terça-feira, 23 de junho de 2009

AÇUDE CASTANHÃO

MAIOR AÇUDE DE USO MISTO DO SEMI-ÁRIDO FECHA AS COMPORTAS

Jaguaribara. Perto de completar dois meses da abertura e depois de reduzir seu acúmulo de água para 88%, o Açude Castanhão, o maior do Ceará, teve suas comportas fechadas no último fim de semana. A medida representa, para o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs) e para a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh), um sinal de que o ciclo chuvoso está terminando e é hora de garantir a reserva de água. Dias quentes e ensolarados são registrados nos municípios da região jaguaribana. O Rio Salgado não está mais levando água para o Castanhão, que só deve abrir suas comportas novamente em 2010.O Açude Castanhão rugiu por suas comportas no dia 24 de abril deste ano, quando atingia a cota de 103,72 metros acima do nível do mar (85% da capacidade). Quatro das fendas foram abertas na tarde de terça-feira, para satisfação dos curiosos e visitantes.Chovia em todas as regiões do Ceará e os municípios de Jaguaruana e Itaiçaba já estavam debaixo d’água. O volume acumulado pelo reservatório era um pouco menor do que o alcançado em 19 de maio de 2008, quando chegava à cota 104,5 e 87% de acúmulo. Mas os meses mais chuvosos de 2009 também foram de sucessivas quebras de marcas.Nunca, desde a inauguração, em 2004, o açude havia acumulado tanta água. Em maio de 2009, chegou a atingir 97,8% da capacidade, na cota 105,65 metros acima do nível do mar, mesmo com quatro das 12 comportas abertas. As vazões totais, por segundo, variaram de 400 a 1 mil metros cúbicos jogados na calha do Rio Jaguaribe. O Rio Salgado mandava, diariamente, milhões de litros de água para o reservatório. Cogerh e Dnocs controlavam a água armazenada.Moradores das áreas mais baixas, notadamente Jaguaruana e Itaiçaba, temiam que a contínua vazão do açude piorasse ainda mais os alagamentos, já que a região sofria com as chuvas e as cheias dos rios que cortam as cidades.FechamentoDe acordo com o engenheiro do Dnocs, Ulisses de Sousa, coordenador do Complexo Castanhão, a decisão pelo fechamento das comportas, já anunciada pelo Diário do Nordeste, aconteceria quando o nível de reserva alcançasse a cota de 104 metros acima do nível do mar, o que aconteceu na noite de sexta-feira passada. O Castanhão registrava, ontem, 88% de reserva de água ou 5,8 bilhões de metros cúbicos (a capacidade máxima do reservatório é de 6,7 bilhões).A Cogerh monitora 131 reservatórios em todo o Estado. Ao todo, eles estão com 16,6 bilhões de metros cúbicos de água (de uma capacidade total de 17,8 bilhões). A cifra representa 93,2% da capacidade do Estado. Este ano também foi o de maior acúmulo de água já registrado, 95% da capacidade. “Agora as comportas do Castanhão só devem ser abertas novamente no ano que vem”, garantiu Ulisses de Sousa.

ELEIÇÕES NO IBRAF

O IBRAF PODERÁ SER REPRESENTADO POR UM PRODUTOR DO SEMI-ÁRIDO

É hoje, em São Paulo, a eleição para a renovação da diretoria do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf). O atual presidente, Moacyr Fernandes, que planta abacaxi em Tocantins, tenta reeleger-se. Até há 15 dias ele pensou que isso seria fácil. A oposição, insatisfeita com sua gestão, mais voltada para a comercialização de espaços em feiras internacionais do que em defender os interesses da fruticultura, reuniu-se e organizou uma chapa, com a qual disputará o pleito. Para presidente, os oposicionistas indicaram Luiz Roberto Barcelos, da nordestina Agrícola Famosa; seu vice é o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Limão, o paulista Waldyr Promícia. As entidades nordestinas de fruticultores apoiam a oposição, incluindo a Câmara Setorial da Fruticultura do Ceará, presidida por Tom Prado.

domingo, 21 de junho de 2009

ALHO E CEBOLA NO SEMI-ÁRIDO

NOVO ARTIGO: “A importância da estruturação do museu do alho e da cebola em Governador Dix-sept Rosado/RN”
Foto: Liberdade 96 FM
O alho e a cebola representaram importantes fatores para a geração de emprego e renda em épocas pretéritas no município potiguar de Governador Dix-sept Rosado, bem como elementos na aglutinação cultural do lugar.Em razão de proposta para fomento a pólo turístico sustentável na antiga capital do alho, tendo como carro-chefe a caverna calcária do Poço Feio, há necessidade, com a implantação do projeto, pensar-se nas fragilidades apresentadas, como as cheias periódicas do rio Apodi-Mossoró, tendo em vista ainda a perenização do curso dágua devido a construção da barragem de Santa Cruz, o que inviabiliza por certo tempo o usufruto do lugar pelos praticantes do turismo racional.No período que o rio estiver transbordando as atividades turísticas tem que ser direcionadas para a parte histórica do município, pois o potencial é significativo, contando com estruturas importantes que permitem aos turistas vislumbrar o processo de construção coletiva do lugar.Necessidade urgente diz respeito à preservação do patrimônio histórico dix-septiense, pois se verifica o contrário principalmente quando magnífica rugosidade do tempo da pedreira ruiu recentemente com as chuvas. Refiro-me à casa do inglês, na qual Ingersoll residiu quando de sua permanência na terra das jazidas calcárias.Além disso, outros testemunhos abandonados no tempo e no espaço devem ser recuperados, como a capela da pedreira, construída a pedido de Isaura Rosado Maia em pagamento de promessa pela recuperação do filho Jerônimo Dix-sept Rosado Maia que havia sofrido acidente quando galopava a cavalo pelas terras ricas em gipsita.Devido à importância assumida pelo alho e pela cebola em tempos passados, faz-se necessário que haja fomento à construção de museu que possa abrigar lembranças de um passado esquecido, primando ainda pela ênfase à identidade através de imagens e objetos que favoreçam o reconhecimento por parte das gerações que não conheceram os plantios de alho e cebola em Governador Dix-sept Rosado.Um museu que sirva de repositório a isso tudo é condição sine qua non para a efetivação de pólo turístico sustentável que busque racionalizar geração de emprego e renda com respeito à natureza, sobretudo em razão das fragilidades apontadas.Existem inúmeras fotografias guardadas pelas famílias dix-septienses que comprovam a importância do alho e da cebola para a economia local, bem como para a formação cultural local.Conseguir recolher fotografias e apetrechos de trabalho, usados nas atividades agrícolas pretéritas deve constar na pragmatização da proposta referente à necessidade da estruturação de um museu que acomode os testemunhos da riqueza do lugar com relação ao alho e a cebola.Empenho e determinação a fim de disponibilizar condições para a melhoria da qualidade de vida do povo dix-septiense devem constar nas preocupações das políticas públicas destinadas ao município.Com a estruturação de museu voltado para a preservação da importância do alho e da cebola em épocas pretéritas, em Governador Dix-sept Rosado, representa importante fomento à perspectiva de viabilizar melhores dias a um povo sofrido que necessita de atenção para que a vida se torne mais bela.José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN.CONTATO: romero.cardoso@gmail.com
FONTE: http://www.liberdade96fm.com.br/sintonizado/index.php

LABORATÓRIO DE PESCA NO RN

Maior exportador de pescados do Brasil, o Rio Grande do Norte está prestes a receber uma ferramenta que vai melhorar a comercialização do produto no exterior. Dentro de três meses, através de uma parceria entre Petrobras, UFRN e governo do estado, os empresários do setor terão um Laboratório de Bromatologia para determinação de histaminas em peixes. Hoje, este tipo de teste é feito em Belo Horizonte e leva três dias para chegar atrasando a remessa do produto.Os níveis dessa substância indicam o estado de deterioração do pescado e, por isso, servem para determinar a qualidade do pescado. Por isso, o exame é uma das exigências para a venda do produto no exterior. O subsecretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Antonio-Alberto Cortez, explica que, com a presença de um laboratório desse tipo no estado, as empresas poderão ter o resultado dos exames com precisão no mesmo dia.Ele conta que a idéia de instalação do Laboratório de Bromatologia surgiu da necessidade de atender estas exigências do mercado internacional. Atualmente, o RN tem nos países da União Européia e EUA seus principais compradores. Entre os produtos, estão peixes nobres como o atum e o espadarte . “Havia uma demanda dos empresários no sentido do laboratório e a governadora se interessou imediatamente por atender o pleito”.Cortez estima que em cerca de quatro meses o laboratório esteja pronto e funcionando, à disposição dos exportadores de todo o estado. O espaço vai oferecer uma logística mais confortável às empresas que hoje têm que enviar as amostras de avião. O tempo de espera do produto, altamente sensível, prejudica a comercialização.Para adequação do espaço onde funcionará o Laboratório de Bromatologia na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, estão sendo investidos R$ 642 mil, por parte da Petrobras, além de R$ 64.205 do governo do estado. “Os recursos já foram repassados, está havendo apenas uma adequação de prazos”. Os equipamentos serão operados por professores do Departamento de Química e bolsistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).AvançoAntonio-Alberto Cortez declara que o laboratório é mais um avanço para a produção pesqueira do estado que vem crescendo nos últimos anos. “As pessoas não refletem muitas vezes as alterações positivas que ocorreram no estado no setor de pesca. Há sete ou oito anos, o Rio Grande do Norte era uma lanterna na produção de pescados. Gradualmente, foi se transformando em um grande produtor de pescados”. O subsecretário aponta algumas mudanças importantes para que o estado alcançasse o posto mais alto exportador do setor. O primeiro foi a iniciativa do governo do estado em apoiar a produção. “A governadora colocou a atividade pesqueira no rol de prioridades do governo. Quando um governante demonstra esse tipo de atitude, passa confiança para que outros investimentos sejam realizados”. Ele cita como exemplos, além da instalação de grandes empresas, a criação do curso de Aquicultura da UFRN e outras instituições como o Instituto Federal de Educação Tecnológica (IFRN), a UFERSA, com a criação do Curso Superior em Engenharia de Pesca, que investem em cursos na área.Sobre os investimentos privados, Cortez destaca que hoje o RN tem uma frota pesqueira moderna tão boa quanto outros países do mundo. Além disso, o estado detém a primazia no Programa de Rastreabilidade de Pescados. Através dele, o comprador pode saber toda a procedência do peixe que consome porque o produto é registrado com detalhes minuciosos como dia, horário, local da pesca, e temperatura da água. “Isso confere confiança, qualidade e credibilidade ao nosso produto”. O Brasil foi o primeiro a implantar esse sistema e o RN é o primeiro do país a atuar com ele. Tribuna do Nortehttp://www.tribunadonorte.com.br