segunda-feira, 13 de outubro de 2008

HISTÓRICO DA AGRICULTURA IRRIGADA NA REGIÃO DA UFERSA

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA I
O Agropólo Mossoró-Açu e circunvizinhos produzem atualmente cerca de 180 mil toneladas de melão para exportação, concentradas no período de 15 de setembro a 15 de janeiro. Isto é facilitado pelas 3500 horas anuais de sol. O nosso melão concorre, principalmente, com o melão produzido na Costa Rica, Panamá, EUA, Espanha e Israel. A exportação para a Inglaterra corresponde a 65%. Outros mercados potenciais na Europa são: Espanha, Holanda, Alemanha, Dinamarca e Polônia. O mercado americano ainda é incipiente. Há uma pequena abertura para o nosso melão entrar no mercado americano no período de 30 de novembro até o final de fevereiro. Neste período as taxas de importação são mais competitivas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA II
O plantio de melão na nossa região começou no final da década de 70 pelas mãos do eng. Agrônomo Roberto Kikuti e do espanhol Manolo, contratados pela MAISA para serem os responsáveis pela logística do caju in natura destinado ao mercado do Sudeste. O Espanhol Manolo plantou algumas sementes de melão trazidas de São Paulo no quintal da sua casa na Vila da MAISA (Agrovila Ângelo Calmon de Sá). O resultado foi um melão de excelente sabor. Devido ao sucesso na qualidade do melão, os dois técnicos levaram uma proposta de plantar melão na MAISA ao dr. Geraldo Rola, o qual aceitou de imediato.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA III
A história da nossa agricultura irrigada passa, também, pelos municípios de Governador Dix-Sept Rosado e Caraúbas. Em meados da década de 90 alguns produtores da região experimentaram a cultura do melão naquele município. O insucesso do melão em Governador Dix-Sept Rosado foi atribuído aos solos rasos e a alta salinidade da água no segundo semestre do ano. Nesta mesma época a Fazenda São João experimentou plantar melão no município de Caraúbas. A água naquela micro-região era proveniente do arenito açu, cujos poços estão a uma profundidade de cerca de 500 m. O insucesso da cultura do município de Caraúbas é atribuído a fatores externos a produção. Naquela época o município passava por uma onda de violência, oriunda de sucessivos crimes entre famílias tradicionais da região do Médio Oeste.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA IV
Alguns produtores de melão do Agropólo Mossoró-Açu e circunvizinhos tentaram produzir melão na micro-região de Upanema nos últimos 10 anos. As agroindústrias mais tradicionais que plantaram melão no município de Upanema foram a Fruitland Ltda ea Ferrari Produção e Distribuição de Frutas ltda. O melão produzido naquela micro-região era de excelente qualidade. Plantava-se o melão tipo amarelo, Pele de Sapo, Orange Flesh e os tipos nobres (cantaloupe e Gália). A água daquela micro-região é de excelente qualidade e os poços são de baixa profundidade (80 a 150 m). A vazão dos poços é baixa e os solos são arenosos, com manchas pouco permeáveis, o que dificultava o cultivo em épocas de chuva. O principal problema da cultura do melão no município foi atribuído a insucessos administrativos das empresas ali instaladas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA V
A agricultura irrigada na região de Açu teve início nos primeiros anos da década de 80 quando o eng. Agrônomo Dr. Davi implantou as primeiras áreas irrigadas com tomate, melão, manga, cebola e mamão. Dr. Davi implantou no Vale do Açu a agroindústria Agro Know que foi desativada no início da década de 90. Outra grande empresa que se instalou na região do Vale do Açu foi a agroindústria Frunorte Ltda, que passou de seis hectares de melão cultivados no ano de 1986 para 1200 hectares em 1992. Graças ao sucesso do melão a Frunorte implantou outras culturas nos municípios de Assu e Carnaubais. Além da manga, que chegou a uma área implantada de 460 hectares, a empresa implantou ainda áreas com acerola, pupunha e melancia. Entre outros aspectos inerentes ao setor da agricultura irrigada, o insucesso da Agro Know é atribuído a empréstimos desordenados que o cultivo irrigado não pagava. O insucesso da Frunorte é atribuído a inversão do dólar que chegou em 1994, onde com um real se comprava 0,88 dólar e a empréstimos desordenados. A Frunorte era uma empresa inovadora e não media esforços na importação de técnicos e administradores. Possuía um grande escritório na cidade de Assu com 55 funcionários, cuja remuneração dos chefes e chefiados superava em muito a média da cidade. A empresa importava técnicos e tecnologia de Israel e apresentava alta rotatividade dos administradores (chefes de recursos humanos, diretor técnico, diretor administrativo, entre outros) e de engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA VI
Atualmente os municípios de Tibau e Icapuí concentram grande número de empresas voltadas para a fruticultura irrigada. Tudo começou com o empresário Francisco Camargo que capitaneou a instalação na micro-região de Pau Branco e Mata Fresca de várias agroindústrias de melão nas décadas de 80 e 90, entre elas a Viva Agroindustrial, Transeuropa, Brasil Tropical e Alba Agrícola. Outros exemplos nesta micro-região são as agroindústrias Ariza (capitaneada pelo empresário Nóbrega) e Rafitex. A primeira atingiu o auge na produção de melão no ano de 1992 chegando a 300 hectares da cultura na safra. O insucesso é atribuído ao uso de água escassa oriunda de uma lagoa susceptível a concentração de sais no segundo semestre e a proximidade do litoral (ventos fortes com movimentos de areia prejudicavam a cultura). O insucesso da Rafitex, além dos problemas administrativos (não possuía quadro técnico capacitado e experiente) é atribuído a problemas na captação de água de um poço profundo ocasionado por defeitos numa bomba importada dos EUA. A empresa chegou até a contratar, sem sucesso, o serviço de um técnico americano para consertar a bomba.

NOSSA AGRICULTURA IRRIGADA VII
Nos vizinhos municípios de Grossos e Areia Branca também já experimentou-se a cultura do melão. Em Areia Branca (Ponta do Mel) a empresária Mônica Rosemberg implantou, no início da década de 90, a agroindústria Duna, a qual teve vida útil muito curta, ficando no mercado por apenas três anos. No Município de Grossos, recentemente, no início dos anos 2000, a agroindústria Fruitland testou, na época da chuvas, o plantio de melão na micro-região de Areias Alvas.

Nenhum comentário: