terça-feira, 16 de março de 2010

Para ministrar curso sobre georreferenciamento, técnicos do INPE estarão em Mossoró de 22 a 26 deste mês, na UFERSA. Confira na matéria publicada nesta segunda-feira (15), no Jornal O Mossoroense.

Inpe realiza capacitação sobre tecnologias para georreferenciamento


Conforme o professor responsável pelo evento, Paulo César Moura, a iniciativa faz parte do Projeto "Construindo o nosso mapa municipal visto do espaço", desenvolvido pela Ufersa, através do Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas, com a parceria do INPE.

"Esse projeto prevê o mapeamento de municípios do semi-árido e a construção de um atlas geoambiental. Essa ferramenta vai possibilitar a delimitação da cobertura vegeta dos municípios, hidrografia e informações sobre os terrenos", informa o coordenadora do projeto, professor Paulo César Moura.

O curso terá o tema "aplicação em levantamentos terrestres" e deverá orientar os participantes sobre o uso e aplicações do Sistema GPS. Durante o treinamento os técnicos falarão sobre as limitações e utilização em levantamentos geodésicos, topográficos, cartografia, georreferenciamento de imóveis, cadastros, entre outras.

"Todo município deveria ter um plano de tudo que há na área, no entanto alguns municípios não tem. É importante saber qual é a vegetação, as áreas de proteção, onde há curso de água, quantos são, a geologia, quais as potencialidades do município, se é o turismo ou indústria", ressalta.

Ainda de acordo com o professor, o projeto é a primeira etapa que tem como proposta de trabalho compreender o mapeamento com a criação de atlas geoambiental. "Além disso, queremos introduzir e familiarizar os habitantes no uso das geotecnologias. As imagens de satélites possibilitam de forma rápida a obtenção de um mapa temático atualizado e preciso", justifica Paulo César.

O intuito da equipe, formada por seis alunos da Ufersa, um professor da Uern e o professor Paulo é também levar os conhecimentos também para os estudantes de escolas públicas. "Queremos mostrar a tecnologia espacial para esses estudantes, até porque eles também podem colaborar com o projeto. Em alguns municípios nós vamos entregar mapas de papel aos alunos para que eles completem com o nome das ruas e assim colaborem para a construção do Atlas", garante.

Em princípio, o curso é direcionado aos participantes do Projeto "Construindo o nosso mapa municipal visto do espaço". O programa engloba vários tópicos que vão desde a introdução, histórico, planejamento e a aplicação prática, com exercícios, do uso do GPS. A carga horária de 40h.

"Depois de realizarmos o trabalho, o Inpe tem o interesse de disponibilizar esse atlas para as prefeituras, no entanto, isso vai depender também do interesse de cada município. Essas informações serão importantes tanto para o setor de educação, como de planejamento", explica Paulo César.

Paulo Moura explicou ainda que o projeto contará com a participação das prefeituras que ficarão responsáveis pelo repasse das informações referentes aos nomes das ruas, bem como a localização das instituições relevantes nos municípios. A equipe do projeto será responsável pela confirmação das informações referentes à malha viária, corpos hídricos (açudes, rios, lagoas, etc.) e cobertura vegetal.

"Esse trabalho também irá reduzir os custos das prefeituras além de aumentar a precisão das informações. Depois que estiver pronto, os cadastros serão informatizados. As prefeituras vão saber, inclusive se determinada obra está sendo construída em uma área de preservação permanente, protegidas por lei federal", ressalta o professor.

Ao ser concluído trabalho resultará na geração de mapas temáticos municipais atualizados e detalhados que vão facilitar o gerenciamento e o planejamento de ações, não apenas no âmbito do município, mas como também de toda região do semiárido. Além de contribuir para uma melhor avaliação, monitoramento e preservação da cobertura do solo.

Segundo o coordenador, o Brasil já é o maior fornecedor mundial de imagens de satélites gratuitas através da internet. "O Inpe já tem toda tecnologia, só falta um corpo técnico capacitado para realizar o trabalho", finaliza.


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