA recebeu o conceito 3
(regular). O conceito foi recebido pela
comunidade acadêmica como normal,
pois a nossa instituição tem apenas
três anos de existência como Universidade.
Esse conceito representa
uma instituição que está em construção
e é essa a nossa realidade. A UFERSA
está construindo os principais equipamentos
necessários para o funcionamento
de uma instituição de ensino
superior de qualidade.
O senhor enfrentou problemas,
durante, e após sua campanha para
reitor da instituição. O que de fato
aconteceu?
A minha posse com reitor da
UFERSA sofreu um atraso em função
de um problema meramente burocrático.
O normal era que a o Decreto
Presidencial de nomeação do
reitor tivesse sido novamente publicado
no Diário Oficial da União e se
estabelecesse uma nova data para a posse
do reitor eleito pelos três segmentos
da Universidade. Infelizmente, a
oposição dentro da UFERSA solicitou
à Justiça Federal que o segundo lugar
da lista fosse conduzido ao primeiro
da lista e retirasse da lista o reitor eleito
pela comunidade. Esse foi mais um
momento triste na história da democracia
interna desta instituição. Com
esta atitude, percebemos que os nossos
colegas opositores têm apenas sede
de poder. As instituições estão mudando.
A cada dia uma pessoa que
tem serviço prestado adquire mais respeito
da comunidade interna. Na
UFERSA isto já é uma realidade. E eu
sinto-me muito orgulhoso de ter contribuído
para este avanço, juntamente
com os dirigentes que me antecederam.
A Ufersa vai implantar um campus
fora de Mossoró, qual a expectativa
do senhor nesse setor de expansão?
A UFERSA Angicos já é uma realidade.
Isto foi assumido pelo ministro
Fernando Haddad na sua visita a
Mossoró. Vamos abrir vestibular no
próximo mês, com a certeza de que
teremos oportunidades para 300 jovens
do Sertão Central ingressar anualmente
numa Universidade Federal de
qualidade. Ao mesmo tempo estamos
tomando todas as providências para
preparar o processo licitatório para a
construção do Campus. A expectativa
é de atender a 32 municípios que
estão na região do Sertão Central e
no entorno. Vamos contratar 60 professores
e 35 servidores técnico-administrativos.
Esperamos que Angicos
tenha duas histórias: uma antes e outra
depois da UFERSA Angicos.
Quanto será investido nesse campus?
O projeto completo de infraestrutura
da UFERSA Angicos está estimado
em 14 milhões de reais, sem contar
com o terreno que está sendo repassado
pelo patrimônio da União
oriundo do Ministério da Educação.
É uma área de 160 hectares localizada
na região urbana da cidade. Esperamos
que a UFERSA Angicos seja um modelo
de Campus universitário para o
resto do Semi-árido.
O Presidente da República Luiz
Inácio Lula da Silva, esteve recentemente
em Mossoró inaugurando a
Ufersa. O que o senhor conversou
com ele, no que se refere a reivindicações?
O pedido que fiz ao presidente está
contido no meu discurso e não poderia
ser outro, senão uma alocação diferencial
de vagas de docentes para o
Semi-árido. Tenho dito que se continuarmos
alocando docentes na mesma
proporção que alocamos para as
regiões ricas (Sudeste e Sul) levaremos
mais 50 anos e a realidade do Semiárido
não mudará. Basta entender que
as três IES públicas do RN juntas já
se aproximam de 140 anos de existência
e mesmo assim, temos muitos municípios
onde o jovem não tem acesso
ao ensino superior público de qualidade,
como exemplo, podemos citar
o município de Angicos, onde apenas
2 jovens para cada 100 têm acesso
ao ensino superior.
A Ufersa enfrenta algum problema
na atualidade?
A UFERSA é uma instituição em
construção e como tal enfrenta inúmeros
problemas. O maior é a infraestrutura
do Campus que está sendo
recuperada e em construção. Mas nenhum
outro problema é maior do que
a falta de docentes para podermos ampliar
a oferta de vagas para os jovens
do Semi-árido.
Algumas criticas surgiram durante
a estada de Lula em Mossoró, entre
elas a de que ele esteve na Ufersa
apenas para inaugurar um muro.
Como o senhor recebeu essa critica?
A imprensa de Mossoró sabe que
há pelo menos 42 obras dentro da
UFERSA concluídas ou em andamento.
A comunidade ufersiana sabe que
em nenhum momento da instituição
avançou-se tanto em tão pouco tempo.
O dirigente que mais construiu
na UFERSA num mandado foi o prof.
Pedro Fernandes Pereira em meados
da década de 80. Nós estamos construindo
pelos menos três vezes mais e
vamos construir mais. Desencadeamos
um processo de busca de recursos que
estava latente e de agora não tem mais
volta. É um processo contínuo e quanto
mais unida estiver a comunidade
acadêmica em torno deste projeto,
mais célere será a elaboração dos projetos
e a liberação dos recursos. Como
gestor, sou apenas um catalisador
do processo, mas os docentes e os técnicos-
administrativos são os grandes
atores para a busca de recursos.
A Ufersa tem algum programa
de assistência ao aluno carente?
A UFERSA tem uma série de programas
de apoio ao discente. O principal
dele é o programa bolsa atividade
criado no início da nossa administração.
Através deste programa o aluno
carente recebe uma bolsa de meio
salário mínimo para as suas despesas
básicas, principalmente alimentação.
Mas o aluno pode ao longo do curso
concorrer a bolsas de monitoria, bolsas
de pesquisa paras pelo CNPq ou
pela própria UFERSA, através de um
programa de iniciação científica institucional
implantado também na nossa
administração. O aluno carente tem
também o apoio da UFERSA no programa
de residência acadêmica e numa
bolsa de auxílio cópias. Há também
outros tipos de bolsas, como a
bolsa de desenvolvimento tecnológico
apoiada pelo CNPq via IEL -
FIERN, entre outras.
Os jornalistas lutam pela exigência
do diploma para profissionais
da área. A Constituição Federal garante
o livre direito de expressão. O
senhor como professor, como analisa
esse movimento dos jornalistas?
Eu defendo que o profissional que
tem qualidade não precisa se preocupar
com os concorrentes. Há muito espaço
no mercado para os bons profissionais.
Por isso que defendemos
que a Universidade forme um profissional
capaz de competir com eficiência
pelos espaços no mercado como
empregado ou como empreendedor.
O atual momento político em
Mossoró é visto como uma verdadeira
batalha jurídica, envolvendo as
primas Larissa e Fafá Rosado. Isso é
bom ou ruim para Mossoró?
A cada dia Mossoró precisa de homens
públicos comprometidos com
o desenvolvimento do município especialmente
das camadas mais desfavorecidas.
Aos poucos acredito que
vamos mudar o quadro atual. Precisamos
lutar por isso. À medida que
avançamos estas questões menores vão
sendo superadas. As brigas judiciais
não trazem avanço. A sociedade precisa
que os homens públicos gastem
o tempo lutando por mais verbas para
melhorar o acesso da população a
direitos básicos como saúde, educação
e segurança. Claro que precisamos resolver
o grande problema de Mossoró:
o desemprego. Para isso precisamos
conhecer o exemplo de algumas cidades
de porte médio do interior paulista
que venceram a luta pela oportunidade
emprego para as mulheres e
para os jovens. A administração municipal
tem tido dificuldade para vencer
esta batalha porque é muito tímida
neste aspecto e é muito tradicional
na aplicação dos recursos da prefeitura.
Ainda sobre política, o senhor
acredita numa renovação na Câmara
Municipal?
A população precisa entender que
elegendo vereadores com pensamento
doméstico a cidade não avança na
velocidade que ela precisa. Para vencer
o problema do desemprego em
Mossoró a Câmara precisa de renovação.
Se isto não acontecer, o povo é o
grande responsável e não pode reclamar
quando a renda da família não é
adequada. Precisamos eleger vereadores
que reivindiquem da prefeita uma
atuação mais pragmática em relação
a inovação da administração municipal.
O senhor tem intenção de se candidatar
a algum cargo eletivo em
2010?
Não tenho nenhuma intenção de
me candidatar a qualquer cargo em
2010. O meu compromisso com a comunidade
acadêmica é administrar
junto com ela a UFERSA nos próximos
quatro anos. Foi esse o compromisso
que assumi e vou cumpri-lo se
Deus nos ajudar. Temos certeza que a
UFERSA será uma outra instituição
em 2012. Vamos prepara a UFERSA
para que os próximos dirigentes façam
pelo menos o que estamos fazendo.
Muito obrigado pela oportunidade de
esclarecer para a sociedade onde estão
sendo usados os recursos oriundos
do contribuinte.
O primeiro reitor da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), Josivan Barbosa, fala
sobre a transformação da Esam em Ufersa, assim como trata de assuntos relacionados a expansão da
instituição. Traça um relato sobre o avanço dos cursos de Direito no Brasil, e da qualidade do que será
instalado na Ufersa. Faz um balanço do que mudou com a transformação da escola em universidade,
bem como da luta dos jornalistas em manter a exigência do diploma para o profissional da área. Na
política Josivan Barbosa descarta por completa uma possível intenção de concorrer a qualquer cargo
eletivo.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

HISTÓRICO DA AGRICULTURA IRRIGADA NA REGIÃO DA UFERSA

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA I
O Agropólo Mossoró-Açu e circunvizinhos produzem atualmente cerca de 180 mil toneladas de melão para exportação, concentradas no período de 15 de setembro a 15 de janeiro. Isto é facilitado pelas 3500 horas anuais de sol. O nosso melão concorre, principalmente, com o melão produzido na Costa Rica, Panamá, EUA, Espanha e Israel. A exportação para a Inglaterra corresponde a 65%. Outros mercados potenciais na Europa são: Espanha, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Polônia. O mercado americano ainda é incipiente. Há uma pequena abertura para o nosso melão entrar no mercado americano no período de 30 de novembro até o final de fevereiro. Neste período as taxas de importação são mais competitivas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA II
O plantio de melão na nossa região começou no final da década de 70 pelas mãos do eng. Agrônomo Roberto Kikuti e do espanhol Manolo, contratados pela MAISA para serem os responsáveis pela logística do caju in natura destinado ao mercado do Sudeste. O Espanhol Manolo plantou algumas sementes de melão trazidas de São Paulo no quintal da sua casa na Vila da MAISA (Agrovila Ângelo Calmon de Sá). O resultado foi um melão de excelente sabor. Devido ao sucesso na qualidade do melão, os dois técnicos levaram uma proposta de plantar melão na MAISA ao dr. Geraldo Rola, o qual aceitou de imediato.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA III
A história da nossa agricultura irrigada passa, também, pelos municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Caraúbas. Em meados da década de 90 alguns produtores da região experimentaram a cultura do melão naquele município. O insucesso do melão em Governador Dix-Sept Rosado foi atribuído aos solos rasos e a alta salinidade da água no segundo semestre do ano. Nesta mesma época a Fazenda São João experimentou plantar melão no município de Caraúbas. A água naquela micro-região era proveniente do arenito açu, cujos poços estão a uma profundidade de cerca de 500 m. O insucesso da cultura do município de Caraúbas é atribuído a fatores externos a produção. Naquela época o município passava por uma onda de violência, oriunda de sucessivos crimes entre famílias tradicionais da região do Médio Oeste.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA IV
Alguns produtores de melão do Agropólo Mossoró-Açu e circunvizinhos tentaram produzir melão na micro-região de Upanema nos últimos 10 anos. As agroindústrias mais tradicionais que plantaram melão no município de Upanema foram a Fruitland Ltda ea Ferrari Produção e Distribuição de Frutas ltda. O melão produzido naquela micro-região era de excelente qualidade. Plantava-se o melão tipo amarelo, Pele de Sapo, Orange Flesh e os tipos nobres (cantaloupe e Gália). A água daquela micro-região é de excelente qualidade e os poços são de baixa profundidade (80 a 150 m). A vazão dos poços é baixa e os solos são arenosos, com manchas pouco permeáveis, o que dificultava o cultivo em épocas de chuva. O principal problema da cultura do melão no município foi atribuído a insucessos administrativos das empresas ali instaladas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA V
A agricultura irrigada na região de Açu teve início nos primeiros anos da década de 80 quando o eng. Agrônomo Dr. Davi implantou as primeiras áreas irrigadas com tomate, melão, manga, cebola e mamão. Dr. Davi implantou no Vale do Açu a agroindústria Agro Know que foi desativada no início da década de 90. Outra grande empresa que se instalou na região do Vale do Açu foi a agroindústria Frunorte Ltda, que passou de seis hectares de melão cultivados no ano de 1986 para 1200 hectares em 1992. Graças ao sucesso do melão a Frunorte implantou outras culturas nos municípios de Assu e Carnaubais. Além da manga, que chegou a uma área implantada de 460 hectares, a empresa implantou ainda áreas com acerola, pupunha e melancia. Entre outros aspectos inerentes ao setor da agricultura irrigada, o insucesso da Agro Know é atribuído a empréstimos desordenados que o cultivo irrigado não pagava. O insucesso da Frunorte é atribuído a inversão do dólar que chegou em 1994, onde com um real se comprava 0,88 dólar e a empréstimos desordenados. A Frunorte era uma empresa inovadora e não media esforços na importação de técnicos e administradores. Possuía um grande escritório na cidade de Assu com 55 funcionários, cuja remuneração dos chefes e chefiados superava em muito a média da cidade. A empresa importava técnicos e tecnologia de Israel e apresentava alta rotatividade dos administradores (chefes de recursos humanos, diretor técnico, diretor administrativo, entre outros) e de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA VI
Atualmente os municípios de Tibau e Icapuí concentram grande número de empresas voltadas para a fruticultura irrigada. Tudo começou com o empresário Francisco Camargo que capitaneou a instalação na micro-região de Pau Branco e Mata Fresca de várias agroindústrias de melão nas décadas de 80 e 90, entre elas a Viva Agroindustrial, Transeuropa, Brasil Tropical e Alba Agrícola. Outros exemplos nesta micro-região são as agroindústrias Ariza (capitaneada pelo empresário Nóbrega) e Rafitex. A primeira atingiu o auge na produção de melão no ano de 1992 chegando a 300 hectares da cultura na safra. O insucesso é atribuído ao uso de água escassa oriunda de uma lagoa susceptível a concentração de sais no segundo semestre e a proximidade do litoral (ventos fortes com movimentos de areia prejudicavam a cultura). O insucesso da Rafitex, além dos problemas administrativos (não possuía quadro técnico capacitado e experiente) é atribuído a problemas na captação de água de um poço profundo ocasionado por defeitos numa bomba importada dos EUA. A empresa chegou até a contratar, sem sucesso, o serviço de um técnico americano para consertar a bomba.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA VII
Nos vizinhos municípios de Grossos e Areia Branca também já experimentou-se a cultura do melão. Em Areia Branca (Ponta do Mel) a empresária Mônica Rosemberg implantou, no início da década de 90, a agroindústria Duna, a qual teve vida útil muito curta, ficando no mercado por apenas três anos. No Município de Grossos, recentemente, no início dos anos 2000, a agroindústria Fruitland testou, na época da chuvas, o plantio de melão na micro-região de Areias Alvas.

domingo, 12 de outubro de 2008

IDIARN

O IDIARN (Instituto de Defesa e Inspeção Animal e Vegetal do Rio Grande do Norte), criado no início do segundo mandato do Governo Wilma de Faria, na época mereceu destaque na coluna Negócio Rural com os seguintes tópicos:

IDIARN I
O recém-criado IDIARN (Instituto de Defesa e Inspeção Animal e Vegetal do Rio Grande do Norte) nasce com a missão de promover, manter e recuperar a saúde animal e vegetal, a qualidade de seus produtos e subprodutos por meio da defesa sanitária animal e vegetal, o controle, a fiscalização e a inspeção dos produtos e subprodutos de origem agropecuária, a fiscalização de insumos agropecuários e das atividades de biossegurança, para assegurar a saúde humana.

IDIARN II
Um dos grandes desafios da nova agência é o desenvolvimento do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

IDIARN III
Outro desafio do IDIARN é o Programa Nacional de Sanidade dos Eqüídeos (PNSE). Neste sentido, a agência será obrigada a realizar vigilância epidemiológica e sanitária das principais doenças dos eqüídeos, tais como o mormo e a anemia infeciosa eqüina, visando à profilaxia, o controle e a erradicação destas doenças.

IDIARN IV
Com a crescente importância da ovinocaprinocultura para o Estado, o IDIARN não deverá medir esforços no sentido de atender as demandas oriundas do Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos (PNSCO). O foco deve estar voltado para as atividades de produção e comercialização de caprinos e ovinos e seus materiais genéticos, no que diz respeito à vigilância e defesa zoossanitária.

IDIARN V
Outro aspecto importante do IDIARN relaciona-se à coordenação de campanhas de vacinação e à fiscalização de trânsito de animais, vegetais e produtos agropecuários.