segunda-feira, 24 de maio de 2010

Castanhão estabilidade hídrica no semiárido




Por Passos Júnior

Com 31 bilhões de metros cúbicos de água, a barragem do Castanhão, no município de Nova Jaguaribara, no Ceará, representa estabilidade hídrica para os municípios da região. Para conhecer o potencial do reservatório, os estudantes da disciplina de Introdução à Agronomia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido participaram no último sábado, 22, de uma aula de campo na Barragem do Castanhão.

Desde que começou a operar, em 2002, a Barragem do Castanhão, melhorou a qualidade de vida para mais de 650 mil famílias que vivem às margens do Rio Jaguaribe é que durante muitos anos conviveram com a falta d´água, no período da estiagem e, com as enchentes, nos invernos mais vigorosos. A construção do Castanhão trouxe também estabilidade econômica uma vez que a barragem é a maior do país com o uso misto da água: agricultura, piscicultura, energia e consumo humanos. A água do Castanhão abastece todo a região da grande Fortaleza.



“Se não fosse a Barragem do Castanhão a capital do Ceará há muito tempo conviveria com colapso no seu abastecimento de água”, explicou o engenheiro do DNOCS, Ulisses de Souza, responsável pela manutenção do reservatório. A Barragem do Castanhão é considerada a maior obra de sustentabilidade do semiárido pela a sua grande importância econômica.



Ainda segundo o engenheiro, os primeiros estudos para a viabilidade da construção da barragem são de 1910, mas a sua construção só teve início em 1995, começando a operar com sua totalidade em 2003. “A contenção das cheias é uma das principais funções. No inverno do ano passado, por exemplo, se não fosse o Castanhão, muitos municípios da região do alto e do médio Jaguaribe teriam sido completamente inundados”, explicou o engenheiro do DNOCS.

A Barragem do Castanhão representa segurança no abastecimento de água para Fortaleza nos próximos 50 anos. O custo, na ordem de R$ 600 milhões, nos primeiros anos já compensou o investimento. O Castanhão é o maior espelho d´água do mundo. Outra particularidade da barragem é que 80% de sua capacidade é propicia para a criação de peixe.



Com uma vasão de 17 mil metros cúbicos por segundo, a barragem poderá nos próximos anos ser explorada para o fornecimento de energia. “Estudos nesse sentido já estão sendo viabilizados”, informou Ulisses de Souza, acrescentando que o Castanhão poderá gerar até 22 megawatt de energia o que é suficiente para atender uma população de 100 mil habitantes.

Além da sua importância hídrica, a Barragem do Castanhão, atrai todos os meses centenas de visitantes que vão conhecer a sua grandiosidade. São 60 Km de extensão de água, um lago de 48 km com um volume de acumulo normal de 4,45 bilhões de metros cúbicos e um volume total de água de 6,7 milhões de metros cúbicos. A área da bacia hidráulica ocupa uma área de 325 km2. Toda a trajetória da barragem pode ser conferida pelos visitantes no Museu do Castanhão, instalado no local, como toda a história que mudou a vida dos moradores do município Jaguaribe, hoje denominado Novo Jaguaribe, que foi reconstruído para a instalação da Barragem do Castanhão.



Tabuleiro de Russas – Antes mesmo de chegar a Barragem do Castanhão, os estudantes de agronomia da UFERSA tiveram oportunidade de conhecer parte do tabuleiro irrigado de Russas que recebe água da Barragem do Castanhão. Nessa região, são cultivados cana de açúcar, frutas e hortaliças. No projeto cana de açúcar são 1.500 hectares plantados voltados para produção do álcool combustível. Já no perímetro irrigado do DNOCS são 8 mil hectares, mais o projeto total é para 12 mil hectares de frutas e hortaliças. “Aqui é campo de estágio para muitos estudantes de agronomia”, informou o professor Josivan Barbosa aos universitários.




Fortaleza vai sediar Seminário de Pecuária

O Seminário Nordestino de Pecuária – PECNORDESTE e a Feira de Produtos e de Serviços Agropecuários chegam esse ano a sua 14ª edição como um evento reconhecido nacionalmente pela sua qualidade e pelo alcance de seus resultados. Será no período de 14 a 17 de junho, em Fortaleza.

Esse compromisso de excelência exigiu a busca de um novo formato que amplia ainda, ainda mais, os espaços para a discussão de políticas públicas e de inovações tecnológicas que fortaleçam o agronegócio da pecuária, a solução das questões ambientais e o desenvolvimento sustentável do Nordeste.

É nesse momento de transformações políticas, sociais, econômicas e parâmetros ambientais no Nordeste e no Brasil, que o evento assume a missão de estimular o debate de ideias. Aqui estarão reunidos ao mais representativos nomes dos setores público e privado repensando o agronegócio da pecuária e, certamente encontrando novos caminhos e soluções para um setor de vital importância para a nossa região e para o nosso país.

A pecuária tem-se mostrado, ao longo do tempo, um importante componente na formação do Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira, como também na pauta de exportações, onde vem contribuindo, de maneira expressiva, para o superávit da balança comercial. Entretanto, há alguns anos vem enfrentando dificuldades que estão comprometendo o seu desempenho, principalmente no que diz respeito aos resultados em nível de produtor e de exportador com reflexos no crescimento do PIB e na balança comercial.

A demanda crescente por produtos de origem animal, tanto no mercado interno quanto no externo, tem propiciado à pecuária a obtenção de bons resultados econômicos para os produtores e exportadores, como tem contribuído, significativamente, para o crescimento da economia nacional e na melhoria dos indicadores de desenvolvimento humano e social.

A exemplo da pecuária nacional, a pecuária nordestina, com atenção especial no semi-árido, deverá buscar novas alternativas para obter uma melhor desempenho, como também buscar uma contribuição à altura da necessidade da participação e do equilíbrio regional.

As dificuldades enfrentadas pelos produtores e exportadores e as diferenças apresentadas entre a realidade e o desempenho da pecuária regional, evidenciam a necessidade urgente de repensar a ação do governo na definição de políticas públicas e de investimentos no setor, principalmente após a deflagração da crise financeira internacional.

As questões ambientais e a responsabilidade social, no âmbito da pecuária continuam merecendo, da parte do governo e da iniciativa privada, uma atenção especial no sentido de ajustar a legislação ambiental às necessidades de forma a não comprometer o processo de desenvolvimento e enfrentar as mudanças climáticas.

Destacam-se, entre os problemas que afetam a pecuária nordestina, a Gestão com ênfase na inserção dos agricultores familiares como alavanca do processo de desenvolvimento, ao lado de outras variáveis como alimentação, sanidade, padrão genético, manejo, assistência técnica, e acesso ao crédito rural.

Neste contexto, o XIV Seminário Nordestino de Pecuária elegeu como tema para o PECNORDESTE 2010 “PECUÁRIA E OS NOVOS PARAMETROS AMBIENTAIS”, criando oportunidades para um grande debate, capacitar técnicos e produtores rurais, discutindo e propondo políticas que vão de encontro às carências regionais e ao encontro do equacionamento dos problemas que afetam a agropecuária nacional.

OBJETIVO GERAL

CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO REGIONAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Debater a temática do interesse da pecuária regional, na perspectiva do desenvolvimento sustentável, do semi-árido nordestino à luz das mudanças climáticas;

• Capacitar técnicos, empresários e produtores rurais, envolvidos nas atividades da pecuária regional buscando a formação do capital humano;

• Sensibilizar instituições governamentais para uma firme implementação de políticas públicas que viabilizem o desenvolvimento da pecuária regional, com a geração de emprego e renda;

• Viabilizar a exposição e a comercialização de máquinas, equipamentos e insumos necessários ao desenvolvimento sustentável da pecuária regional;

• Debater com instituições públicas e entidades representativas da pecuária, ações voltadas para o fomento e o crescimento das exportações, visando ao empreendedorismo e ao associativismo no semi-árido nordestino;

• Promover a exposição das principais cadeias produtivas da pecuária nordestina, criando condições para inserção de empresas de micro e pequeno portes;

• Estimular a comercialização de insumos, animais, produtos derivados e artesanato através de feiras;

• Estimular a autogestão nas cooperativas visando à participação efetiva dos seus associados;

• Divulgar e promover as ações que contribuem para o Desenvolvimento Sustentável e a Competitividade da pecuária no semi-árido nordestino;

• Promover ações de divulgação e de mobilização na área de atuação dos parceiros, patrocinadores e apoiadores, junto aos participantes do PECNORDESTE 2009, de acordo com a política dessa instituição;

• Incentivar a agricultura familiar a se inserir no esforço de desenvolvimento da pecuária regional;

• Promover novas oportunidades de negócios não agrícolas no meio rural, estimulando o turismo no espaço rural e natural e o artesanato;

Outras informações no Site: www.pecnordeste.com.br/pec2010/index.php